Briatore explica desinteresse de equipes de ponta em Sainz: “Mudança geracional”

Depois de quatro temporadas vestindo o macacão vermelho da Ferrari, Carlos Sainz teve de abrir passagem para a chegada de Lewis Hamilton, que se despediu da Mercedes após 12 anos de parceria. Embora seja talentoso, nenhuma outra equipe do atual top-4 da Fórmula 1 demonstrou qualquer interesse em contar com o espanhol, e Flavio Briatore, conselheiro executivo da Alpine desde junho, explicou o porquê.

Ainda que a McLaren não tivesse nenhuma vaga disponível, já que tanto Lando Norris quanto Oscar Piastri renovaram recentemente os respectivos contratos, Toto Wolff, por sua vez, esnobou o madrilenho e escolheu Andrea Kimi Antonelli para forma dupla com George Russell na Mercedes. A Red Bull, mesmo com Sergio Pérez fortemente pressionado, acabou anunciando, nesta quinta-feira (19), Liam Lawson ao lado de Max Verstappen em 2025.

Sem muitas opções na mesa, Sainz acabou aceitando o projeto de James Vowles e concordou em ajudar Alexander Albon a alavancar a Williams nos próximos anos. O próprio Briatore, inclusive, admitiu que chegou a negociar com o #55 em determinado momento, mas não viu sentido em investir em um piloto que “não acredita no projeto” do time francês.

Mas ao falar especificamente sobre a recusa das equipes da parte de cima do Mundial de Construtores, Flavio citou os jovens talentos que estão chegando à F1 e apontou que todos estão interessados em dar oportunidades à nova geração. Piastri e Oliver Bearman, futuro titular da Haas em 2025, foram usados como exemplos para embasar tal afirmação.

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“Agora é hora de uma mudança geracional. Sainz é um piloto muito bom. Mas quando ele estava no mercado, nenhuma das principais equipes o quis. Eles preferem focar em pilotos jovens. Toto Wolff em Antonelli, Christian Horner em Lawson”, disse em entrevista à revista alemã Auto Motor und Sport. “Os pilotos mais jovens têm mais fome do que alguém que tem esposa, dois filhos e 30 ou 40 milhões no banco. Até Enzo Ferrari disse que os pilotos ficam mais lentos quando têm filhos”, continuou.

“Acho que a ascensão de Piastri fez as pessoas pensarem. Bearman entra em uma Ferrari durante a noite e faz uma ótima corrida. Os jovens pilotos estão muito mais bem treinados. E a pressão competitiva é maior. Na Fórmula 2, você está em primeiro lugar hoje e em 14º amanhã. Hamilton ou [Nico] Rosberg costumavam vencer 70% de todas as corridas”, explicou Briatore.

“Quando [Michael] Schumacher veio até nós [na Benetton], ele ainda não tinha experiência. Primeiro mandamos Fernando [Alonso] para a Minardi. Verstappen nem tinha carteira de motorista quando começou na Toro Rosso“, concluiu, citando casos do passado para mostrar como, em sua opinião, os jovens atuais ficam aptos mais rápido para assumir um carro de uma grande equipe.

A Fórmula 1 está oficialmente de férias e dá adeus a 2024. A próxima atividade é a sessão de testes coletivos de pré-temporada, marcada para os dias 26, 27 e 28 de fevereiro, no Bahrein. A temporada 2025 começa com o GP da Austrália, entre os dias 14 e 16 de março.

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