Fórmula 1 anuncia cancelamento dos GPs do Azerbaijão, Singapura e Japão em 2020

Em razão da pandemia do novo coronavírus, a Fórmula 1 confirmou que mais três corridas outrora previstas para a temporada deste ano foram riscadas do calendário. Pela primeira vez desde 1987, o GP do Japão não vai ser realizado. A prova em Suzuka acompanha as de Baku e de Singapura na lista dos novos cancelamentos em 2020

No começo da manhã desta sexta-feira (12), a Fórmula 1 confirmou que mais três corridas foram canceladas do calendário original previsto para a temporada 2020. Os GPs do Azerbaijão, Singapura e Japão não vão acontecer neste ano em razão das consequências da pandemia do novo coronavírus. Já haviam sido cancelados os GPs da Austrália, Mônaco, Holanda e França, enquanto as etapas do Bahrein, Vietnã, China e Canadá, adiadas, ainda não têm data definida no calendário revisado que a F1 pretende anunciar nas próximas semanas.

A única certeza no momento fica com as oito corridas já anunciadas pela Fórmula 1, todas na Europa e com portões fechados, com o começo da temporada agendado para a Áustria no próximo dia 5 de julho. A expectativa do Liberty Media, empresa dona da categoria, é que o campeonato tenha entre 15 e 18 corridas, assegurando que a temporada vai ser encerrada em meados de dezembro em Abu Dhabi.

Singapura está fora do calendário da F1 pela primeira vez desde que entrou na categoria, em 2008 (Foto: Mercedes)

A F1 trabalha com a possibilidade de anunciar o complemento do calendário pouco antes do começo da temporada no Red Bull Ring.

Em comunicado, a Fórmula 1 revelou os motivos que culminaram com o cancelamento das três etapas citadas. “Como resultado dos desafios contínuos apresentados pela Covid-19, nós e os promotores no Azerbaijão, Singapura e Japão tomamos a decisão de cancelar suas corridas para a temporada 2020”.

“Essas decisões foram tomadas devido aos diferentes desafios que os nossos promotores enfrentam nesses países. Em Singapura e no Azerbaijão, os longos prazos necessários para a construção dos circuitos de rua impossibilitaram a realização dos eventos durante um período de incerteza. E, no Japão, restrições contínuas de viagens também levaram à decisão de não prosseguir com a corrida”, explicou.

“Ao mesmo tempo, fizemos um progresso significativo com os promotores existentes e novos no calendário revisado e fomos particularmente encorajados pelo interesse demonstrado por novos locais em sediar uma corrida de F1 durante a temporada 2020. Agradecemos, ainda que seja um momento de incerteza e complexidade em todo o mundo, e continuaremos a garantir que continuemos com a temporada 2020 de maneira cautelosa e flexível. Temos planos de segurança detalhados e robustos para garantir o início de temporada da forma mais segura possível”, concluiu a categoria.

A organização do GP do Japão, em nota, justificou o cancelamento da corrida deste ano, seguindo os passos de procedimento semelhante adotado por Motegi para a não-realização da etapa da MotoGP no país na temporada. “Examinamos cuidadosamente a situação em relação à disseminação do coronavírus no Japão e no exterior e as medidas preventivas em cada região. No entanto, atualmente, não há perspectivas de levantar restrições às viagens ao exterior. Decidimos cancelar o evento devido à natureza do evento que envolve um movimento de larga escala internacionalmente”.

GP do Japão? Só em 2021 (Foto: Suzuka Circuit)

Já os promotores do GP de Singapura haviam dito que não consideravam a realização da prova com portões fechados. Colin Syn, vice-presidente do evento, se pronunciou sobre o cancelamento. “Os últimos meses foram extremamente desafiadores em todas as frentes. E agora tomamos essa difícil decisão que a F1 e as nossas partes interessadas aceitam que tivemos de tomar. Em última análise, a saúde e a segurança dos nossos contratados e seus funcionários, público, staff da F1, trabalhadores e voluntários, são nossa prioridade número 1”, disse.

A administração do Circuito de Baku também ressaltou as dificuldades que levaram ao desfecho anunciado nesta sexta-feira. “Exploramos todas as oportunidades para encontrar uma forma de organizar o fim de semana de corrida em 2020 de uma maneira segura e responsável, de forma a priorizar a saúde de todos os envolvidos, proporcionando um grande espetáculo para fãs de todo o mundo. No entanto, agora ficou claro que isso não é mais viável dentro do prazo atual”.

“A incerteza contínua causada pela pandemia do coronavírus significa que a construção do nosso circuito de rua não pode ser garantida para ser cumprida com segurança e dentro do prazo. Além disso, as várias medidas de contenção que ainda estão sendo implementadas pelos governos em todo o mundo — e o impacto que elas causam nas viagens além-fronteiras — reduzem ainda mais as chances de realizar um fim de semana de corrida em Baku ainda neste ano. Portanto, isso nos deixou sem opção a não ser cancelar o GP do Azerbaijão em 2020. Nossa principal preocupação tem sido a saúde e o bem-estar do povo do Azerbaijão, bem como de todos os fãs da F1, funcionários e participantes do campeonato”, finalizou.

O cancelamento do GP do Japão significa que a F1 não terá, pela primeira vez desde 1987, uma corrida naquele que se consolidou como um dos palcos mais tradicionais da categoria. Já o GP do Azerbaijão é recente, com Baku recebendo a categoria desde 2016 — sendo neste ano como GP da Europa. E Singapura, que se tornou uma das grandes atrações da temporada por conta da corrida disputada totalmente à noite, interrompe assim um ciclo de 12 anos, iniciado em 2008.

Como vai ser o novo calendário?

Na última quinta-feira, Ross Brawn, diretor-esportivo da F1, deu detalhes da sequência da temporada depois da primeira ‘perna’ europeia. “As coisas estão mudando muito rápido, mas nós ainda temos tempo. Temos muitas opiniões distintas e estamos muito confiantes de que vamos ter uma grande segunda metade de temporada”. Uma possibilidade levantada por Brawn é a realização de uma etapa no Bahrein em um anel externo, quase um circuito oval.

“Há uma contingência de ter de ampliar a temporada europeia com uma ou duas corridas, se necessário. Acho que Bahrein e Abu Dhabi vão fechar a temporada, então é o que podemos ver no momento. Isso nos dá 10 [GPs]. Vamos procurar ao menos cinco ou seis boas corridas neste meio”, declarou o dirigente inglês, que confirmou a possibilidade de levar a F1 para circuitos como Hockenheim, Ímola e Portimão (Autódromo Internacional do Algarve, em Portugal), que não figuram no calendário original.

“Há várias boas pistas europeias que poderíamos encaixar uma ou duas corridas para garantir uma temporada abrangente. Não vamos declarar nada ainda, é um trabalho que está em curso”, finalizou.

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