Coluna Warm Up: Caro Hamilton*

Está todo mundo apostando em você. Os analistas, de Bagé a Brackley, acham que sua equipe vai mudar de patamar neste ano. E tudo por sua causa. É, negão, a responsa é grande. Se alguém aí perguntar quem é que vai fazer do seu time um grande de verdade, é você quem vai ter de responder que “esse cara sou eu”. Te vira, agora

Fala, brother, tudo blz?

Não, não se deve usar “blz” numa carta. Esta é uma carta, de papel e tudo, escrita à mão. Usarei “blz” quando te mandar um e-mail. Ou uma tuitada. Aqui, nesta carta de papel, vamos manter a compostura.

Como estão as coisas na casa nova? Já sabe onde fica o banheiro, a salinha da tia do café? Conhece o cara da portaria? Já te deram um crachá com foto, ou continua usando com aquele onde está escrito “provisório”?

Coluna Warm Up volta em novo formato
 
Não é fácil, eu sei. Todos sabem. Você talvez não soubesse, porque afinal de contas te adotaram ainda no ultrassom. Mas vai ser bom. É bom sair das asas, um dia. Foi assim quando as coisas com seu pai-empresário azedaram. É bem melhor que ele seja só seu pai, pode apostar. 
 
Está todo mundo apostando em você. Os analistas, de Bagé a Brackley, acham que sua equipe vai mudar de patamar neste ano. E tudo por sua causa. É, negão, a responsa é grande. Se alguém aí perguntar quem é que vai fazer do seu time um grande de verdade, é você quem vai ter de responder que “esse cara sou eu”. Te vira, agora.
 
Mas vai ser bom. Mudança de ares, novos colegas, aquela estagiária bonitinha que talvez você nunca conhecesse se tivesse ficado lá onde estava, a comida diferente, a camaradagem de quem você nem sabia da existência… Tudo isso é bom, acredite. Pode ser meio complicado no início, mas aos poucos você vai se adaptar. Todo mundo se adapta.
 
O carro parece ser bom, não? Esquece esse papo de “falta pressão aerodinâmica”. Corrida é corrida. Todos os outros têm seus problemas, também. No fim, entre quase iguais, que são vocês, o que resolve boa parte de tudo é a cuca. Essa turma aí que vai trabalhar para você conhece o riscado. Sabe como ganhar. E como perder. Aliás, isso é o mais importante de tudo: saber perder, para poder ganhar um dia. Você já ganhou um campeonato e uma penca de corridas. Também sabe como se faz. 
 
Não tenha medo do futuro, e exercite a paciência. Vai dar tudo certo.
 
* O asterisco é para vocês, caros e caras que insistem em ler o que escrevo. De uns anos para cá, esse negócio de fazer coluna semanal se tornou um transtorno. Porque a velocidade das outras mídias (no meu caso, do blog) fez com que esperar por um dia específico da semana para escrever se transformasse numa agonia. Chegava o dia de escrever e… Cadê assunto? Já falei de tudo! E, assim, o blog passou a ser um depósito de várias colunas “instantâneas”. Não guardo temas numa caixinha. Publico na hora o que penso e o que quero. E é ótimo. Assim, desde o ano passado venho matutando sobre um formato decente para uma coluna semanal num site. Vou tentar algo não muito original neste ano, mas que pode funcionar: “cartas” que nunca chegarão ao seu destino, mas que se um dia fossem chegar, eu escreveria. Cartas ou e-mails, ou tuitadas, ou qualquer outra coisa que permita uma comunicação com alguém. E cartas que eu poderia receber de alguém, também, e que igualmente jamais serão escritas. A coluna Warm Up, a partir de hoje, e sabe-se lá até quando, porque se eu perceber que está uma merda mudo de novo, vai ser isso. “Face to face”, uma coisa menos macro, mais micro. Não é preciso falar para todo mundo, “compartilhar” tudo. Sejamos mais íntimos e diretos. Como eram as cartas de antigamente. Eu adorava escrever cartas. De volta para o futuro, pois.
 
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