“Estamos mais pobres”: Red Bull revela gastos de R$ 63 milhões com mudanças aerodinâmicas para 2019

Helmut Marko lembrou que as mudanças aerodinâmicas nos carros para 2019 têm gerado muitos gastos, destacou a boa relação política com Mercedes e Ferrari e pediu maior rapidez ao Liberty Media para definir alterações nas regras da F1

A F1 vai trazer algumas novidades importantes para 2019. As mudanças aerodinâmicas foram homologadas em outubro de 2018 pela Federação Internacional do Automobilismo (FIA) e têm como objetivo facilitar a aproximação entre os carros na pista, o que consequentemente aumenta as chances de ultrapassagem. Tudo para tornar as corridas mais emocionantes e atrativas ao público.
 
Algumas dessas mudanças são a simplificação das asas dianteiras, traseiras e dos defletores, o que, segundo a FIA, vai diminuir a pressão aerodinâmica e vai contribuir para que os carros andarem mais próximos. Desde o começo, todas essas questões têm gerado debates a respeito de sua possível efetividade e como afetariam financeiramente a categoria. E uma das equipes que se mostraram contrárias a tudo desde o começo foi a Red Bull.
 
A escuderia austríaca, que há dez anos é uma das principais do Mundial, anteriormente deixou claro ser contra as mudanças, justificando com uma possível falta de dados para apoio e com o impacto financeiro nas equipes. E o consultor da Red Bull, Helmut Marko, abordou o assunto.
 
Em entrevista ao site norte-americano ‘Motorsport.com’, o dirigente austríaco revelou que, apesar de as mudanças na asa dianteira, por exemplo, ajudarem no desempenho de pista, e do nível de performance já estar parecido com o da metade de 2018, isso trouxe prejuízos financeiros. “Nós estamos €15 milhões [R$ 63,75 milhões] mais pobres”, pontuou.
Hekmut Marko ressaltou a relação positiva da Red Bull com Ferrari e Mercedes (Foto: Reprodução)

Além disso, Marko afirmou que as principais escuderias da F1 [Mercedes, Ferrari e a própria Red Bull] estão com uma boa base de conversas sobre o assunto. 

 
“Nós temos os mesmos dados aerodinâmicos do último verão. Quando estivermos chegando a Melbourne (para o GP da Austrália, primeira corrida do ano), provavelmente estaremos melhores que isso. Mas agora há uma boa base para discussões entre Mercedes, Ferrari e nós. Concordamos que o regulamento não deve ser definido pelos técnicos, pois quando estes se envolvem, os custos aumentam e tudo fica mais complicado. As coisas precisam ser especificadas”, afirmou.
 
O austríaco também declarou que as mudanças foram “principalmente feitas com a iniciativa da Mercedes”. O próprio chefe da marca pentacampeã mundial, Toto Wolff, já afirmou que espera um grande impacto das mudanças no cenário de 2019.
 
Marko lembrou a dificuldade que a Mercedes teve para realizar ultrapassagens quando seus carros se encontravam atrás de alguns de seus principais rivais em alguns momentos da temporada de 2018. “Todos podem ver o quão difícil é para a Mercedes ultrapassar quando eles estão atrás [de outro carro]”, disse.
 
Contudo, mesmo com os questionamentos a respeito das mudanças, Marko destacou as relações políticas “mais fortes do que nunca” da Red Bull com Mercedes e Ferrari. Segundo o consultor, por parte dos italianos foi desenvolvida em especial “muita simpatia” após a morte do ex-presidente da Ferrari, Sergio Marchionne, em julho do ano passado. 
 
As conversas com as rivais são importantes não só para 2019, mas também para os debates dos problemas da categoria visando as alterações ainda mais profundas previstas em 2021.
 
Outro grande impasse a respeito é na relação do Liberty Media, empresa dona da Fórmula 1, com o regulamento, a forma de governança da categoria e como as equipes recebem dinheiro. Em 2021, entra em vigor o novo Pacto da Concórdia, e o Liberty já deixou claro que tem em mente alterações na distribuição e organização do dinheiro que nivelem as equipes – fato que preocupa e não é aceito pelas montadoras de ponta.
 
Sobre o assunto, Marko ressaltou que há uma demora na decisão de questões como o teto orçamentário e as regras novas de motores, o que evidenciam uma falha do Liberty para produzir um novo acordo. 
 
“Eu acredito que, enquanto não decidimos nada, estaremos lentamente chegando a uma fase crítica. Se eu sou o Liberty, uma empresa que adquiriu suas ações por um preço muito alto, em algum estágio iria explicar aos meus acionistas como eu espero que 2021 seja. Quais são as oportunidades de receita e como isso vai continuar?”, concluiu.
 
A própria Red Bull vai ter uma temporada de novidades em 2019. Depois de mais uma década de parceria com a Renault, a equipe austríaca — terceira colocada no Mundial de Construtores em 2018 — vai contar com os motores Honda a partir deste ano. Também há alteração na dupla de pilotos: o francês Pierre Gasly substituirá o australiano Daniel Ricciardo, de saída para a Renault, fazendo dupla com o holandês Max Verstappen.
 
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