Hamilton revela que cogitou deixar F1 após se sentir “roubado” em Abu Dhabi 2021

Lewis Hamilton revelou à Vanity Fair que considerou deixar a F1 depois do polêmico desfecho da temporada 2021 da Fórmula 1, em que os erros da direção de prova foram fundamentais para a conquista de Max Verstappen

O sumiço das redes sociais após o polêmico desfecho da temporada 2021 da Fórmula 1, em Abu Dhabi, não foi por acaso. Capa da revista americana Vanity Fair de setembro, Lewis Hamilton revelou que, sim, ter sentido que foi prejudicado de propósito na disputa contra Max Verstappen o fez questionar muitas coisas, inclusive se valia a pena continuar na categoria.

Hamilton e Verstappen chegaram empatados para a corrida final do ano, e tudo caminhava tranquilamente para o oitavo título do #44 da Mercedes, quebrando um dos recordes que até então pareciam inalcançáveis: o heptacampeonato de Michael Schumacher. Dominante desde a largada na corrida em Yas Marina, Hamilton chegou a ter 11s de vantagem sobre o holandês da Red Bull a cinco voltas do fim. Mas o safety-car provocado por Nicholas Latifi mudou a história.

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Hamilton e Verstappen ao final da temporada 2021 (Foto: Reprodução/F1)

Rapidamente, a Red Bull chamou Verstappen aos boxes e colocou pneus macios. Michael Masi, antigo diretor de prova, então, autorizou apenas que os carros entre os postulantes ao título — Lando Norris, Fernando AlonsoEsteban Ocon, Charles Leclerc e Sebastian Vettel — ultrapassassem o líder e realinhassem nas posições corretas, e não todos os retardatários, como indicava o regulamento.

“As coisas começaram a se desdobrar. E meus piores medos vieram à tona. Eu estava, tipo, ‘não tem como eles trapacearem assim. De maneira nenhuma. Isso não vai acontecer. Certamente não”, admitiu Hamilton, que ainda viu mais um erro da direção de prova: uma vez que as regras determinavam que o safety-car deveria permanecer na pista por mais uma volta após o realinhamento do grid, pelo número de voltas restantes, o GP de Abu Dhabi deveria ter terminado sob bandeira amarela.

A ordem de Masi acabou sendo determinante para a conquista de Verstappen, que ficou imediatamente atrás de Hamilton e, com pneus mais novos, não teve dificuldades para ultrapassar o #44 e conquistar o seu primeiro título na elite do automobilismo mundial.

“Não sei se consigo colocar em palavras o que senti. Eu me lembro de ficar ali sentado, incrédulo. E entendendo que tinha de soltar o cinto, sair de lá, sair disso, encontrar forças. Eu não tinha forças. Foi um dos momentos mais difíceis, diria, que tive em muito, muito tempo”, acrescentou Lewis.

Ao ser questionado pela publicação se acabou se sentindo roubado, Hamilton disse apenas que “sabia o que tinha acontecido”. “Sabia que decisões haviam sido tomadas e por quê. Eu sabia que algo não estava certo.”

Lewis Hamilton foi derrotado por Max Verstappen só na volta final (Foto: Mercedes)

Hamilton recebeu apoio de diversas pessoas, incluindo seu pai, Anthony Hamilton, que o abraçou e disse que sentia muito orgulho do filho. “Ter seu pai te abraçando dessa forma é uma das coisas mais profundas que já tive. Especialmente quando você cresce tendo isso poucas vezes”, continuou.

Outra figura importante foi Mellody Hobson, presidente da Starbucks e também proprietária do Denver Broncos, time de futebol americano do qual Lewis também se tornou um dos donos recentemente. Ela contou à Vanity Fair que viu o piloto de 37 anos “em um lugar sombrio” após a decisão de 2021. “Com certeza, considerei se queria continuar”, admitiu o heptacampeão.

Hobson foi uma das responsáveis em convencer Hamilton a continuar na F1. Ela compartilhou a conversa que teve com o piloto no Natal do ano passado. “Passamos muito tempo conversando. E continuei dizendo a eles coisas, como ‘Não tomamos decisões em momentos de grande angústia ou dor. Você tem apenas que lidar com isso, e vai ser difícil e desconfortável. Mas não há nada a ser feito agora. Portanto, não faça nada”, contou a empresária.

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