Verstappen usa experiência rumo ao bi e tem tempo a seu favor para instituir nova era na F1

Erros da Ferrari à parte, a verdade é que Max Verstappen tem jogado com maestria em 2022 e lidera com méritos. Mais maduro após o título de 2021, caminha não só para conquistar o bicampeonato como é jovem o bastante para dar início a uma nova era na Fórmula 1

É assombroso olhar para Max Verstappen e constatar que, sim, ele é um veterano na Fórmula 1 do alto dos seus 24 anos — 25 a partir de 30 de setembro. Já são oito temporadas nas costas contando com a que está em andamento, 28 vitórias, 16 pole-positions e um título conquistado naquele que foi um dos maiores campeonatos na história da categoria. E ainda que as polêmicas decisões da direção de prova em Abu Dhabi tenham roubado o foco sobre o que realmente importava, fato é que Verstappen provou ao longo de toda a temporada 2021 que estava pronto para ser campeão.

O título veio, na última corrida, na última curva. Com ele, veio também o alívio, a experiência e a maturidade, e essas características têm aflorado em Max nas etapas realizadas este ano. É claro que os erros da Ferrari fazem tudo parecer mais simples, mas, na prática, Verstappen sabe o quão necessário é manter o foco e não cometer erros. Afinal, de que adiantaria os problemas de Charles Leclerc se ele não conseguisse aproveitá-los?

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Max Verstappen é o trunfo da Red Bull, na visão de Christian Horner (Foto: Red Bull Content Pool)

O Verstappen de 2022 continua tão arrojado quanto (Mick Schumacher que o diga), mas já entende que não precisa dividir todas as curvas como se fosse a última. Se não consegue de cara a ultrapassagem, joga com a afiada estratégia da sua equipe para dar um nó tático no adversário. Foi assim na Hungria, por exemplo. Max não passou do décimo lugar na classificação, mas foi cerebral para subir posições durante o seu primeiro stint, com pneus macios, aproveitou muito bem as paradas e ainda contou com a já costumeira trapalhada da rival italiana para chegar à marca de oito vitórias em 13 GPs disputados até aqui.

Esse número, aliás, nos dá outro indicativo do que Verstappen ainda pode conquistar esse ano além do segundo título: recordes. O de pódios num mesmo ano já pertence a ele, 18. O de vitórias ainda é de Michael Schumacher e Sebastian Vettel, mas se mantiver o ritmo, pode não só igualar como bater as 13 conquistas que os alemães possuem numa única temporada. Faltam nove corridas, e Max teria de vencer ao menos cinco.

“Ele fez um trabalho fenomenal ano passado. Lembrando agora, ele fez corridas sob imensa pressão. Mas agora, as corridas neste ano têm sido ótimas, e os carros conseguem andar mais próximos. Nós vimos isso nas primeiras oito ou nove corridas até aqui. Então sim, ele definitivamente cresceu a partir da experiência do ano passado, e você pode ver que, após vencer o Mundial de Pilotos, ele está pilotando de forma ainda mais madura”, avaliou Christian Horner, chefe da Red Bull, em entrevista ao podcast F1 Nation.

Verstappen, na verdade, caminha para fazer de 2022 mais que o ano do seu bicampeonato. Com o tempo totalmente ao seu favor e um casamento muito bem-sucedido com a Red Bull, o holandês tem tudo para estabelecer uma nova era na categoria, tal qual foi, por exemplo, com Sebastian Vettel na própria equipe taurina. Claro que não se deve desconsiderar de todo a Ferrari e, por que não, a Mercedes, que vem progredindo corrida a corrida e é questão de tempo até voltar a brigar por vitórias. Mas Max é daqueles pilotos que surgem a cada período de anos e marcam época. E o fato de ter surgindo ainda adolescente é quase uma certeza de que, se há alguém capaz de superar os recordes de Schumacher e Hamilton, essa pessoa é Verstappen.

Max Verstappen celebra a vitória no GP da Hungria (Foto: AFP)

No melhor estilo “ame ou odeie”, o atual #1 do grid estabeleceu uma marca que dificilmente será batida: a de piloto mais jovem a vencer na F1. No GP da Espanha de 2016, Verstappen cruzou a linha de chegada em primeiro com 18 anos, sete meses e 15 dias. Para se ter uma ideia, o segundo colocado da lista é Vettel, que venceu o seu primeiro GP na F1 aos 21 anos de idade.

O holandês está garantido na Red Bull até 2028. São mais seis temporadas pela frente e, até lá, ele terá 31 anos. Se fizermos uma projeção baseada no Mundial passado, em que o holandês travou um duelo intenso contra Lewis Hamilton e conquistou dez vitórias em 22 possíveis, e supondo que a Red Bull mantenha o alto desempenho, Max pode se aproximar facilmente da marca de 90 vitórias na Fórmula 1 até o final do seu contrato. A título de comparação, Hamilton tinha 35 anos quando chegou a sua 90ª vitória na categoria. Schumacher, 37.

“Temos grande confiança em Max. Caso contrário, nunca teríamos nos comprometido por todo esse tempo, quase algo inédito nesse esporte. Ele é um grande trunfo para nós, acredita fortemente na equipe e cabe a nós dar a a ele as ferramentas necessárias para realizar o trabalho”, declarou Horner ao Daily Mail.

Verstappen não é unanimidade, mas os gênios nunca são. Porque, sim, ainda que não agrade a todos, seja pela postura fora da pista ou mesmo dentro dela, a genialidade de Max não pode ser questionada. Se a Red Bull cumprir a sua parte, veremos mais um capítulo estrondoso ser escrito na história da F1. E longo, se o tempo correr conforme se espera.

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