Diretor da F1 diz que punições julgam “o próprio incidente, não as consequências”

Michael Masi, diretor de provas da Fórmula 1, explicou porque uma punição é decidida com base no incidente em si e não nas suas consequências e salientou que não considera que a sanção imposta a Lewis Hamilton após acidente com Max Verstappen no começo do GP da Inglaterra (10s) foi branda

Hamilton resiste após batida com Verstappen e vence GP da Inglaterra (Vídeo: Reuters)

Toda a polêmica sobre o acidente entre Lewis Hamilton e Max Verstappen na primeira volta do GP da Inglaterra e as suas consequências são e serão assunto que vão orbitar a Fórmula 1 por um bom tempo. Um dos temas em discussão foi a punição imposta a Hamilton em razão do incidente, 10s, algo considerado muito brando, por parte da Red Bull, em razão do forte acidente de Max, que bateu na barreira de proteção depois de escapar na curva Copse, com a batida tendo impacto de 51G. Mas Michael Masi, diretor de provas da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) para a Fórmula 1, deixou claro que punições são aplicadas pelo incidente em si e não pelas consequências.

Em entrevista veiculada pela revista britânica Autosport, o australiano explicou que a filosofia ao aplicar as punições desta forma vem de muito tempo, anterior ao período em que passou a assinar pela direção de prova da F1, logo depois da morte de Charlie Whiting, em março de 2019.

“Isso veio por meio de discussões anteriores ao meu tempo entre todas as equipes, a FIA e a Fórmula 1, e os chefes das equipes foram todos bastante inflexíveis de que você não deve considerar as consequências de um incidente [para punir]”, disse.

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Michael Masi diz que o julgamento sobre um incidente não se baseia nas suas consequências (Foto: Reprodução)

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“Então, quando eles julgam um incidente, eles julgam o próprio incidente e os méritos do incidente, não é o que acontece depois, como consequência. E isso é algo que os comissários têm feito por muitos anos”, explicou Masi, que avisou que só segue o que há tempos está definido.

“Fui aconselhado a fazer de cima para baixo. E estou falando do envolvimento da equipe, e assim por diante. É assim que os comissários julgam porque, ao começar a levar em conta as consequências, há tantas variáveis, ao invés de julgar o incidente em seus méritos”, complementou.

Questionado se a punição imposta a Hamilton, 10s, a ser cumprido no primeiro pit-stop, ter sido branda, Masi discordou.

“Acho que, se você olhar assim, nunca vai encontrar uma punição que resolva um desequilíbrio como esse. Se você olhar para essa circunstância em particular, é por isso que estou voltando alguns anos com as equipes, ou os chefes de equipe, fazendo uma distinção clara que eles não queriam que as consequências fossem levadas em consideração. Eles queriam com base no próprio incidente”, explicou.

“Entendo completamente essa perspectiva e acho que é uma visão geral mantida por todos os comissários, de não olhar para as consequências para esse propósito”, acrescentou.

O diretor de provas da F1 traçou um paralelo entre o VAR, ou árbitro de vídeo, que é usado no futebol, e as decisões que são tomadas nas cabines das torres de controle do Mundial. E disse que, no caso da Fórmula 1, não há por que explicar em detalhes ao público os motivos de uma punição.

“Acho que você tem muitos analistas de TV por aí com muitos ex-pilotos, bem experientes, que vão apresentar uma perspectiva a respeito. E os comissários olham para absolutamente tudo o que eles têm disponível. E ao contrário de um processo no VAR, que é meio que feito em 30s, às vezes 1 minuto, no máximo, os comissários são informados que podem gastar o tempo que for preciso para analisar qualquer elemento possível de qualquer incidente que ocorra”, afirmou.

“Então, não vejo isso desse ponto de vista. Acho que os comissários precisam permanecer como um Poder Judiciário, independente. E não acho que eles deveriam, em sua capacidade, sofrer pressões e deveriam gastar seu tempo para analisar tudo com base no mérito da causa”, concluiu o diretor de provas da F1.

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