Com venda finalizada para consórcio de Stroll, Force India deixa de existir e dá lugar a Racing Point

Sob risco de ficar fora do GP da Bélgica do próximo domingo (26) por problemas na justiça, a Force India conseguiu finalizar nesta quinta-feira a venda de ativos para o consórcio liderado por Lawrence Stroll e estará no grid de Spa-Francorchamps sob novo nome: Racing Point Force India

Sergio Pérez e Esteban Ocon já têm carros para alinhar no grid do GP da Bélgica do próximo domingo: nesta quinta-feira (23), a FIA anunciou que liberou a participação da Force India em Spa-Francorchamps após a conclusão da venda dos ativos da equipe para o consórcio liderado por Lawrence Stroll. Desta forma, o time ganha novo nome, após aprovação da categoria e das outras equipes (algo obrigatório para a mudança), na Bélgica: Racing Point Force India.

A participação da equipe na corrida belga havia sido colocada em dúvida na última quarta, dia da montagem da estrutura da F1 em Spa. Imagens dos caminhões e dos equipamentos da Force India sem o nome Sahara foram vistos. Além disso, problemas na justiça, com a não-finalização da venda dos ativos para Stroll e seu grupo, impediam a liberação dos carros rosa.

Vijay Mallya e Subrata Roy, acionistas, detinham 85% da Force India até quarta-feira. Agora, este montante vai para o grupo de Stroll.

O GRANDE PRÊMIO levantou que a formação jurídica da Racing Point, com Stroll pai — cujo sobrenome, na realidade, é Strulovich — e seus sócios, se deu em 2 de agosto, cinco dias antes do anúncio oficial de que o consórcio havia sido escolhido pelos administradores britânicos para chefiar a nova Force India.

Lawrence com Lance Stroll (Foto: Reprodução)

Nesta quinta, porém, a FIA confirmou a participação da equipe, usando o artigo 4 do regulamento judicial e disciplinatório da entidade, para excluir a Sahara Force India da competição, por incapacidade de cumprir o artigo 8.2 das regulamentações esportivas da categoria, além de utilizar o artigo 6.2 para que a equipe assumisse a desistência.

Desta forma, a Racing Point Force India corre, de fato, como uma nova equipe: ou seja, começa com 0 ponto no Mundial.

O artigo 8.2 indica a concordância de cada equipe participantes com quesitos como produção do carro, do motor e entendimento do regulamento. No caso, a Force India aceitou que não cumpriria o tópico ''f)', que indica que toda equipe deve participar de toda corrida da temporada com o número de carros e pilotos inscritos – o que não vai correr a partir de Spa.

Já o artigo 6.2 informa que a antiga Force India abandonou a disputa do título, com os detalhes que explicam o sistema de pontuação do Mundial de Construtores.

Os caminhões da Force India, sem identificação (Foto: Reprodução/Twitter)

"Tenho muito prazer em anunciar que uma decisão positiva foi alcançada e quero dar as boas-vindas à Racing Point Force India", declarou Jean Todt, presidente da FIA, em nota.

"Criar um ambiente de estabilidade financeira é uma das metas e desafios do esporte, mas pudemos encontrar uma situação que garante o futuro de todos os empregados e que manterá um campeonato competitivo e justo nesta segunda metade da temporada", completou.

Chase Carey, chefe do Liberty Media, também comentou: "Estamos felizes que a situação foi resolvida e que a equipe continuará na F1. É gratificante que a parceria com os acionistas envolvidos assegurará tantos empregos aos trabalhadores que estão em Silverstone (casa da equipe)", disse. "É muito importante que tenhamos um grid competitivo e completo, com equipes capazes e temos confiança que a Racing Point Force India será forte daqui para a frente."

Por fim, Otmar Szafnauer, agora chefe-adjunto da Force India, após demissão de Bob Fernley nesta quinta, analisou a chegada da nova equipe: "Estamos muito felizes em poder terminar o campeonato e correr na Bélgica neste final de semana."

"É um novo capítulo para nós. Apenas semanas atrás estávamos correndo risco, com 400 empregados podendo ficar sem trabalho. Agora, com esse consórcio, estamos de volta. Lawrence Stroll acreditou em nós como equipe, em nosso potencial e em nosso conhecimento para atingir sucesso na pista", finalizou.

Esteban Ocon e Sergio Pérez (Foto: Force India)

Uma dúvida segue viva, porém: se Pérez e Ocon serão os responsáveis por guiar a Racing Point Force India em Spa, nada é garantido para o GP da Itália, já na próxima semana.

A possibilidade de Lance Stroll assumir um dos carros já na próxima etapa segue viva, já que seu pai é o novo dono da equipe. Deste forma, Robert Kubica provavelmente assumiria o lugar vago na Williams, já que é o piloto reserva atual.

Esteban Ocon, possivelmente, perderia o lugar na Racing Pont Force India, já que Sergio Pérez é um dos envolvidos na compra da equipe.  Só que ele deve se transferir para a McLaren e, no fim, quem perderia sua vaga na F1 seria Stoffel Vandoorne. A ver como o desenho do mercado se forma nos próximos dias.

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