Ratcliffe, INEOS e busca por glória: o que Mercedes e Manchester United têm em comum

Investidor assíduo de esportes variados, Sir Jim Ratcliffe tem encarado dificuldades para obter resultados nos últimos anos. Se a Mercedes vive um jejum na Fórmula 1 desde o título de 2021, a situação no Manchester United é muito pior

Enquanto a Mercedes se prepara para tentar voltar à briga pelo título da Fórmula 1, algo que não acontece desde 2021, um dos donos da equipe tem sido bastante questionado pela falta de resultados de seus próprios investimentos esportivos. Sir Jim Ratcliffe, dono da Ineos — que detém 33,3% das ações da equipe —, não caiu nas graças dos torcedores do Manchester United após uma série de medidas controversas e falta de resultados em campo.

A participação de Ratcliffe na Mercedes começou em 2020, quando a Ineos se tornou patrocinadora da equipe. A relação, porém, evoluiu, e a multinacional britânica (especializada na indústria química) decidiu comprar um terço da equipe ao fim daquele ano.

Assim, a divisão da Mercedes passou a ser de 33,3% para a Ineos, 33,3% para a Daimler (empresa-mãe da equipe alemã) e outros 33,3% para o austríaco Toto Wolff, que também atua como chefe na Fórmula 1.

A questão é que Ratcliffe tem um poder de decisão muito menor na Mercedes do que no Manchester United. Assim, apesar de possuir um terço das ações das Flechas de Prata, não se envolve nas decisões do dia a dia e raramente é visto durante as corridas. O trabalho no clube inglês, por outro lado, tem gerado bastante repercussão.

Jim Ratcliffe tem negócios no futebol, na Fórmula 1 e em outros esportes (Foto: AFP)

Ainda que a falta de sucesso da equipe não tenha relação com o investimento na Mercedes, o fato é que Ratcliffe tem lidado com uma série de críticas recentemente — principalmente por parte dos torcedores. A primeira medida impopular já irritou os aficionados, que se revoltaram com a decisão de elevar o valor dos ingressos para sócios a £66 (cerca de R$ 501 na cotação atual).

Além disso, Jim encerrou um programa de financiamento a ex-jogadores, demitiu uma série de funcionários — inclusive o ídolo Sir Alex Ferguson, que foi retirado do cargo de embaixador — e ainda causou mais irritação nos torcedores ao demorar para encerrar o trabalho do técnico Erik ten Hag.

Por fim, ainda há a questão do estádio Old Trafford, um dos mais tradicionais da Inglaterra, que convive com a presença de ratos e também alguns problemas na cobertura — que vaza em dias de chuva.

Com tudo isso, naturalmente, o time sofre em campo. Em 20 jogos disputados no Campeonato Inglês, venceu apenas seis vezes, com cinco empates e nove derrotas. O desempenho deixa o Manchester United na modesta 13ª posição, mais perto do rebaixamento à Championship que de uma vaga na Liga dos Campeões.

Além do United e da Mercedes, Ratcliffe tem investimentos em outras equipes de futebol, como Lausanne, da Suíça, e Nice, da França, e outros esportes — como vela, ciclismo e atletismo. O jejum das Flechas de Prata, fator que impactou até na saída de Lewis Hamilton para a Ferrari, decididamente tem sido o menor dos problemas do empresário em sua busca constante pela glória esportiva.

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