Ex-membro expõe ação direta de presidente da FIA em “perseguição” a pilotos por palavrões

Era desejo pessoal de Mohammed Ben Sulayem que os pilotos fossem punidos por palavrões proferidos na Fórmula 1. A declaração foi feita por Tim Mayer, que foi demitido do cargo de comissário-chefe da Fórmula 1 pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), entidade que regula o esporte e é presidida por Ben Sulayem.

A polêmica começou depois que Ben Sulayem pediu aos pilotos para evitarem o uso de palavrões no rádio. Verstappen, então, usou o termo “fodido” para se referir ao RB20 em resposta a uma pergunta da coletiva realizada durante a passagem da F1 por Singapura e cutucou a entidade.

Só que a atitude não passou despercebida, e a FIA puniu o #1 com “realização de trabalhos de interesse público”. Depois foi a vez de Charles Leclerc também soltar um palavrão na coletiva pós-GP da Cidade do México. O monegasco foi multado em € 10 mil (R$ 63 mil, na cotação do dia).

Nas palavras de Mayer, o mandatário “se envolveu diretamente” na exposição das próprias opiniões quanto ao linguajar dos pilotos em sessões oficiais da FIA. O agora ex-integrante da federação explicou que os palavrões são tecnicamente proibidos, mas “perseguir os pilotos” é outra questão.

“É opinião dele de que os pilotos precisam ser punidos por xingamentos, e o que aconteceu desde então reflete isso”, disse Mayer ao site da emissora britânica BBC.

“Houve momentos em que ele se envolveu diretamente na divulgação das próprias opiniões. Não diretamente com os comissários, mas por meio da equipe dele”, salientou.

Em seguida, Mayer explicou que “parte do trabalho dos comissários é fazer cumprir a política da FIA sobre as regras”. “Tecnicamente, os palavrões são proibidos, portanto, não é injusto. Agora se é sensato perseguirmos os pilotos por causa de palavrões leves é outra questão”, pontuou.

“A maioria dos pilotos tem o inglês como segundo, terceiro ou quarto idioma e todas as crianças que andam de kart no mundo aprendem essa palavra pela primeira vez em inglês. Há outras maneiras de lidar com esse tipo de coisa, a menos que o desejo seja mostrar a força”, concluiu.

Por conta das punições, a Associação de Pilotos de Grand Prix (GPDA) emitiu carta cobrando respeito à FIA e lembrando que os competidores “são adultos”. A entidade, todavia, não respondeu, atitude que deixou George Russell, diretor da associação, surpreso.

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