Verstappen cria chance de melhor GP de Abu Dhabi, mas estratégia ainda é ponto crucial

Enfim, Max Verstappen foi capaz de quebrar a hegemonia da Mercedes em 2020. Com uma volta brilhante na parte final do Q3, o holandês cravou a terceira pole de sua carreira e é uma ameaça real neste domingo. Mas o caminho para a vitória vai exibir um pouco mais de ousadia

Insolente que só ele, Max Verstappen enfim foi capaz de obter a pole que tanto perseguiu ao longo da temporada. Um resultado que pareceu muito perto de suas mãos em diversas oportunidades, mas que lhe foi negado pela supremacia da Mercedes. Não só dos carros pretos, mas também daquele rosa. Agora, não. Com uma volta absolutamente veloz e sem erros, o dono do carro #33 cravou 1min35s246 e superou furtivamente os adversários. É apenas a terceira vez em sua já absurda carreira que vai largar na frente. Ainda, o desempenho abre uma série de possibilidades, mesmo colocando na balança que se trata de um circuito manhoso e de difícil ultrapassagem, além de palco corriqueiro de triunfos dos alemães – só eles vencem em Yas Marina nesta era híbrida da Fórmula 1. Portanto, a expectativa de uma prova, ao menos, agitada mora neste surpreendente equilíbrio do top-3, mas não só isso.

De fato, a folha de tempos empolga.  A marca conquistada por Verstappen foi apenas 0s025 mais veloz que a registrada por um Valtteri Bottas que tenta sair do limbo, depois de viver talvez a semana mais difícil de sua carreira, ao menos do ponto de vista psicológico. O finlandês sentiu a pressão pela performance de George Russell na semana passada e precisava de um abraço, que veio pelo rádio, na mensagem motivacional do chefe Toto Wolff. Olha de longe, a segunda colocação pode parecer uma derrota, mas, no fundo, não é o fim do mundo. Afinal, foi capaz de se colocar melhor que Lewis Hamilton – ainda que este não esteja 100%. E há uma chance de pegar Verstappen no contrapé. Só depende de si.

Ainda se recuperando da infecção pelo novo coronavírus, heptacampeão tentou colocar tudo nos trilhos, mas um pequeno erro no giro final o afastou da histórica marca de 100 poles – esse é um número que fica para 2021. O fato aqui é que apenas 0s086 separaram esses três caras que praticamente dividiram a atenção ao longo do ano. Sem dúvida, será uma largada interessante.

E o que torna tudo ainda mais curioso é a estratégia. Foi particularmente importante para Verstappen fazer uso dos pneus médios amarelos neste domingo. Há tempos, o holandês tenta uma vantagem dessa para cima da Mercedes. Agora, enfim, foi capaz de se colocar em igualdade com os homens de preto. A única questão é saber qual será o ritmo de corrida.

A princípio, partem todos de um mesmo ponto nesse quesito, uma vez que ainda é um mistério a performance com esses pneus. Somado a isso, há também que considerar que existem carros muitos velozes atrás, saindo com os macios – compostos que oferecem muito mais aderência e velocidade. Além do trio-de-ferro, Carlos Sainz e Charles Leclerc escolheram os amarelos. Outro cenário é a própria natureza da pista, que não possui uma grande reta até a primeira freada.

Lewis Hamilton ainda não está 100% após Covid-19 (Foto: Mercedes)

“O pneu médio é um composto interessante para começar a corrida”, afirmou Mario Isola, o chefão da Pirelli. “Cinco dos dez primeiros do grid obtiveram seus melhores tempos com eles no Q2 e outros quatro também tentaram. Os três primeiros colocados do grid optaram por esse pneu, sendo que, logo atrás, saem carros rápidos com os macios, então podemos nos preparar para uma corrida taticamente intrigante: especialmente no início”, completou.

A estratégia mais veloz segue sendo a de uma única parada. Então, o momento dela será crucial. De acordo com a fornecedora italiana, quem largar com os médios terá a chance de uma perna mais longa, em torno de 18 voltas, para depois continuar com os pneus duros – compostos que, tradicionalmente, caem melhor no W11. O primeiro stint com os macios deve durar 14 giros. Uma corrida de duas paradas é praticamente descartada, dado o tempo que se perde no pit-lane.

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E se a coisa parece embolada no pelotão principal, o intermediário não é diferente. Desta vez, o grupo tem como líder Lando Norris, que fez uma baita volta na classificação. Tão boa que foi pouco mais de 0s1 acima do registro de Hamilton. A McLaren ainda tem Sainz, saindo de médios, em sexto. A equipe britânica tenta bater a Racing Point pelo terceiro posto do Mundial de Construtores. A diferença de momento é apenas dez pontos. Os carros cor de rosa partem em desvantagem. Lance Stroll é o oitavo, enquanto Sergio Pérez parte da penúltima posição do grid. Entre eles, há um Alex Albon atrás de se garantir na Red Bull, Daniil Kvyat, além dos carros da Renault. A Ferrari também está por ali.

Quer dizer, em uma pista tão complexa e com a mistura de táticas, a disputa no bloco do meio tende a ser tão boa ou melhor que a do grupo da frente. É bem verdade que Abu Dhabi não costuma proporcionar espetáculos, mas a Fórmula 1 segue em fase estelar e não é pedir de mais uma corrida movimentada para encerrar esse estranho e surpreendente 2020.

O GP de Abu Dhabi de Fórmula 1 tem largada prevista para 10h10 (de Brasília). Antes, às 9h, o GRANDE PRÊMIO apresenta a edição pré-corrida do BRIEFING, que debate AO VIVO tudo sobre o treino classificatório, a pole de Verstappen e traz as últimas informações direto de Yas Marina para a derradeira prova da temporada 2020 do Mundial.



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