Vasseur lamenta dificuldades para realizar testes na F1: “Impossível com teto de gastos”

Chefe da Ferrari, Frédéric Vasseur diss que o teto de gastos impede a antiga prática das equipes da Fórmula 1 de realizar testes privados para desenvolver seus carros

Em busca de um cenário mais competitivo e igualitário para todas as equipes, a Fórmula 1 introduziu um teto de gastos em 2021. O sistema impede que as grandes montadoras despejem uma quantidade de dinheiro muito maior que os times menores para desenvolver seus carros, gerando assim maior paridade no grid da categoria.

Dentre vários dos cortes de custos que tiveram que ser feitos pelas equipes de ponta, algo que foi abandonado foram os testes privados, que antes eram realizados com frequência para melhor entender o desempenho dos carros na pista. A Ferrari sempre utilizou suas instalações para realizar testes, mas, com a nova regulamentação, o cenário mudou.

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“Se o atual teto de gastos ficar igual, seria mais do que difícil reintroduzir os testes, porque o custo do teste é enorme”, disse Frédéric Vasseur, chefe da Ferrari. “Se você começar a fazer os testes, terá que produzir duas vezes mais motores, ter toneladas de quilometragem. Em um dia de teste, você percorre a distância de um fim de semana [de corrida], e isso significa que, se você fizer 20 dias de testes, é outra temporada em termos de peças”, explicou.

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F1 2023, GP DE MIAMI, CORRIDA, FRÉDÉRIC VASSEUR, FERRARI, AFP
Frédéric Vasseur lamentou fim dos testes privados na F1 (Foto: AFP)

Menos testes, menos dados e menos conhecimento para melhorar o carro. Com um 2023 pior do que 2022, a equipe italiana sofreu para entender as peculiaridades do SF-23. Vasseur lamentou não poder realizar mais testes, já que as informações vindas de simulador e túnel de vento muitas vezes não batiam com o que era visto nas pistas.

“Foi assim conosco [em 2023], quando você está com dificuldades, o fato de não ter nenhum dia de teste, é muito difícil se recuperar, e também é muito difícil melhorar quando a correlação entre simulador, túnel de vento e pista não é sempre boa”, relatou o francês.

Além das obstruções financeiras, Vasseur também ressaltou que há uma falta de tempo livre caso quisessem realizar testes privados. Não bastasse o calendário cada vez mais inflado da Fórmula 1, as equipes também precisam achar espaço para realizar os testes com os pneus da Pirelli, ficando sem janelas para possíveis testes.

SF-23 trouxe dores de cabeça para a Ferrari (Foto: Ferrari)

“Com o teto de gastos, acho que é impossível reintroduzir os testes. Nós poderíamos pensar em uma ou duas sessões, mas não esqueçamos que, paralelamente, temos os dias de testes da Pirelli e estamos fazendo muito pela Pirelli. Quando você olha para o calendário, não se trata apenas das corridas, temos três ou quatro sessões para dias de testes da Pirelli, e quando você precisa encontrar tempo para os testes da Pirelli, você diz: ‘Já é muito'”, reclamou o chefe da Ferrari.

Vasseur terá tempo para testes em breve, já que a pré-temporada da Fórmula 1 se aproxima. A categoria retorna às pistas de 21 a 23 de fevereiro, com os testes coletivos no Bahrein.

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