Diretor da Alfa Romeo admite irritação com alteração em assoalhos da F1 2023

A Alfa Romeo realizou um evento de apresentação na manhã desta terça-feira (7) e revelou ao mundo a C43, monoposto que será usado pela equipe na disputa da temporada 2023 da Fórmula 1. Entre os destaques da cerimônia, o diretor-técnico Jan Monchaux abordou as principais diferenças conceituais entre o carro de 2022 e o deste ano, levando em consideração as alterações definidas pela FIA para conter o porpoising. De acordo com o francês, a definição tardia da regra causou uma dor de cabeça aos engenheiros.

“Nós gostamos de mudanças, é sempre uma grande oportunidade quando as regras mudam”, disse Monchaux. “Apenas ficamos levemente irritados com o momento [de definição da regra], porque foi decidido muito tardiamente, e normalmente as mudanças tardias favorecem grandes equipes”, lamentou.

Para 2023, a altura do assoalho será aumentada em 15 mm. A altura do funil do difusor também será aumentada, com cuidados para evitar qualquer impacto nos projetos dos componentes mecânicos das equipes. A rigidez da borda do difusor será aumentada e um sensor adicional será obrigatório para monitorar o fenômeno de forma mais eficaz.

“As mudanças são principalmente no assoalho, que a FIA decidiu aumentar as bordas em 15 milímetros”, explicou. “Não parece muito, 15 milímetros, mas foi o suficiente para nos fazer coçar a cabeça e ter de refazer todo o assoalho e a traseira do carro. Até agora, estou bem feliz com o progresso que fizemos”, destacou.

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Na opinião de Monchaux, o impacto das novas regras vai variar de uma equipe para a outra, mas o diretor acredita que todas irão recuperar o ritmo perdido conforme o desenrolar da temporada. Inicialmente, o francês estima que as mudanças custem 0s5 por volta.

“Sobre a magnitude da mudança de regra, vamos perder em torno de 0s5 por volta, o que imagino ser mais ou menos 0s1 em todos os lugares”, admitiu. “Não tenho dúvidas de que a maioria das equipes vai recuperar essas perdas. Então, é uma questão do quanto você consegue agregar no carro para o começo da temporada”, ressaltou.

No entanto, muito além da concepção em torno das novas regras, Jan ressaltou a importância de fazer com que a Alfa Romeo consiga evoluir seu carro durante a temporada, algo que a equipe deixou a desejar em 2022.

Após um início forte, com Valtteri Bottas somando pontos em seis das primeiras sete corridas — a exceção foi Jedá, quando o finlandês abandonou devido a um superaquecimento —, o time viu o nível cair drasticamente e não conseguiu acompanhar a evolução da Aston Martin, que quase tomou o sexto lugar na corrida final — Sebastian Vettel ficou a uma posição de garantir o posto ao time britânico.

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“Nós começamos muito fortes no ano passado, e em algum momento, sofremos um pouco mais para trazer performance ao carro”, relembrou. “Será uma temporada com 23 corridas, e se há uma coisa que aprendemos no ano passado, é que a temporada não acaba até a última volta em Abu Dhabi. Terminamos na sexta posição, com 0s5 de vantagem para Vettel”, disse.

“Tivemos nossos altos baixos, mas também precisamos, como equipe — e acho que isso ficou claro em todas as avaliações que fizemos —, não desistir”, ressaltou. “A primeira corrida vai ser o que é. Talvez seja muito boa, talvez seja um pouco decepcionante”, continuou.

Apesar da preocupação em não repetir os erros de 2022, Monchaux demonstrou confiança de que a equipe aprendeu com os próprios equívocos. Na visão do diretor-técnico, é preciso virar a página após a primeira corrida, independentemente do resultado, e seguir buscando maneiras de melhorar o ritmo da C43.

“Tudo bem, vamos virar a página e ainda teremos 22 corridas”, comentou. “Não tenho dúvidas de que esses caras, e também a equipe na fábrica — em torno de 500 pessoas — estarão forçando o máximo possível para recuperar o que precisa ser recuperado, se for necessário, ou para construir uma vantagem, caso estejamos entre os mais rápidos do pelotão intermediário”, finalizou.

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