Ferrari teve tempo e pediu a Leclerc para não entrar nos boxes, revela rádio

O abandono de Esteban Ocon, na reta final do GP da Inglaterra de Fórmula 1, deu tempero adicional a uma corrida já épica. E a quebra do francês, a 12 voltas do fim da corrida em Silverstone, mais uma vez colocou a Ferrari no centro das atenções.

Com safety-car em ação, Carlos Sainz, Sergio Pérez e Lewis Hamilton, assim como todos, foram aos boxes para encaixarem uma última sequência no circuito de pneus macios. Então líder da disputa, Charles Leclerc, por sua vez, ficou na pista – o que eventualmente tirou do monegasco a chance de tentar a vitória e, sequer, pódio.

“A janela do safety-car está fechada. Permaneça na pista”, informou à ocasião o engenheiro de Leclerc, Xavier Marcos Padros, repetindo as duas frases por mais de uma vez.

Depois da corrida, ao ser perguntado pelo motivo de não ter parado, Leclerc desabafou. “Nós poderíamos ter feito isso, mas me disseram para permanecer na pista”, afirmou, confirmando que tal decisão da Ferrari foi um dos tópicos de assunto da conversa com Mattia Binotto após a prova.

Sim, teve D.R. O monegasco foi visto em um ‘tête-à-tête’ com o chefe da Ferrari – este que, segundo o piloto, quis animar o próprio comandado. “Temos que olhar o cenário todo. Do meu lado, só tenho a minha corrida – e, do meu lado, sinto que perdi muito tempo. Esta é apenas a minha visão, mas eu não vi o quadro completo. Não quero que o foco seja direcionado para minha corrida decepcionante. Meu companheiro de equipe venceu sua primeira corrida na Fórmula 1 e isso é muito especial”, disse Leclerc.

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Binotto, por sua vez, evitou polêmicas. “Simplesmente disse a ele: ‘eu entendo sua decepção, mas você fez uma corrida fantástica hoje’. Ele estava lutando no início e mais tarde na corrida também, quando não estava com pneus macios. A maneira como ele estava pilotando, protegendo a posição, foi incrível. Então, estar feliz é difícil, mas ficar calmo e positivo é importante”, revelou.

Segundo a Sky Sports, a Ferrari teve aproximadamente 11 segundos para decidir se Leclerc iria aos boxes ou não. E conforme revelado pelo chefe da escuderia italiana depois da etapa em Silverstone, a opção por não parar o monegasco teve razão estratégica.

“Nós pensamos que uma parada dupla seria impossível de ser feita, então tivemos que tomar uma decisão. Escolhemos Carlos (Sainz) para ir aos boxes porque Charles (Leclerc) estava à frente e seus pneus, mais novos e frescos. Estávamos contando que os macios iriam se degradar mais rapidamente”, contou Binotto.

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Tal percepção da limitação dos compostos de faixa vermelha, de fato, existia na Ferrari. Após frear o suficiente para entrar nos boxes e receber ordens de permanecer no circuito, Leclerc completou uma volta e, com o safety-car a sua frente, teve a seguinte interação com seu engenheiro.

“Ainda posso parar?”, questionou o piloto, que recebeu “é tarde demais agora” como resposta. Xavier Marcos Padros informou, então, que tanto Sainz quanto Lewis Hamilton estavam com pneus macios – mas que tais compostos seriam “0s5 mais rápidos na primeira volta, e depois, alta degradação”.

De qualquer maneira, a Ferrari vai ter chance de se redimir dos acontecimentos do GP da Inglaterra já neste fim de semana. É quando a temporada 2022 da Fórmula 1 retorna, em Spielberg, para o GP da Áustria dos dias 8-10 de julho.

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