Confiança mútua entre Mercedes e Hamilton traz alívio durante negociações para 2021

Mercedes e Lewis Hamilton ainda não acertaram renovação. Seria motivo de pânico para outros, mas as duas partes se conhecem bem demais para que haja algum problema. Dito isso, está claro: Hamilton começa a ponderar sobre um futuro fora da F1

Quase não se fala mais, mas o principal piloto da Fórmula 1 ainda não tem contrato para 2021. Lewis Hamilton segue apenas com acordo para 2020 e precisa passar pela mesa do chefe Toto Wolff para acertar a tão aguardada renovação. Soa como uma situação de pânico, ainda mais com a temporada se aproximando do fim, mas há um fato que traz calma para os dois lados: a confiança mútua significa que não há porque temer um divórcio inesperado ao fim do ano.

É que, verdade seja dita, Mercedes e Hamilton têm apenas uma alternativa real. Nenhum dos dois se beneficiaria de um divórcio ao fim de 2020. A equipe alemã não tem boas alternativas no mercado de pilotos, enquanto o piloto britânica perderia uma chance quase certa de ser octacampeão em 2021, isolando-se estatisticamente como o maior de todos.

Se é tudo tão certo, o que falta para assinar os papéis e fazer um anúncio? Provavelmente nada, mas as duas partes já indicaram que não estão com pressa alguma. Hamilton ainda tem um campeonato para ganhar, o que deve acontecer dentro de algumas semanas.

Lewis Hamilton e Mercedes: uma parceria que não acaba em 2020 (Foto: Mercedes)

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Dito isso, é inegável que o momento também é de reflexão para Hamilton. Não no sentido de renovar ou não para 2021, mas no sentido de quais são os próximos passos da carreira. É difícil pensar em objetivos e desafios quando Lewis quebra recorde atrás de recorde. Verdade seja dita, não restou muito o que conquistar. Até mesmo Schumacher cansou ao fim de 2006 e, mesmo ainda com lenha para queimar, optou por passar mais tempo cuidando da família e da vida pessoal como um todo. Ele voltou em 2010, é verdade, mas só por conta de um desafio diferente com a ainda mediana Mercedes.

Hamilton tem 35 anos e vai, cedo ou tarde, passar por esse mesmo momento de reflexão. Isso já até aconteceu brevemente na entrevista coletiva pós-GP de Eifel, quando foi questionado sobre os próximos desafios na vida.

“Talvez não haja respeito suficiente a todos esses pilotos que dedicam suas vidas se preparando, com todo um trabalho de bastidores para fazer o que fazemos”, destacou. “É algo notável e amo fazer parte disso. Eu amo o desafio, o esporte, os cheiros, toda a atmosfera. Vai ser difícil deixar isso para trás. Só que, mesmo sendo mais velho que esses outros caras, eu me sinto tão jovem quanto eles. Pelo menos em espírito. Ainda sou uma criança longe das câmeras. Isso provavelmente vai mudar quando eu ficar de cabelo branco, mas estou bem por enquanto”, seguiu.

A Mercedes tem tudo em ordem com Lewis Hamilton e Valtteri Bottas (Foto: Mercedes)

Quando Hamilton fatalmente se sentir menos jovial ou simplesmente grisalho, vai ser a hora de tomar um rumo diferente do da renovação. Só que a hora não é agora. Quem vê um Lewis em auge quase permanente dentro das pistas e ganhando importante valor social fora delas não consegue nem imaginar um piloto com vontade de pendurar o capacete.

E, independente de vontades, há também o fato de que a F1 é parte da plataforma de Hamilton. Em outras palavras: não há como protestar contra o assassinato de Breonna Taylor em um pódio sem ser um piloto na ativa.

Para a Mercedes é ainda mais óbvia a importância de renovar. Poucos pilotos no grid parecem ter condições de sequer tentar substituir Hamilton. Max Verstappen seria o nome óbvio para isso, ou talvez Charles Leclerc. Só que não há como convencer Toto Wolff e companhia da vantagem de buscar um novo campeão quando já se tem um dentro de sua garagem.

A parceria vai continuar, e que bom que vai. Só que essa renovação acontece com uma noção bem clara das duas partes: já está chegando a hora de Hamilton planejar a despedida.

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