Com Fórmula 1, Band vira chave e se transforma no ‘canal do esporte a motor’

A Band agora tem direitos de Fórmula 1, Indy, Stock Car e Copa Truck. É um alento para o fã brasileiro, mas que vem com um porém: não será tão simples assim encaixar tudo isso na grade e ao mesmo tempo deixar o público satisfeito

O esporte a motor deixou há tempos de ser uma queridinha das televisões brasileiras. Pouco a pouco, uma grade generosa com o fã brasileiro foi se esfacelando, isso até a chegada de uma situação inconveniente em 2021: a decisão da Globo de não manter direitos de transmissão da Fórmula 1. Só que, em contrapartida, surge um panorama interessante: com a Band virando a casa da F1, vira também um canal com foco notável no automobilismo.

Explica-se: é que a Fórmula 1 não é a única novidade no grupo Band. Stock Car e Copa Truck, outras duas que perderam espaço na Globo, também foram para a emissora paulista, já na reta final de 2020. Além disso, há a Indy. Quatro categorias de renome é uma quantia bem maior do que a que pode ser vista em qualquer outro canal nacional.

É uma mudança de postura inesperada para uma emissora que até outro dia era acusada de não dar atenção devida ao seu grande produto, a Indy. Esta sofria para achar espaço na grade da Band e acabava relegada ao BandSports, criando certa insatisfação entre o público.

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A F1 vai ter nova casa na TV brasileira a partir de 2021 (Foto: Beto Issa)

A reviravolta recente no mercado, com o Grupo Globo essencialmente desistindo de transmitir esporte a motor ao vivo, trouxe a chance de uma redenção. Mas como saber usar isso da melhor forma?

É que surge um quebra-cabeças no horizonte da Band. São quatro categorias e apenas dois canais – o da TV aberta e o da TV fechada, o BandSports. Concorrentes como SporTV, ESPN e Fox Sports contam com pelo menos dois, ajudando no malabarismo de modalidades diferentes em horários conflitantes. A emissora paulista tem menos espaço de manobra, e isso tende a ser custoso.

Tomemos como exemplo o fim de semana dos dias 27 e 28 de março. Salvo reviravolta causado pela pandemia, é quando Fórmula 1 e Stock Car abrem suas temporadas, respectivamente no Bahrein e no Velopark. Com a expectativa de futebol pelo menos já com campeonatos estaduais e outras atrações da casa, nota-se um possível problema para encaixar tudo. E a pressão é grande: um começo com o pé esquerdo já levaria o público a retomar as críticas do passado recente. Se um campeonato importante como a Indy já sofria para achar seu espaço antes, quem dirá agora? E o que vai sobrar para uma categoria menos renomada como a Copa Truck?

REGINALDO LEME; BAND;
Reginaldo Leme é o grande trunfo da Band no seu regresso às transmissões da F1 no Brasil (Foto: Band/Divulgação)

A Globo passou anos cortando as asinhas do fã de automobilismo. Começou tirando o treino classificatório da TV aberta. Continuou ao tirar as próprias corridas da TV aberta. Fez coisas aparentemente banais, como não exibir o pódio, para seguir ferindo orgulhos. Com todas essas memórias ainda frescas na memória, é importante que a Band faça um bom serviço em março.

A boa notícia é que os reforços estão chegando. Reginaldo Leme assinou com a Band ainda em 2020. Em teoria, para comentar só Stock Car. Na prática, encaixa como uma luva no plano da Fórmula 1. Mariana Becker, que marcou transmissões da emissora carioca como repórter de pista, faz a mesma transição. Falta ainda definir um narrador, mas a base que se desenha é de uma equipe que sabe do que está falando e que fez carreira no esporte a motor.

O Brasil ganhou um canal de esporte a motor e as expectativas são grandes. É hora de a Band mostrar que tem condições de levar o projeto adiante.

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