Da mesmice das palavras ao resultado diferente: como Massa viveu a semana do adeus à F1 no Brasil

 

Pois teve. Massa obteve o melhor dentro das possibilidades que a Williams lhe oferece num cenário quase paradisíaco do clima impecável do domingo – sol, nuvens zero, muito calor. Sexto depois da largada, o brasileiro ficou ali quietinho atrás de Fernando Alonso durante o período do safety-car e deu o bote certeiro na relargada, superando o ex-companheiro e aquele que lhe causou grandes contratempos na época de Ferrari. A natural perda de posições para Lewis Hamilton e Daniel Ricciardo o devolveu ao sétimo lugar. Foi relativamente fácil segurar a McLaren de motor meia-bomba, mas a preocupação seria maior se Sergio Pérez tivesse se aproximado com mais volúpia na parte final da prova e ultrapassado o espanhol.

Bater a Force India nos dias atuais é, de fato, uma façanha para a Williams. “Foi como uma vitória”, analisou o brasileiro em entrevista acompanhada pelo GRANDE PRÊMIO em Interlagos. "Uma corrida perfeita em que tivemos um ritmo perfeito também. E uma grande emoção no final com todo o carinho da torcida.”

 

O filho Felipinho estava “muito orgulhoso”. A mensagem via rádio, bilíngue, dizia um “vou te apoiar por onde você for”, seguido de um “a propósito, adorei a largada", e um “te amo" para derrubar um Massa que gritava um “vamo, porra” de extravasamento.

A torcida talvez não esperasse aquele resultado – porque já tinha gastado seu devido estoque de aplausos e reconhecimentos naquela despedida tristemente memorável de 2016 – e retribuiu à altura quando, ao pé do pódio, viu o piloto lá em cima. "Obrigado a todos vocês, de coração, eu amo vocês e vou sentir muita falta. A emoção que eu senti hoje aqui, assim como a que eu senti no ano passado, foi imensa por causa de vocês. É um dia que eu nunca vou esquecer na minha vida”, e o povo lá entoando um “olê-olê-olê-olá, Massa-Massa”.

 

Os dois dias das despedidas que Massa não vai esquecer: o primeiro trouxe o choro que a emoção se funde com a dor; o segundo, o choro do alívio e da felicidade. “Sei que é difícil chegar na aquela loucura, mas quero ter um bom final”, havia dito tantas vezes nos últimos dias sobre o último GP do Brasil. Não foi aquela loucura do penúltimo, mas o final não foi simplesmente bom. Foi ótimo. Foi excelente. Foi diferente. Massa venceu. Ficou feliz e contente.

 

Agora segue o script. Em frente.