Futuro chefão da F1 alerta Ferrari: “Pode perder Leclerc se não tiver um carro rápido”

Stefano Domenicali, chefe da Ferrari entre 2008 e 2014 e futuro comandante da Fórmula 1, entende que a escuderia de Maranello corre risco até de perder Charles Leclerc se a má fase perdurar pelos próximos anos

A Ferrari fecha um 2020 com raríssimos motivos para comemorar e ansiosa pelo que está por vir em 2021. O ano prestes a se despedir foi o pior da mais tradicional e longeva equipe do grid no Mundial de Fórmula 1 desde 1980. Sexta colocada no Mundial de Construtores, a escuderia de Maranello somou apenas três pódios em 17 corridas. Um deles foi com Sebastian Vettel no GP da Turquia, e outros dois com Charles Leclerc, nos GPs da Áustria e da Inglaterra.

Leclerc, ao fazer uma autocrítica sobre a temporada em si, entende que seu desempenho de forma geral em 2020 foi melhor que no seu ano de estreia na Ferrari, quando teve um carro capaz de lutar por vitórias, triunfou duas vezes e largou em outras sete oportunidades na pole-position. Na visão do monegasco, o mérito no campeonato deste ano foi ter perdido menos chances, mesmo tendo a SF1000, um carro com pouca performance e com um motor que entregou pouca potência na comparação com os demais.

O dono do carro #16 fechou na oitava colocação do Mundial de Pilotos e somou 98 pontos. Se for comparar com 2019, naquela temporada o monegasco terminou numa ótima quarta posição.

Stefano Leclerc fora da Ferrari? Para Stefano Domenicali, a equipe italiana precisa entregar um bom carro ao monegasco para não correr riscos (Foto: Ferrari Media)

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Na visão de Stefano Domenicali, chefe da Ferrari entre 2008 e 2014 e futuro comandante da Fórmula 1, sendo o sucessor de Chase Carey a partir de janeiro, a escuderia italiana precisa se preocupar com aquele que se tornou seu principal piloto nos últimos anos. Há, segundo o dirigente italiano, até a possibilidade de Charles querer mudar de ares se a crise perdurar por muito tempo.

“Se [eles] fizerem um carro rápido num futuro próximo, então a Ferrari não deve se preocupar, não vão perdê-lo”, afirmou Domenicali em entrevista ao jornal La Gazzetta dello Sport. “Do contrário, ele pode perder a confiança e decidir buscar um lugar em outro lugar”, salientou.

Domenicali também não se furtou a falar sobre Vettel e lembrou a maneira como o alemão foi dispensado da Ferrari, por meio de um telefonema feito pelo atual chefe, Mattia Binotto.

“Sua temporada foi muito difícil. Imagina que você é tetracampeão do mundo, mas mesmo antes do início do campeonato te avisam que a partir do ano que vem você não faz parte da equipe. E isso é terrível”, disparou.

Domenicali vai assumir o posto de presidente e diretor-executivo da Fórmula 1 no dia 1º de janeiro de 2021. O atual dono deste papel, Chase Carey, permanecerá envolvido como presidente não-executivo – mesmo cargo que Niki Lauda tinha na Mercedes nos últimos anos de vida.

Stefano é alguém com a vida ligada ao esporte a motor desde a infância, uma vez que é nascido e criado em Ímola e graduado como administrador na Universidade de Bolonha. Antes da Fórmula 1, foi diretor de corridas do autódromo de Mugello até que, em 1995, assumiu um cargo de chefia na Ferrari, onde seguiu até se tornar chefe de equipe em 2008.

Após sair da companhia italiana, em 2014, passou os últimos anos distante da Fórmula 1: trabalhou com a Audi e chefiou a Comissão de Monopostos da FIA antes de se tornar diretor-executivo da Lamborghini. Agora, após mais de seis anos, retorna à F1.

“Estou feliz por me juntar à organização da Fórmula 1, um esporte que sempre fez parte da minha vida. Nasci em Ímola e vivi em Monza. Me mantive ligado ao esporte com meu trabalho na Comissão de Monopostos da FIA e estou ansioso para me conectar com as equipes, promotores, patrocinadores e os muitos parceiros da Fórmula 1 para continuar os negócios da categoria. Os últimos seis anos na Audi e na Lamborghini me deram novas perspectivas e experiências que vou levar para a F1”, afirmou o novo executivo na ocasião do anúncio feito pelo Liberty Media, em setembro.

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