FIA admite que não investigou dutos de freio da Racing Point antes da temporada

O diretor-técnico da FIA, Nikolas Tombazis, explicou que a investigação inicial focou em outras áreas do carro e deixou de lado os dutos de freio que agora são contestados pela Renault

A Federação Internacional de Automobilismo confirmou, nesta sexta-feira (17), que não inspecionou detalhadamente os dutos de freios da Racing Point quando realizou uma investigação sobre a legalidade da ‘Mercedes rosa’ antes do começo original da temporada, ainda em março. É exatamente esta parte que foi protestada pela Renault após o GP da Estíria do último fim de semana.

As suspeitas com relação ao carro da Racing Point, quase uma cópia da versão 2019 da Mercedes campeã mundial, levantou suspeitas durante os testes coletivos de pré-temporada, em fevereiro, e fez com que a FIA fosse até a fábrica de Silverstone inspecionar o projeto.

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Na ocasião, a conclusão da FIA foi que a Racing Point não recebeu uma descrição das peças originais das mãos da Mercedes. Isso, sim, seria considerado ilegal para as duas fábricas. Pelo contrário: a futura Aston Martin fez o que a FIA chamou de engenharia reversa, estudando por imagens e dados do carro prateado o ano inteiro para replicar. A FIA ficou satisfeita e considerou o carro legal.

Entretanto, a Renault argumentou, em seu protesto, que a Racing Point utilizou informações protegidas como propriedade intelectual, no caso os dutos de freio da Mercedes 2019, em seus carros de 2020.

O diretor-técnico da FIA, Nikolas Tombazis, admitiu que a equipe francesa pegou um ponto-cego da investigação anterior.

“Ouvimos algum barulho das equipes em fevereiro e decidimos investigar antes da Austrália, então fomos à fábrica da Racing Point. Focamos primariamente no restante do carro, não nos dutos de freio, felizmente ou infelizmente. O restante do carro era bem semelhante, e o resto do carro era original ano passado e esse ano, então não havia desculpas”, explicou.

“Se o resto do carro tivesse sido por Desenho Assistido por Computador (CAD, na sigla em inglês), seria totalmente ilegal. Na realidade, implicaríamos Mercedes e Racing Point de maneira pesada. Então, quando fomos lá avaliar, olhamos especialmente para o restante do carro e saímos convencidos que a Racing Point é plausível quando fala do processo de tirar fotografias e realizar engenharia inversa”, opinou.

“Diria até mais: eles mostraram como fizeram tudo e ficamos satisfeitos com o processo que seguiram. Então, nessa discussão não entramos nos detalhes dos dutos de ar. Não estou dizendo necessariamente que foi o certo, talvez tivéssemos de entrar mais nessa área, mas estávamos avaliando o carro completo e as partes tradicionalmente listadas como originais”, contou.

Com relação especificamente ao duto, reiterou que há uma discussão em curso.

“Certamente temos algumas opiniões sobre os dutos de ar, e estamos discutindo internamente porque há exigências legais e regulatórias a avaliar. O protesto da Renault concentra especificamente na parte mais completada – asa dianteira, bico ou o difusor e tudo isso, digamos que é relativamente fácil, e foi nisso que focamos em fevereiro e março”, falou.

“Se achássemos que eles receberam informações sobre o difusor, por exemplo, então Mercedes e Racing Point estariam em problemas sérios, eu diria”, finalizou.

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