Ecclestone nega racismo e diz que tirou F1 da África do Sul após morte de jornalista preto

Ex-chefe da F1, Bernie Ecclestone disse não ter opinião racistas, mas afirmou que "a vida não é justa" e que essa é uma lição que a “geração mais jovem tem de aprender”

Bernie Ecclestone parece não ter desistido da guerra de declarações que tenta travar com Lewis Hamilton sobre o racismo. O ex-chefão da Fórmula 1 foi duramente criticado pelo hexacampeão, depois de dizer que “muitas vezes afro-americanos são mais racistas que os brancos”. O próprio Mundial tratou logo de repudiar os comentários de Bernie e deixar claro que ele não faz parte mais dos negócios. Hamilton também rebateu, dizendo que o ex-dirigente foi mal-educado e ignorante. Ainda assim, Ecclestone voltou a falar sobre o assunto e negou que tenha opiniões racistas.  

O inglês de 89 anos ainda foi mais longe ao falar com o jornal Daily Mail. Para Ecclestone, a “geração mais nova precisa aprender que a vida não é justa”. O britânico também revelou que a razão pela qual a África do Sul ficou sem corridas durante um tempo é que um jornalista preto foi morto por um sul-africano branco. E contou ainda ter presenciado outros ataques de motivação racial na época em que a F1 visitava o país.

Bernie Ecclestone contou por que tirou a F1 da África do Sul nos anos 80 (Foto: Reprodução)

A África do Sul fez parte do calendário em dois períodos. Primeiro, entre 1962 e 1985, quase que ininterruptamente. Mais tarde, o Mundial voltou para duas corridas, apenas, em 1992 e 1993. Em ambas as fases, o país vivia a política do apartheid, um severo regime de segregação racial, que fora implantado em 1948 e que durou até 1994. A última prova em Kyalami aconteceu um ano antes. E Ecclestone fez uso desse capítulo da história para contar como reagiu a um ato racista.

“Em um fim de semana de corrida, eu tinha um motorista e um carro. Estávamos Jochen Rindt e eu a caminho da pista. Um homem preto estava andando ao lado da estrada, quando o motorista, branco, abriu a janela e bateu nele. Gritei com o motorista e pedi que parasse o carro. Jochen e eu o colocamos para fora e pedi, então, que o homem para entrasse. Fomos até onde já era seguro para ele. Eu quase fui preso. Expliquei os fatos da vida para eles, mas não queriam entender”, contou.

“Devido aos meus sentimentos pela nossa sociedade preta, tirei a F1 da África do Sul em 1985, depois que um sul-africano branco matou um jornalista preto por causa de seus comentários”, revelou o britânico.

“Tivemos muitos outros incidentes também. A vida não é justa. Precisamos educar a geração mais jovem”, completou o homem que chefiou a maior das categorias do esporte a motor por mais de 30 anos.

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