Hamilton vê “questão racial” e estereótipo em fala de presidente da FIA sobre palavrões
Lewis Hamilton concordou que é necessário “limpar” palavrões no rádio, mas destacou que fala de presidente da FIA contém “questão racial”
A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) está fazendo um esforço nesta temporada da F1 para conscientizar os pilotos sobre ter uma comunicação mais limpa no rádio e com menos palavrões. Lewis Hamilton, que foi perguntado sobre o assunto em entrevista coletiva, afirmou que entende o ponto de vista da entidade, mas disse que enxergou uma “questão racial” na fala de Mohammed Ben Sulayem, presidente da FIA.
Ben Sulayem comentou recentemente em entrevista à revista inglesa Autosport que gostaria de diminuir a quantidade de palavrões ditos no rádio. Na fala, o dirigente afirmou que os pilotos “não são rappers”, comparação que incomodou Hamilton.
Por outro lado, o heptacampeão mundial afirmou que concorda que é necessário se conter mais na hora de conversar no rádio, porque a quantidade de xingamentos “está um pouco demais”.
“Há dois pontos nisso. Por um lado, quando eu tinha 22 anos, não pensava muito nisso, as emoções disparavam e acabava dizendo tudo o que vem à mente, esquecendo quantas pessoas e crianças estão ouvindo. Concordo nesse sentido de que ouvimos alguns dos pilotos mais jovens, e ainda não entenderam. Em algum momento, provavelmente entenderão. Tenho certeza de que se colocar punições para isso, as pessoas vão parar. Não sei se isso é necessário, mas definitivamente acho que está um pouco demais”, analisou.
“Com o que disse, não gosto de como expressou. Dizer que eram rappers é muito estereotipado, e se pensar que a maioria dos rappers são negros, isso realmente diz que ‘não somos como eles’. Acho que essas foram palavras erradas e há um elemento racial nisso, mas como disse, concordo em limpar um pouco isso”, opinou.
Após a crítica à fala de Ben Sulayem, Hamilton voltou a falar sobre a necessidade de cortar os palavrões e explicou como costuma se controlar no calor do momento. Segundo o piloto da Mercedes, o que diz e faz em pista “afeta todas as pessoas” que trabalham pela equipe.
“Também é bom ter um pouco de emoção, é muito difícil e não somos robôs. Para mim, a forma como controlo isso é pensando que tenho mais de 2.000 pessoas que estão trabalhando para que eu faça isso e também tenho essa posição de ter muitos seguidores de todas as idades”, comentou.
“Mas não é sobre mim, embora tenha essa experiência na pista. O que faço e o que digo afeta todas aquelas pessoas que sacrificam tempo com suas famílias. [Eles estão] dando absolutamente tudo para eu ter essa posição e oportunidade privilegiada, então é entender isso e colocar essa agressão em outro lugar”, concluiu.
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