Chefe da Red Bull acirra debate sobre asas: “Se eu fosse a Mercedes, calaria a boca”

Christian Horner cutucou a Mercedes e afirmou que "calaria a boca" se fosse Toto Wolff ao observar a flexibilidade da asa dianteira do W12 nas ruas de Baku durante os treinos livres

Castroneves passou Palou para vencer a Indy 500 (Vídeo: NBC)

Christian Horner, chefe de equipe da Red Bull, cutucou a rival Mercedes após os primeiros treinos livres do GP do Azerbaijão, realizados nesta sexta-feira (4). Enquanto o time alemão critica a controversa asa traseira flexível da esquadra austríaca, o mandatário aproveitou o espaço para chamar atenção sobre uma peça específica do Mercedes W12.

Em entrevista à emissora inglesa Sky Sports, Horner apontou para a flexibilidade da asa dianteira da Mercedes. O chefe comentou sobre a necessidade da FIA em olhar todas as mudanças adotadas nos carros do grid, sem foco apenas na asa traseira, que passará por mudanças no GP da França, a próxima etapa.

“Eu estaria mais interessado em ver a frente dos carros do que a traseira. Então você vai mexer em um vespeiro, e por isso existem testes, testes vigorosos em rigor, que os carros são projetados para estar em conformidade”, comentou Christian.

“Muito barulho acontece por causa da asa traseira, e muitas revisões precisam ser feitas. Se você vai olhar uma parte do carro, tem que olhar a outra. Não pode isolar uma parte do carro e determinar regras para aquele elemento. Você tem que olhar toda as áreas. Às vezes, você precisa ter cuidado com o que deseja”, completou o mandatário, cutucando Toto Wolff, um dos mais críticos sobre a asa traseira da Red Bull.

A asa dianteira móvel do W12 (Vídeo: F1)

Horner apontou para a asa dianteira da Mercedes no momento em que a transmissão da Sky Sports exibiu o vídeo, brincando com a flexibilidade da peça e lançando uma nova provocação ao chefe rival Toto Wolff.

“Você pode ver o patrocínio na asa dianteira. Ele desaparece quando entra em um ponto de frenagem. Talvez é para isso que serve, expor o patrocinador novo na asa dianteira. Acho que se eu fosse o Toto com a asa dianteira que ele tem no carro, calaria minha boca”, citou.

A polêmica com a asa dianteira flexível foi iniciada ainda no GP da Espanha, quando o heptacampeão mundial Lewis Hamilton reclamou publicamente da peça, e citando o GP do Azerbaijão como um ponto de vantagem dos taurinos.

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A asa traseira da Red Bull é tema de polêmica na F1 (Foto: Lars Baron/Getty Images/Red Bull Content Pool)

“Vão ser pelo menos seis décimos lá [em Baku, no Azerbaijão]. Nós precisamos manter a pressão na FIA para fazer um controle melhor das coisas, sabe?”, declarou o heptacampeão mundial.

Helmut Marko, consultor da Red Bull, tratou de responder o piloto, afirmando que o chefe Toto Wolff estava por trás da pressão citada como “inflada”.

“Toto Wolff disse isso a Lewis para definir o tom. Mas estamos tranquilos. Passamos em todos os testes anteriores e vamos continuar passando nos próximos. Isso mostra o quão sério a Mercedes encara o nosso trabalho. Se voltarmos para o lado psicológico, esperaria um pouco mais de nível do lado de lá”, garantiu o austríaco em entrevista ao site alemão F1-Insider.

A Red Bull alega estar totalmente em conformidade com as regras, até mesmo porque as peças foram todas aprovadas nos testes de deflexão, promovidos pelos delegados técnicos da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), no começo da temporada. Entretanto, sem fazer qualquer acusação ou ilação, a entidade emitiu uma diretriz técnica para informar sobre a mudança nos testes para torná-los mais rígidos.

Polêmica sobre a asa traseira flexível da Red Bull foi deflagrada em Barcelona (Vídeo: Reprodução)

Essa diretiva vai valer a partir do GP da França, em Paul Ricard, a ser realizado entre 18 e 20 de junho. Ou seja, o GP do Azerbaijão, neste próximo fim de semana, em teoria a Red Bull vai poder usar a tal asa. Mas o período de mais de um mês para que as peças sejam submetidas a uma nova avaliação revoltou a Mercedes e a McLaren, cliente de motores da fábrica alemã, que também reagiu de forma negativa e igualmente veemente.

“É incompreensível que dentro de quatro semanas você ainda não consiga tornar rígida uma asa traseira para a pista que provavelmente é a mais afetada em caso de uma asa traseira flexível. Isso nos deixa em terra de ninguém porque a diretriz técnica diz que o movimento de algumas asas traseiras foi julgado excessivo”, bradou Wolff. O chefe da Mercedes fez menção ao trecho de quase 2 km de pé embaixo do circuito urbano de Baku, em que uma asa flexível pode fazer grande diferença.

Wolff, inclusive, ameaçou ir até os tribunais para questionar a legalidade da peça usada pela rival. “Atrasar a introdução, por qualquer motivo, nos deixa em um vácuo jurídico e deixa a porta aberta para protestos. Não somos nós, apenas, mas provavelmente duas equipes que são mais afetadas, talvez mais. Provavelmente, um protesto poderia terminar no Tribunal Internacional de Apelação da FIA, e essa é uma situação complicada, que pode levar semanas antes de termos um resultado. Não deveríamos ter deixado terminar nessa situação”.

A Fórmula 1 volta a acelerar nas ruas de Baku neste sábado, com o treino livre 3, a partir de 6h (de Brasília), enquanto a classificação está marcada para 9h. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REAL.

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