F1 cogita rodada dupla em Austin, Indianápolis e até Catar se GP no Brasil for cancelado

Segundo a revista alemã Auto Motor und Sport, a Fórmula 1 está diante de um grande quebra-cabeças para tentar garantir a temporada 2021 com 23 corridas, como planejado desde o início para amenizar as perdas do ano passado em razão da pandemia. A etapa do Brasil, marcada para São Paulo, segue em risco

Acidente do líder, erro do campeão e vitória de Pérez: os melhores momentos do GP do Azerbaijão (GRANDE PRÊMIO com Reuters)

O recente cancelamento do GP de Singapura, em razão das restrições por conta da pandemia de Covid-19, trouxe um novo desafio à Fórmula 1 para buscar alternativas e garantir uma temporada de 23 corridas em 2021, grande objetivo do Liberty Media para amenizar as perdas financeiras registradas no ano passado. Mas além da prova na cidade-estado, que não será realizada pelo segundo ano consecutivo, pairam dúvidas sensíveis sobre o GP da Austrália, ainda em rígido regime de isolamento justamente para não deixar o novo coronavírus se espalhar pelo país, e também sobre o GP de São Paulo de F1, uma vez que o Brasil é um dos grandes epicentros da pandemia.

Segundo informa a revista alemã Auto Motor und Sport, a Fórmula 1 está diante de um grande quebra-cabeças porque o cenário global em relação à Covid-19 está sujeito a muitas mudanças, ocasionadas principalmente pelo surgimento de novas cepas do coronavírus. Ainda que a situação caminhe quase para a normalidade na Europa — a Áustria, por exemplo, cogita casa cheia para a corrida em 4 de julho —, Oriente Médio e nos Estados Unidos em razão da vacinação avançada, o quadro é muito distinto, especialmente na América Latina, mas também no Japão e Turquia.

O próprio GP da Turquia, que aconteceria neste próximo fim de semana — e que, por sua vez, substituiria o GP do Canadá —, logo após a etapa da Fórmula 1 no Azerbaijão, foi cancelado porque o país entrou para a lista vermelha do governo britânico, que não recomendou viagens neste caso por conta do avanço da pandemia. Com sete das dez equipes do grid baseadas na Inglaterra (Mercedes, Red Bull, Aston Martin, Williams, McLaren, Alpine e Haas), não foi possível a realização da corrida em Istambul.

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Segundo a Auto Motor und Sport, o Indianápolis Motor Speedway é cogitado para voltar a receber uma etapa da F1 (Foto: Joe Skibinski/IndyCar)

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Entretanto, a mesma Turquia pode voltar ao calendário em 2021. O país, que surgiu como alternativa às corridas e voltou a receber uma etapa do Mundial no ano passado, não está de todo descartado. Istambul negocia com a Fórmula 1 para ocupar a lacuna deixada pelo GP de Singapura.

Curiosamente, nenhum dos dois circuitos tradicionais da Fórmula 1 localizados na Alemanha, Nürburgring e Hockenheim, é cotado como alternativa para receber uma etapa nesta temporada.

Questionado pela publicação alemã no fim de semana do GP do Azerbaijão, Stefano Domenicali, presidente e CEO da Fórmula 1, limitou-se a dizer. “O planejamento está mais difícil do que no ano passado. As regulamentações de viagens quarentena estão mudando constantemente”.

Em princípio, o cronograma previa um período de três finais de semana seguidos de corrida com GP da Rússia em 26 de setembro, Singapura em 3 de outubro e Japão, no dia 10.

A grande dúvida nesta ‘perna’ do calendário, então, é justamente sobre o Japão. Segundo a publicação alemã, a corrida em Suzuka só tem chances de acontecer se os Jogos Olímpicos de Tóquio forem realizados. E como ainda não existe 100% de certeza sobre o evento, a Fórmula 1 estuda dois países como alternativa: Sepang, na Malásia, que recebeu a F1 em 19 oportunidades, entre 1999 e 2017, e Xangai, na China, que ficou sem sediar seu GP nos dois últimos anos por conta das restrições do país sobre eventos esportivos durante a pandemia. O fato é que a F1 jamais anunciou o cancelamento do GP da China em 2021, o que abre a possibilidade para um novo encaixe no calendário.

Há também grandes preocupações na Fórmula 1 sobre os GPs da Austrália e de São Paulo, nova nomenclatura da corrida realizada em Interlagos. A Auto Motor und Sport não menciona o GP da Cidade do México como ameaça em termos de cancelamento — recentemente, promotores locais garantiram a realização da prova, marcada para 31 de outubro.

Sobre a Austrália, o principal ponto é a rígida política de quarentena no país para evitar ao máximo a entrada do novo coronavírus e suas respectivas variantes. Atualmente, a Austrália só permite viagens apenas para a Nova Zelândia, país insular próximo e que também obteve enorme êxito com as restrições adotadas para conter a expansão da Covid-19.

E no Brasil, país que vive um processo de vacinação ainda muito lento — cerca de 10% da população foi vacinada com a segunda dose, necessária para que seja alcançada a imunização —, a proximidade da chamada terceira onda e o risco de novas variantes tornam o cenário extremamente complexo e incerto.

Desta forma, a Fórmula 1 estuda várias alternativas para ocupar as datas do GP de São Paulo, marcado para 7 de novembro, e o da Austrália, 15 dias depois. Duas dessas opções estão nos Estados Unidos: uma segunda corrida em Austin, no Circuito das Américas — a primeira corrida no Texas está marcada para 24 de outubro —, mas até mesmo uma corrida em Indianápolis é estudada. O circuito misto do Indianápolis Motor Speedway recebeu a F1 entre 2000 e 2007.

A Fórmula 1 pensa em uma segunda corrida no Bahrein, aproveitando assim a proximidade com Arábia Saudita e Abu Dhabi, palco das duas últimas etapas da temporada, nos dias 5 e 12 de dezembro, mas também considera até mesmo um palco inédito: Losail, no Catar, circuito que realizou as etapas de abertura de temporada da MotoGP nos últimos anos.

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