Hamilton lembra morte de Hubert e cita ‘déjà vu’ com Senna e Ratzenberger

Lewis Hamilton falou da questão dos perigos na pista e como pilotos podem viver constantemente com a morte. O inglês relembrou a morte de Anthoine Hubert e que assistiu todo o acidente de canto de olho, sentindo um déjà vu de quando Ayrton Senna presenciou a morte de Roland Ratzenberger

Lewis Hamilton falou sobre o perigo do esporte a mortor e como os pilotos correm riscos durante as corridas. Relembrando graves acidentes que já presenciou durante sua carreira, o titular da Mercedes ainda colocou tudo em perspectiva, mas deixando claro que não deixa o medo assumir.

A etapa na Bélgica deste ano foi marcada por uma grande fatalidade na Fórmula 2. Em decorrência de um forte acidente, Anthoine Hubert não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo no final de semana, que foi marcado por grande luto.
 

Obviamente que o paddock da categoria ficou bastante abalado com a notícia. A segunda corrida da F2 acabou sendo cancelada, e a Fórmula 1 prestou diversas homenagens ao francês, bastante próximo de Pierre Gasly, por exemplo.
 
O assunto é bastante sensível de ser abordado e o hexacampeão afirmou que não foi a primeira vez que teve de lidar com a morte de um piloto na pista. Ainda, o inglês relembrou a situação de Ímola com Ayrton Senna e Roland Ratzenberger, se colocando no lugar do brasileiro.
 
“Não foi a primeira vez que aconteceu em minha carreira. Lembro-me muito bem quando era bastante jovem e venci essa corrida em Kimbolton, Daniel Spence morreu. Isso foi muito trágico para mim como criança, a primeira vez que soube da morte de alguém. E estive com ele aquele dia”, explicou.
A F1 prestou 1 minuto de silêncio em homenagem a Anthoine Hubert (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

“Foi muito difícil. No [acidente] de Hubert, estava dando uma entrevista e vi tudo acontecer de canto de olho e já soube [que era ruim]. E muitas coisas passaram por minha cabeça. Lembrei de Ayrton ver Ratzenberger se acidentar e seu rosto. Teve muito déjà vu nesta situação”, seguiu.
 

O #44 apontou ainda a importância de encontrar equilíbrio em tudo o que faz para não se arrepender mais tarde em sua vida. “Muitos pensamentos passaram por minha mente aquela tarde. Eu me preocupei com o garoto. Sei o que é estar na F2 e ter o sonho de estar em algum lugar. Pensei comigo mesmo ‘os carros ainda não são seguros’. E há a questão de quanto mais você precisa, quanto mais você quer? E encontrar esse equilíbrio”, falou.
 
“Não sigo porque preciso fazer isso, pois amo o que faço. E estive tipo ‘cara, poderia passar mais tempo com minha família’ e todas essas coisas que você olha para trás. Tenho certeza de quando chegar seu dia e você está diante dos portões, você olha para trás e nunca vai pensar ‘queria ter tido mais dinheiro’. Você sempre vai desejar por mais tempo”, destacou.
 
“E provavelmente tem muitos arrependimentos ‘se tivesse tomado aquela decisão naquele dia, poderia ter passado mais tempo com quem amo’ ou o que for. Todas essas coisas passaram por minha cabeça. Mas nunca houve dúvida se seguiria correndo. O fator medo nunca ganhou espaço”, emendou.
 
“Esse era um fator importante para mim porque lembro quando aquele garoto morreu quando tinha oito anos, um dos meus melhores amigos da época parou de correr. O medo assolou ele e ele desistiu. Para mim, foi apenas 'se isso me assombrar, sei que vai ser minha última corrida'”, concluiu.
 

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