Hamilton descrê e diz que promessa da FIA de ação contra abuso online “não significa nada”

Piloto da Mercedes afirmou que é preciso tomar alguma medida nos bastidores, já que falar não resolve o problema. Britânico reconheceu, porém, que não sabe qual a solução

Lewis Hamilton avaliou que só falar contra o abuso online não adianta. O britânico classificou como “só palavras” a promessa de Mohammed Ben Sulayem, presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), de agir contra o que classificou como uma “praga” que ameaça destruir o esporte.

Durante a semana, Ben Sulayem divulgou uma carta aberta ao público divulgando medidas que pretende adotar para conter abuso online de supostos torcedores após o que considerou um “ponto crítico”.

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Lewis Hamilton avaliou que é preciso mais do que palavras para combater ódio online (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)

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“O abuso online tornou-se uma praga em nosso esporte. É hora de todos nós nos unirmos — e agir. Recentemente, uma das comissárias da FIA, Silvia Bellot, foi alvo de ameaças de morte. É absolutamente deplorável que uma comissária como Silvia — ou qualquer um de nossos oficiais, que se voluntariam para nos permitir correr —, seja objeto de tal ódio”, começou Ben Sulayem. “Vários funcionários da FIA também foram alvo de assédio e postagens de ódio nos últimos anos”, seguiu.

“É totalmente inaceitável que nossos voluntários, comissários e funcionários sejam submetidos a esse abuso extremo. Não tem lugar no nosso esporte. [Abuso] tem um efeito devastador na nossa saúde mental e dos nossos entes queridos”, apontou. “Eu sempre defenderei minha equipe. E deixe-me ser claro: sem essas pessoas, não teríamos corridas. Temos de nos perguntar: quem gostaria de se tornar um funcionário de ponta nesse tipo de ambiente? A realidade é óbvia. Se isso continuar, destruirá nosso esporte. Como presidente, é claro que você espera que as pessoas discordem das decisões que você toma. Mas você deve esperar que essas opiniões e comentários sejam respeitosos, e isso é cada vez mais raro”, considerou.

A FIA também encomendou pesquisas sobre discursos de ódio e comentários tóxicos nas redes sociais — para ter uma plataforma de compartilhamento de conhecimento de tais práticas, com fins de educação e prevenção — e implementou um software para detectar e remover conteúdo tido como impróprio de seus canais.

“Nos próximos meses, lançaremos uma campanha conjunta, alavancando o poder e o alcance de toda a FIA, que conta com 244 organizações automobilísticas e esportivas em 146 países, em cinco continentes. Esta campanha se baseará no trabalho colaborativo da FIA e da Fórmula 1 por meio da iniciativa ‘Drive It Out’. Falarei mais sobre isso no GP de Abu Dhabi, no final deste mês. As paixões são intensas no esporte, mas o assédio, o abuso e o discurso de ódio online não devem ser tolerados”, defendeu. “Todos no nosso esporte, desde a imprensa até equipes, pilotos e fãs, têm um papel a desempenhar. Não podemos ignorar isso. Convido todo o ecossistema do automobilismo a se posicionar. Devemos alertar. Isso tem que parar”, concluiu.

Apesar da postura do presidente, Hamilton acredita que é preciso fazer mais, já que palavras não podem conter o abuso.

“A questão é, o que podemos fazer a respeito? Eu não controlo as redes sociais, nenhum de nós controla”, disse Hamilton. “Não sei o que as plataformas estão fazendo, mas, naturalmente, tenho certeza que mais pode ser feito para proteger as pessoas, mas realmente não sei qual a solução”, seguiu.

“Fico preocupado com as crianças de hoje, que estão experimentando coisas que… Nós estamos falando de adultos enfrentando bullying, mas as crianças, especialmente, isso pode ser muito prejudicial para o futuro delas”, observou.

O britânico afirmou que tenta liderar pelo exemplo, usando as contas nas redes sociais para mostrar uma postura positiva.

“Não sei qual a melhor maneira de lidar com isso, mas tudo que posso fazer é controlar como uso a minha e, tomara, encorajar outros que estão usando as suas para usarem de maneira melhor”, declarou.

Lewis avaliou que as declarações de Ben Sulayem são apenas palavras e defendeu que é preciso de mais do que isso para combater o ódio online. “Não significa realmente nada para mim, o apoio, porque são só palavras”, disparou. “É preciso existir alguma ação nos bastidores”, encerrou.

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