Fornecedora de combustível carbono neutro do WRC mira F1 em 2026. E Vettel aprova

A P1 Fuels, que fornece combustível neutro em carbono para o Mundial de Rali, está conversando com equipes da Fórmula 1 e quer firmar parcerias a partir de 2026, quando entrará em vigor uma resolução da categoria que determina o uso de combustíveis totalmente sustentáveis

A fornecedora de combustível neutro em carbono P1 Fuels está conversando com algumas equipes da Fórmula 1 a fim de estabelecer parcerias que possam atender à resolução da categoria, que determina o uso de combustíveis totalmente sustentáveis a partir de 2026. A informação foi revelada nesta sexta-feira (13) pelo proprietário da empresa, Benjamin Pochammer, em entrevista à versão britânica do portal Motorsport.

As equipes da F1 possuem autonomia para escolherem as suas fornecedoras de combustível. Por exemplo, a Ferrari tem acordo com a Shell para este serviço, enquanto a Aston Martin abastece os seus carros com a Aramco. Aliás, a companhia petrolífera saudita possui contrato com a categoria para desenvolver um combustível novo, zero poluente, que estreará também em 2026. A P1 Fuels, portanto, deseja antecipar essa iniciativa e usar a categoria como vitrine para que os biocombustíveis possam ser adotados em carros populares.

“Estamos nos conhecendo. No momento, não há licitação na F1, porque a Aramco é a única neste campo. Porém, na F1, as equipes podem trabalhar com diferentes empresas de combustível. Na verdade, já temos algumas equipes da categoria que trabalham com outras empresas e desejam testar nossos produtos”, disse Pochammer.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

Fórmula 2 já tem utilizado o combustível neutro como neste para a Fórmula 1 (Foto: F2)

“Nós amamos corridas, por isso é tão emocionante. Mas estamos olhando para o mercado de massa. Queremos muito fazer a diferença. Nós realmente temos esta visão, e este é o primeiro passo, mas o segundo passo é chegar ao ponto de que todos possam usar esse tipo de combustível, porque essa é a visão que temos”, completou.

Atualmente, a P1 Fuels fornece combustível de forma exclusiva para o Mundial de Rali. Porém, a maior vitrine na F1 foi Sebastian Vettel, ex-piloto da Red Bull e da Aston Martin. No GP da Inglaterra de 2022, o alemão teve a oportunidade de fazer uma demonstração com o carro que deu o título mundial a Nigel Mansell em 1992 e usou o combustível neutro em carbono.

O tetracampeão mundial disse, na oportunidade, que o teste serviu para mostrar é possível “manter nossa história, patrimônio e cultura no automobilismo, mas de maneira mais responsável”. Entretanto, a iniciativa também foi vista como uma possível propaganda de Vettel à P1 Fuels, o que Pochammer negou.

▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

Vettel guiou histórico bólido de Mansell, no GP da Inglaterra de 2022, com combustível neutro em carbono (Foto: F1)

“Foi um desejo informal. Em 2015, ele disse: ‘Preciso fazer algo sobre o clima e quero correr’. Então, havia um ideal. Demorou alguns anos, mas agora mostramos que funciona em todos os motores. Os regulamentos estão aí e o mundo está realmente olhando para isso”, afirmou.

“Ele [Vettel] ama o que estamos fazendo. Ele não é um embaixador oficial, nem nada. Ele é um consumidor e, na verdade, onde quer que vá, ele diz: ‘Tudo bem, eu dirijo seu carro, mas apenas com [combustível da] P1’. Adoramos. Vettel realmente gosta desse assunto. Ele não está fazendo isso por nenhum outo motivo senão realmente a sua motivação para fazer algo”, finalizou.

A adoção de um combustível neutro em carbono vai ao encontro da necessidade de tornar a F1 menos poluente. As grandes potências mundiais têm olhado para este assunto com muita atenção nos últimos anos, inclusive com o Acordo de Paris, assinado em 2015, que abrange os países que representam cerca de 55% da emissão de gases de efeito estufa — que potencializam o aquecimento global, responsável por afetar os biomas e a sobrevivência de espécies no ambiente polar.

A F1 seguiu o mesmo caminho e estabeleceu normas para que, em 2027, a categoria possa alcançar a meta de 100% de uso de combustível sustentável. A Fórmula 2 e a Fórmula 3, neste ano, já estão testando as mudanças com o uso de um combustível 55% sustentável.

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.