Russell pede “transparência” em demissões na FIA e indaga: “Quem será o próximo?”

Presidente da Associação de Pilotos da F1 (GPDA), George Russell declarou que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) precisa esclarecer as recentes e frequentes demissões que tem promovido, o que tem gerado uma certa turbulência no paddock da Fórmula 1.

Nesta quinta-feira (28), foram reportadas as saídas de Tim Mayer, comissário-chefe da Fórmula 1, e Janette Tan, que nem chegou a estrear como diretora de provas na Fórmula 2 — a singapuriana ocuparia o cargo no GP do Catar pela primeira vez.

Oficialmente, a FIA não se manifestou acerca das demissões, mas Mayer alegou que Mohammed Ben Sulayem não gostou do conteúdo do documento apresentado por ele na audiência de direito de revisão dos organizadores do GP dos Estados Unidos, multados por invasão de pista, quando atuou na realização da prova — assim como em Miami e Las Vegas. Ainda em novembro, logo após o GP de São Paulo, Niels Wittich foi demitido do posto de diretor de prova da F1, sendo substituído por Rui Marques — agora, o português acumulará as funções na Fórmula 1 e F2.

“Pedimos um pouco de transparência e consistência, estamos perdendo duas pessoas muito importantes no corpo diretivo”, disse Russell.

“Então, meio que foi um 360º completo. Ainda não temos nenhum motivo para a saída de Niels [Wittich]. Acho que ninguém foi informado sobre a saída de Tim, e a primeira vez que ouvi sobre a nova diretora de corrida da Fórmula 2 neste fim de semana também foi pela mídia”, completou.

Russell sugeriu que as mudanças vão causar alguma instabilidade na FIA, afinal, as novas contratações vão ter de se adequar às novas funções e regras. E não são poucas as saídas recente do órgão máximo do automobilismo. Além de Mayer, Tan e Wittich, Paolo Bassari, então diretor de compliance da FIA, deixou o cargo em novembro. Steve Nielsen (ex-diretor-esportivo), Tim Gross (ex-diretor-técnico), Pierre Ketterer, Edward Floydd (ex-membros da área jurídica), Deborah Mayer, chefe da Comissão Feminina no Esporte a motor da FIA, e Natalie Robyn, primeira CEO da FIA, são outros exemplos de baixas sofridas recentemente na entidade.

“Naturalmente, em qualquer organização, quando se tem gente saindo ou uma mudança de pessoal, nunca será um ambiente estável, e as pessoas têm que aprender as novas regras. Isso é muito desafiador para qualquer equipe e deve ser super desafiador para todos dentro da FIA agora. Queríamos ter um pouco de clareza e compreensão do que está acontecendo e saber quem será demitido em seguida”, falou Russell.

Na sequência, o britânico teceu elogios ao Liberty Media e ao CEO da Fórmula 1, Stefano Domenicali — ambos foram alvos com bastante frequência por parte de Ben Sulayem —, o que pode ser interpretado como uma alfinetada no mandatário da FIA.

“Definitivamente, quando se trata da FIA, muita coisa está mudando: muita coisa está mudando e muito rapidamente. Acho que todo mundo acredita no Liberty e em Stefano Domenicali. Ele é do ramo e tem as corridas em seu sangue. Está fazendo tudo o que pode para colocar o esporte no melhor lugar possível”, apontou Russell.

“Acho que a única preocupação para todos nós é que o esporte esteja em um ótimo lugar. Todo mundo está tentando o seu melhor para as equipes, e Liberty e Stefano fizeram um grande trabalho. Só precisamos ter certeza de que o esporte permaneça nessa posição ou continue a crescer. E a única coisa com toda essa mudança, espero que não tenha um impacto negativo”, encerrou.

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