FIA ajusta regra e proíbe sistema de frenagem assimétrica a partir do GP dos Países Baixos
A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) ajustou o artigo referente ao sistema de freios na tentativa de barrar mecanismos que distribuam a pressão nas frenagens de forma diferente entre as rodas para auxiliar o piloto em curvas lentas
A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) decidiu fazer um ajuste no artigo 11.1.2 do Regulamento Técnico antes do retorno das atividades da temporada 2024 da Fórmula 1. A partir do GP dos Países Baixos, que acontece neste final de semana, qualquer sistema de frenagem assimétrica passa a ser proibido na competição.
Com o retorno do efeito-solo à categoria, em 2022, os carros atuais tendem a sair mais de frente em curvas lentas, consequência também diretamente ligada à distribuição do peso. Uma solução para resolver o problema é gerar mais downforce na asa dianteira, trazendo mais estabilidade, só que essa medida compromete a performance em curvas rápidas.
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É aí que entra o sistema de freios, já que o equilíbrio de frenagem entre os eixos dianteiro e traseiro auxilia o piloto a controlar o comportamento do carro dependendo da circunstância de pista. No caso do sistema assimétrico, a ideia é que a força de frenagem seja maior em uma das rodas de trás, ajudando o carro a fazer a tomada de curva com muito mais aceleração e sem subvirar.
Suponhamos que o piloto vá fazer uma curva para a esquerda. O sistema, então, faz com que a pressão na roda traseira direita (pelo lado de fora) seja menor, enquanto a traseira esquerda (pelo lado de dentro) sofre maior pressão. Nas tomadas à direita, acontece o contrário. E isso também ajuda a amenizar o desgaste dos pneus e reaceleração.
O texto atualizado do artigo 11.1.2 agora diz que “qualquer sistema ou mecanismo que possa produzir frenagem estrutural ou deliberadamente assimétrica para qualquer eixo é proibido”. A alteração foi oficialmente aprovada pelo Conselho Mundial de Automobilismo da FIA em 31 de julho.
A medida, segundo a imprensa europeia, é uma tentativa da entidade de evitar o retorno do ‘brake steer‘ (direção de freio, em tradução livre) criado pela McLaren em 1997 e que permitia uma roda do mesmo eixo frear mais que a outra, sobretudo na traseira e em curvas onde os pilotos deveriam acelerar. Mas a proibição levantou suspeitas de que o real motivo fosse uma possível irregularidade no carro da Red Bull.
Entre os GPs da China e de Miami, a FIA publicou nova versão do regulamento técnico, porém sem a determinação quanto ao sistema de freios. Mesmo assim, a queda de rendimento dos taurinos indicou uma possível modificação na frenagem, ainda que a proibição não estivesse em vigor.
Só que o time austríaco também cobrou à FIA fiscalização no carro da McLaren, segundo a revista alemã Auto Motor und Sport. O time de Andrea Stella estaria utilizando um buraco extra nos painéis dos freios dianteiro e traseiro, o que fere o regulamento.
Vale lembrar que todas as equipes possuem essas entradas para sensores que medem a temperatura dos aros e, portanto, também dos pneus, mas a Red Bull acredita que a McLaren teria criado um buraco extra para ajudar na refrigeração durante as corridas. Isso ainda explicaria o baixo desgaste de pneus dos carros papaia.
A Fórmula 1 volta às pistas neste fim de semana, entre os dias 23 e 25 de agosto, para o GP dos Países Baixos, em Zandvoort.
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