FIA vê “nenhum novo elemento” e rejeita pedido de revisão da Haas para GP dos EUA

A FIA demorou dois dias para chegar ao fim da audiência sobre o pedido de revisão da Haas para GP dos Estados Unidos. Quando terminou, disse um 'não'

A audiência da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) com as quatro equipes envolvidas no pedido de revisão da Haas para o resultado do GP dos Estados Unidos chegou ao fim na tarde desta quinta-feira (9). Após uma longa reunião, a decisão saiu rapidamente: o pedido foi negado pelo órgão máximo do automobilismo internacional.

A Haas teria de provar não apenas que as infrações foram cometidas, mas que as evidências para a reclamação estavam indisponíveis no período de 48 horas após o fim da corrida. É neste ponto que a FIA resolveu se pegar e bater o martelo: o pedido foi feito duas semanas depois ainda que os elementos de avaliação estivesse à disposição logo de cara.

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“Não há elementos novos, que sejam significativos e relevantes, e que estavam inacessíveis à Haas no momento da decisão”, afirmou a FIA em documento.

O chefe da Haas, Guenther Steiner, acreditava que esse era o caso. os comissários não tinham a informação: claramente, não podiam agir. Entendo isso completamente. Mas a informação existe agora, e veremos o que faz a FIA com isso. Acho que precisa agir, porque, se não for assim, são só regras escritas com as quais não se faz nada. É minha opinião”, afirmou à revista inglesa Autosport. “Respeito totalmente que eles não tinha visto as imagens e, deste jeito, como poderia definir [punições] com certeza? Mas agora as evidências são claras”, apontou.

A FIA, entretanto, concluiu que nenhuma das informações era novidade. Assim, definiu que a Haas não teve algo novo para demonstrar.

Com isso, a Haas continua zerada na corrida dos EUA, com Nico Hülkenberg na 11ª colocação. O top-10 está mantido com Max Verstappen, Lando Norris, Carlos Sainz, Sergio Pérez, George Russell, Pierre Gasly, Lance Stroll, Yuki Tsunoda, Alexander Albon e Logan Sargeant.

Guenther Steiner sofreu derrota nos tribunais da FIA (Foto: Haas F1 Team)

Com relação ao pedido de punição específicos da Haas, confira as conclusões da FIA:

Alexander Albon

“A filmagem não é relevante. As evidências disponíveis para os comissários não foram suficientes para fornecer precisão e consistência (ou seja, para cada carro em cada volta) para penalizar quaisquer violações [dos limites da pista] que ocorreram na curva 6. Infrações sobre limites da pista são quase universalmente aplicadas com base nas principais evidências de vídeo de um ponto fixo”, apontou.

“As câmeras de resolução adequadas são posicionadas para ver claramente a posição de um carro em relação ao limite da pista. A câmera CCTV da curva 6 não atendeu a esse padrão, pois não cobria o ápice do canto. As câmeras integradas só são úteis para verificar uma violação ao visualizar um carro na frente do carro com câmera, e não da onboard em si. Os comissários acreditavam que não poderiam concluir com precisão e consistência se uma violação ocorreu por cada carro em cada volta”, explicou.

Logan Sargeant, Sergio Pérez e Lance Stroll

“As imagens onboard não são novas e estavam à disposição da Haas, bem como dos comissários no momento da decisão”, garantiu.

“Os elementos apresentados não são significativos nem relevantes em relação à decisão solicitada para revisão. Uma petição de revisão pede para a classificação final ser revista. A Haas afirmou que o objetivo desta petição era que os comissários tomassem medidas sobre supostas infrações de limite de pista por parte dos carros #2, #11 e #18, [casos] em que nenhuma decisão fora tomada pelos comissários durante a corrida”, continuou.

“Os comissários reafirmam que o pedido de revisão da classificação final deve dizer respeito à própria classificação. Não é possível exercer o direito de revisão da classificação final para questionar decisões tomadas antes dela. Isso também se aplica a incidentes para os quais nenhuma decisão foi tomada durante um evento. A abordagem para levantar supostas demonstrações de soluções concorrentes durante uma corrida é um protesto como foi feito, por exemplo, pela Aston Martin em 2023 no GP da Áustria. O Direito de Revisão destina-se a permitir que os concorrentes solicitem uma revisão para decisão formal tomada pelos comissários à luz de qualquer nova prova que não estava disponível para a parte que solicitou a revisão no momento da decisão”, proferiu.

“Não obstante o resultado formal desta decisão, os comissários viram evidências individuais que mostram o que parecem ser possíveis violações do limite de pista no ápice da curva 6. Eles entendem sua incapacidade de aplicar adequadamente o padrão atual para limites de pista para todos os concorrentes e recomendam que uma solução para evitar novas ocorrências seja implantada”, colocou, admitindo dificuldades para julgar infrações de limites de pista.

Sergio Pérez escapou de punição nos EUA (Foto: Red Bull Content Pool)

Entenda o caso

No começo do fim de semana do GP de São Paulo, a Haas anunciara o recurso junto à FIA para pedido de revisão do resultado da corrida de Austin, duas semanas antes, por entender que houve um desrespeito coletivo aos limites de pista que passou ao largo dos comissários.

A FIA aceitou o caso inicialmente e partiu para a fase de averiguação. Como a indagação da Haas era por punição a Sergio Pérez, Lance Stroll, Alexander Albon e Logan Sargeant, a federação chamou a equipe americana junto de Red Bull, Aston Martin e Williams para uma reunião virtual que começou na quarta-feira e terminou nesta quinta-feira.

A questão dos limites de pista, que já foi uma dor de cabeça para a Fórmula 1 em etapas como Áustria Catar, voltou a aparecer nos EUA. De acordo com os sensores, 35 incidentes relacionados à regra foram identificados, mas apenas Alexander Albon foi punido, com 5s.

A questão é que a Haas analisou as câmeras onboard de todos os carros que disputaram a etapa americana e encontrou um número muito maior de infrações, o que motivou a equipe a buscar uma apelação junto à entidade. Vale lembrar que, após o fim da corrida, imagens do RB19 de Sergio Pérez indicaram que o mexicano também passou por fora dos limites na curva 6 cerca de 21 vezes.

Ainda segundo o time americano, três outros pilotos também escaparam ilesos: Logan Sargeant deveria ter recebido três penalidades de 5s, Lance Stroll outras 19 de 5s, e Pérez, na avaliação da Haas, incríveis 22 punições de 5s. E Albon deveria ter recebido outros 15s de punição, totalizando 20s ao fim da corrida. Por isso, a FIA enviou um comunicado para Williams, Aston Martin e Red Bull comparecerem a uma reunião por vídeochamada.

Segundo o diretor de prova Niels Wittich, a qualidade das imagens produzidas pela câmera da curva 6 dificultou a análise da FIA, e não foi possível definir claramente se os pilotos excederam os limites naquele ponto.

Caso o protesto da equipe fosse aceito, a ordem da classificação final ficaria da seguinte forma: Verstappen, Norris, Sainz, Russell, Gasly, Tsunoda, Hülkenberg, Valtteri Bottas, Sargeant e Pérez.

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