Divisão de motores fala em “traição” e pede Renault para revisar planos de motores na F1
A divisão dos motores da Renault afirmou que a unidade de potência de 2026 é “promissora” e pediu a empresa para pensar duas vezes antes de abandonar o projeto na F1
A Renault confirmou, em julho deste ano, que vai descontinuar seu projeto de desenvolvimento de motores na Fórmula 1 a partir de 2026. Com isso, no ano em que o regulamento das novas unidades de potência entrar em vigor, a Alpine tende a se tornar uma cliente da Mercedes. A ideia, no entanto, não agradou em nada a divisão de motores dos franceses, que descreveram o caso como uma “traição” e pediram uma revisão dos planos.
A Alpine está enfrentando uma série de problemas com seu projeto na Fórmula 1. Além das constantes trocas de chefia, a equipe — que pertence ao grupo Renault e recebe as unidades de potência dos franceses —, tinha o motor mais defasado do grid. Porém, o cenário parecia promissor para 2026.
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Segundo um dos representantes da equipe de motores de Fórmula 1 da Renault em Viry-Chatillon, o motor de teste estava excedendo 400kW durante suas primeiras horas de funcionamento — número próximo do objetivo de desempenho estabelecido para a primeira corrida de 2026. Além disso, foi confirmado que a eficiência térmica era de 48% e que a confiabilidade era boa.
Por isso, de acordo com o Autosport, o Conselho Social e Econômico dos funcionários da Alpine em Viry-Chatillon emitiu uma declaração pedindo a continuidade do projeto dos motores Renault na F1.
“A gerência do Grupo planeja interromper o programa de 2026 em Viry-Chatillon e optar por um fornecimento de motor, provavelmente da Mercedes. A razão dada é uma economia direta significativa, negociando custos de desenvolvimento de US$ 120 milhões (R$ 658,8 milhões na cotação do dia) por US$ 17 milhões (R$ 93,3 milhões) em fornecimento anual. Não entendemos o que justifica matar esta entidade de elite que é o local de Viry-Chatillon e trair sua lenda e seu DNA ao enxertar um coração Mercedes em nosso carro de F1 Alpine”, começou a declaração.
“O anúncio do fim do desenvolvimento e da produção de unidades de potência francesas para a Fórmula 1 é incompreensível. Não podemos aceitar que a Alpine e o Grupo Renault prejudiquem suas imagens, e é por isso que pedimos ao Sr. [Luca] De Meo [CEO da Renault] e seu conselho de administração que renunciem a esta decisão. Mais de uma centena de conceitos disruptivos foram estudados, quase um terço dos quais demonstraram desempenho significativo no banco de testes e devem ser introduzidos no futuro motor Alpine: o AR26”, continuou.
O documento ainda listou alguns dos pontos fortes do motor do novo regulamento, que é visto pelos membros da fábrica como “um grande sucesso”.
“Neste primeiro motor, quase um terço dos conceitos de desempenho, previamente validados no banco do sistema, ainda estão ausentes, planejados para introdução antes do final de 2024. No entanto, os primeiros resultados dos testes são promissores. Ele é visto por todas as equipes de Viry-Chatillon como um grande sucesso, um motor bem-nascido com um potencial claro, a um ano e meio da primeira corrida, para elevar as ambições da equipe Alpine”, finalizou.
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