Hamilton critica direção de prova da F1 por “colocar pilotos em risco” no GP da Toscana

Lewis Hamilton disparou contra o procedimento do safety-car que, na sua visão, apagou as luzes que sinalizam a volta ao pit-lane muito tarde, o que ajudou a causar a múltipla batida na primeira relargada do GP da Toscana. Michael Masi rebateu de forma veemente as críticas do britânico

Pouco depois de comemorar sua 90ª vitória no Mundial de Fórmula 1 no GP da Toscana do último domingo, Lewis Hamilton criticou duramente a direção de prova. No entendimento do britânico, o procedimento adotado para o safety-car foi equivocado porque o carro de segurança “apagou as luzes muito tarde” para autorizar a relargada em Mugello na volta 7. Em seguida, vários pilotos bateram no pelotão de trás em situação muito perigosa.

Hamilton foi além e disparou: “Obviamente, tentaram tornar [a corrida] mais emocionante, mas no fim das contas, hoje vimos que isso colocou as pessoas em risco”. A acusação enfureceu Michael Masi, diretor de corridas da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) para a Fórmula 1.

Valtteri Bottas, então líder da corrida em Mugello, puxou a fila de carros e, antes da largada, ziguezagueou com sua Mercedes na reta do circuito italiano. Quando a luz verde foi acionada, seis pilotos que estavam atrás bateram, sendo que quatro abandonaram a corrida: Antonio Giovinazzi, da Alfa Romeo; Kevin Magnussen, da Haas; Nicholas Latifi, da Williams; e Carlos Sainz, da McLaren. O espanhol foi salvo pelo halo, que segurou o impacto após detritos de peças dos outros carros voarem após a batida múltipla.

Lewis Hamilton criticou a direção de prova da Fórmula 1 pela relargada em Mugello (Foto: Mercedes)

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Chamou atenção a forma como Bottas procedeu ao puxar a fila antes da relargada, mas a direção de prova considerou que o finlandês agiu de forma legal, assim como Hamilton, que vinha atrás. Os comissários optaram por advertir 12 dos pilotos que vinham logo atrás.

Além de Sainz, Latifi, Magnussen e Giovinazzi, que abandonaram, também foram notificados Daniil Kvyat, Daniel Ricciardo, Alexander Albon, Lance Stroll, Sergio Pérez, Lando Norris, Esteban Ocon e George Russell.

“Os comissários concluiram que a raiz do incidente foi a aplicação inconsistente de aceleração e freios desde a última curva e durante a reta dos boxes por estes pilotos. Os comissários entendem o desafio que a linha de controle representa neste circuito, bem como o desejo dos pilotos levarem vantagem na relargada”, disse o comunicado da FIA.

“De qualquer maneira, esse incidente demonstra a necessidade de precaução para uma situação de relargada e destaca que houve um efeito dominó que aumentou dramaticamente conforme chegou para o fim do pelotão”, continuou.

“Também destacamos que alguns pilotos poderiam ter evitado se envolver no incidente, caso não estivessem grudados no carro da frente. Fazendo isso, efetivamente bloquearam toda a visibilidade do que estava acontecendo imediatamente na frente do carro que vinha atrás”, seguiu.

“Uma advertência foi dada por conta da visão dos comissários de que que nenhum piloto foi inteiramente culpado”, encerrou.

“É muito ofensivo”, rebate diretor de provas da Fórmula 1

Procurado pelo site britânico RaceFans, o substituto de Charlie Whiting no posto de diretor de provas da categoria rejeitou de forma veemente as críticas feitas por Hamilton. Ao ouvir que o procedimento do safety-car antes da relargada foi adotado para proporcionar maior entretenimento, o australiano se enfureceu.

“Absolutamente. Desde a perspectiva da FIA, a segurança é primordial. E ponto, fim da história”, bradou.

Carro de Kevin Magnussen ficou destruído após acidente (Foto: Haas)

“Sou diretor de provas e delegado de segurança, esse é meu papel. Qualquer um que diga o contrário é bastante ofensivo. Não acho que seja preciso revisar a regra da relargada depois do carro de segurança. Você pode criticar o que quiser. Se observarmos com perspectiva desde que as luzes foram apagadas até à linha de controle, provavelmente aqui não é diferente de outros lugares”, continuou Michael.

O dirigente traçou um paralelo entre o ocorrido em Mugello no GP da Toscana ao procedimento de relargada adotado na Fórmula 3 horas antes da corrida da Fórmula 1.

“No fim, as luzes do safety-car se apagam onde se apagam. O safety-car está no pit-lane, temos os 20 melhores pilotos no mundo e, como vimos hoje na corrida da Fórmula 3, esses pilotos na categoria de base tiveram uma relargada muito parecida à da Fórmula 1 e tudo correu muito bem, sem incidentes”, concluiu.

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