Mais imune ao calor da Espanha, Mercedes põe pressão e faz Red Bull arriscar

A Mercedes se colocou muitíssimo veloz nesta sexta-feira de treinos livres no calorão de Barcelona, confirmando que vai brigar sozinha pela pole. Para domingo, no entanto, a história pode ser outra, dependendo do quanto a Red Bull consiga arriscar. Ainda assim, são os taurinos que têm uma interessante carta na manga

Há pouco mais de uma semana, a Red Bull soube driblar a supremacia da Mercedes e, com uma inteligente e ousada estratégia, acabou vencendo o GP dos 70 Anos. Agora, os alemães parecem querer o revide. E essa espécie de vingança veio na forma de velocidade, mesmo na fornalha que virou o circuito da Catalunha, onde a Fórmula 1 está para a sexta etapa da temporada 2020. Como já ficou evidente, o W11 não gosta do calor, mas se tiver à disposição pneus mais duros o cenário muda bem. Por isso, não foi uma surpresa ver Valtteri Bottas e Lewis Hamilton na ponta dos dois treinos livres desta sexta-feira (14). É verdade que o inglês não conseguiu superar a marca registrada pelo colega de manhã, muito por conta dos 50ºC no asfalto na sessão vespertina, mas também é muito certo dizer que os hexacampeões serão os únicos a disputar a pole-position neste sábado.

Não há outra conclusão depois do abismo que ambos impuseram àquele que parece ser o único adversário. Max Verstappen tomou 0s8 em ritmo de classificação. E isso não parece que possa mudar para a sessão que vai definir o grid. O holandês, de fato, não tem chance de entrar na luta com os carros pretos em condições normais, mas tem o dever de garantir a segunda fila, porque aí mora a possibilidade de bote. Tal como na semana passada, a Red Bull tem, sim, uma carta na manga para o domingo, mas vai ter de arriscar um pouco mais. É que agora a Mercedes não enfrenta um desgaste acentuado dos pneus. Inclusive, a borracha usada por Hamilton e Bottas não sofreu com as terríveis bolhas de cinco dias atrás.

Uma vez mais, no entanto, os pneus serão peças chave desse jogo de tabuleiro que virou a batalha entre alemães e austríacos. A Pirelli entregou às equipes os compostos mais duros da gama (C1, C2 e C3), sendo que o médio será o pneu decisivo do fim de semana. Por isso, o espaço de manobra da Red Bull se tornou bem menor na comparação com o que aconteceu em Silverstone. Não há um capítulo para múltiplas táticas, mas há o ritmo de corrida. Portanto, Verstappen terá de largar com os pneus médios – estratégia que a Mercedes também deve seguir, porque já percebeu que esses compostos são rápidos o bastante para o Q2 e consistentes o suficiente para a primeira parte da corrida.

E se a Mercedes tem a melhor performance em uma única volta, Verstappen mostrou, no segundo treino livre, que o desempenho em prova pode servir para incomodar os líderes do campeonato. O jovem dono do carro #33 foi capaz de andar abaixo de 1min23s durante toda simulação de GP. Na verdade, Max virou em média 1min22s5 em cima dos médios, daí a necessidade de usá-los para o início de prova.

Como comparação, Hamilton andou em 1min22s7, chegou a 0s4 a diferença em algumas voltas. Já Bottas não foi capaz de imprimir o mesmo desempenho consistente dos dois rivais, mas mostrou alguma performance com os compostos duros, embora tenha, como outros pilotos, reclamado da falta de aderência. Portanto, há uma expectativa cautelosamente otimista de briga, especialmente diante da possibilidade de o GP da Espanha promover mais de um pit-stop, devido às altas temperaturas.

Mesmo distante das Mercedes nos treinos, Verstappen saiu otimista pensando na corrida (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

“Particularmente, a segunda sessão foi melhor para mim e, nas simulações de corrida, parece que estamos muito próximos da Red Bull, então acho que vai ser uma corrida bem disputada. Não sei o quanto mais poderíamos avançar e o quanto eles conseguiram fazer na comparação com a gente. É isso que vai definir se vamos para uma ou duas paradas neste fim de semana”, disse Hamilton, que considera o calor “matador para o carro”.

E neste roteiro, há uma chance de uso até do composto macio, na parte final da corrida, uma vez que o duro, ao menos para a Red Bull, não é o melhor dos compostos. Verstappen resumiu esse sentimento. “O carro está bom, especialmente em simulação de corrida. Isso é bem importante. Nós estamos com os pneus mais duros aqui e é algo que temos sob controle, mas gostaria de ter pneus mais macios. Na classificação é difícil [ameaçar a Mercedes]. Ainda veremos na corrida, porque me senti confortável hoje”.

A sexta-feira ainda mostrou o que pode virar um embate interessante no domingo: a Renault de Daniel Ricciardo foi quem apareceu depois de Verstappen. O australiano mostrou força em ritmo de corrida e deve travar uma disputa acirrada contra a Racing Point, Ferrari e até McLaren – todo esse pessoal ficou separado por menos de 0s2. Mas aqui, a tática será ainda mais decisiva, porque dificilmente essa turma consegue passar para o Q3, usando os pneus médios. Dessa forma, a prova do pelotão intermediário será ainda mais disputada que do grupo da frente.

A Fórmula 1 volta a acelerar na manhã deste sábado com o treino livre 3 a partir de 7h (de Brasília), e com a sessão classificatória, marcada para 10h. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REAL.

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