Massa recorda 2008 e define batida proposital de Piquet como “malandragem” e “sacanagem”
Felipe Massa definiu o GP de Singapura de 2008 e tudo o que aconteceu nele como a “frustração maior que tenho na minha vida como piloto”. O brasileiro, hoje na Stock Car, disse em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que a batida proposital provocada por Nelsinho Piquet “tirou o título” daquela temporada
No último fim de semana, Felipe Massa voltou a Interlagos para fazer a segunda etapa da temporada 2021 da Stock Car e lá somou seus primeiros pontos e seu primeiro top-10 na principal categoria do automobilismo brasileiro. Também foi no lendário autódromo paulistano que o piloto, hoje com 40 anos, viveu alguns dos momentos mais marcantes da carreira, como as duas vitórias correndo pela Ferrari na F1, em 2006 e 2008. Nesta última, mesmo com o triunfo, Felipe, em lágrimas, viu Lewis Hamilton campeão do mundo por apenas 1 ponto de diferença e depois de ter feito a famosa e decisiva ultrapassagem em cima da Toyota de Timo Glock nas curvas finais. A chance de título era clara, mas não foi perdida em São Paulo e, sim, em Singapura, onde Massa foi indiretamente prejudicado pela batida proposital de Nelsinho Piquet na curva 17 durante a volta 14 da prova.
O escândalo ainda está na retina de muitos amantes da Fórmula 1. Massa liderava o GP de Singapura, corrida noturna que estreava no calendário em 2008, quando a direção de prova acionou o safety-car em razão de uma forte batida de Nelsinho Piquet, então piloto da Renault, que chocou a traseira do carro contra o muro. Fernando Alonso, seu companheiro de equipe, se antecipou a todos e fez seu primeiro pit-stop na volta 12, duas antes do incidente.
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Com a entrada do SC, Felipe, Hamilton e Kimi Räikkönen, segundo e terceiro até então, respectivamente, fizeram seus pit-stops. Só que Felipe levou enorme azar em razão da mangueira de reabastecimento que ficou presa ao carro. Sem a devida sinalização da equipe, Massa arrancou com o carro e com a mangueira presa a ele. O brasileiro perdeu mais de 2 minutos no pit-lane e viu as chances de vitória naufragarem.
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Alonso assumiu a liderança de forma definitiva na volta 34, após as paradas para trocas de pneus e reabastecimento de Nico Rosberg e Jarno Trulli e triunfou em Singapura. Rosberg, que na época era piloto da Williams, foi o segundo, enquanto Hamilton, que lutava diretamente pelo título com Massa, foi o terceiro com o carro da McLaren. O bicampeão do mundo jamais admitiu que sabia da ação orquestrada por Nelsinho e o chefe da Renault, Flavio Briatore.
Em entrevista veiculada pelo jornal Folha de S.Paulo, Massa foi perguntado se sentia frustração por ver a grande conquista da carreira lhe escapar por apenas 1 ponto, mesmo com a vitória em Interlagos.
“De jeito nenhum. Eu venci a corrida. Para mim, a vitória era o que mais me interessava. O meu trabalho eu fiz. Se aconteceu de eu não chegar aos pontos [para o título], não foi por culpa minha. Então, eu sou um cara muito feliz pela luta que tive em 2008”, disse.
O que mudou mesmo a sorte de Massa, na visão do próprio piloto, foi justamente o que aconteceu na cidade-estado. “Para mim, a frustração maior que eu tenho na minha vida como piloto é a corrida de Singapura, por tudo aquilo que aconteceu, que não é esporte. Foi uma malandragem, uma sacanagem. Isso, sim, me tirou o título”, disparou.
Massa disse que ouviu de Nelsinho Piquet a confissão sobre a batida proposital, mas que, para o ex-piloto de Ferrari e Williams na F1 e hoje na Lubrax Podium na Stock Car, nada vai mudar o que aconteceu naquela noite de 28 de setembro.
“Perguntei para ele antes de ele falar [publicamente, admitindo a ação intencional], e ele falou. Mas, para falar a verdade, o que aconteceu, aconteceu. O que adianta ir conversar com a pessoa? Eu tenho apenas tristeza por aquilo que aconteceu”, concluiu.
Curiosamente, Massa e Nelsinho hoje competem juntos novamente, agora, na Stock Car. Com os pontos somados na rodada dupla de Interlagos, Felipe tem 22 tentos no campeonato e está em 18º, enquanto Piquet, com 9 pontos na tabela, está em 23º. O líder é o tricampeão Daniel Serra, com 68.
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