Verstappen faz diferença com pole na sprint em Miami que exige mais da Red Bull

Como de costume, Max Verstappen sempre encontra uma maneira de fazer melhor. Apesar da ameaça da McLaren, o tricampeão foi decisivo quando realmente importou e assegurou mais uma vez o direito de sair na frente de todos. O choque com os rivais fala mais sobre os outros do que sobre ele mesmo

Quando alinhou o RB20 #1 na marca do pole, Max Verstappen se mostrou genuinamente surpreso. Afinal, uma revisada McLaren surgiu forte e dava a sensação de que, novamente, seria um elemento decisivo na disputa das posições de largada para a sprint em Miami. Além disso, o próprio tricampeão enfrentou uma dura batalha contra o carro e a pista, mas não esperava falhas tão prosaicas de seus rivais. E embora a Red Bull não tenha se mostrado tão soberana como em outras praças, o neerlandês, como de costume, achou uma maneira de driblar as adversidades e fazer melhor.

Mesmo na liderança do treino livre único desta sexta-feira (3), Max deixou a impressão de que o carro taurino ainda precisa de um acerto mais fino. A combinação de uma pista mais fria e pneus médios custou performance, tanto que Verstappen não foi capaz de se impor nas duas primeiras partes da classificação e ainda viu a McLaren surgiu realmente competitiva, principalmente com Lando Norris, a quem o time inglês elegeu para carregar o pacote completo de atualizações.

Verstappen também cometeu pequenos erros em suas tentativas de volta rápida e só mesmo no fim é que achou o caminho. Mesmo assim, o desempenho não o satisfez. “Foi terrível, não consegui fazer os pneus funcionarem”, disse. “Nos treinos livres, tudo funcionou bem, mas na classificação nem tanto, embora estivesse confiante de que pudéssemos lutar pela pole. Já no SQ2, não me senti bem. Com o jogo de macios, também não melhorei e, de alguma forma, fomos os primeiros”, completou.

Na verdade, Verstappen conseguiu tirar mais proveito dos compostos macios em um momento em que a pista esteve pior. Talvez aí esteja a explicação maior sobre a bizarra diferença de tempos, inclusive. Porque a pole veio em 1min27s641 em cima dos vermelhos, enquanto Norris cravou a melhor volta da segunda parte da sessão em 1min27s597, usando os pneus médios. Por isso, Verstappen perguntou no rádio após o fim do SQ3: “O que aconteceu com os outros? A minha volta não foi boa.”

Não foi a melhor performance, mas foi o bastante para a posição de honra do grid na corrida de 100 km/h deste sábado. E mais que isso, o tricampeão é favorito ao triunfo, assim como à pole do GP de domingo. Resta saber como será o comportamento dos pneus — e é aqui que se abre uma chance aos demais.

A McLaren é quem parece mais próxima de Verstappen na Flórida, muito embora as posições de largada de Norris e Oscar Piastri não digam isso. O fato é que os britânicos se prepararam para a etapa americana. O pacote de atualizações é robusto — quase um novo carro: o conjunto dianteiro (asa e suspensão) é totalmente novo, com design e geometria modificados, respectivamente. Os dutos de ar dos freios dianteiros também passaram por uma revisão completa, assim como sidepod, assoalho e tampa do motor. Ainda, uma pequena atualização nas frisas de ar que ficam mais acima, nas laterais do carro. Tudo para melhorar a carga aerodinâmica e o direcionamento do fluxo de ar, mas com um detalhe: Piastri tem 50% das melhorias, enquanto Lando ganhou a versão 100% atualizada.

E assim que foi à pista, a esquadra laranja mostrou que pode fazer mais no fim de semana. O ritmo de corrida parece promissor, mas a classificação da sprint deixou a desejar. É bem verdade que Norris liderou os dois primeiros trechos e dava a sensação de que poderia dar sequência a mais uma pole em sprint em 2024, na briga com Verstappen. Só que o britânico cometeu erros demais em sua volta rápida. Lando chegou a perder mais de 0s7 só no primeiro trecho. Foi um deslize que custou caro: nona posição no grid. Piastri foi um pouco melhor e sai em sexto — os pneus macios são uma questão para o grupo de Woking.

“Não conseguimos fazer funcionar os pneus macios, então temos de avaliar como mudar isso. Naquela última volta, creio que nenhum dos dois pilotos sentiu ter ido bem, embora nossa preparação tenha sido correta. O final foi um pouco decepcionante olhando para o SQ1 e o SQ2, mas acho que vamos classificar melhor amanhã e temos bom ritmo de corrida”, afirmou Zak Brown, o CEO da equipe.

Lando Norris liderou parte da classificação sprint (Foto: McLaren)

O dirigente americano tem razão: dá para se recuperar na sprint, com uma escalada de pelotão. A McLaren também tem uma segunda chance na classificação para a corrida de domingo. Mas será preciso ser perfeito e, se assim for, há uma chance maior de encarar a Red Bull.

Enquanto os ingleses lambem as feridas, a Ferrari tenta ver o copo meio cheio. O traçado de Miami tende a se acomodar melhor à SF24, que lida bem com os trechos mais sinuosos. O problema é que a escuderia italiana perdeu muito em performance de volta única, e isso ficou claro mais uma vez. De toda a forma, Frédéric Vasseur saiu satisfeito porque tem um carro na primeira fila, em um desempenho fortíssimo de Charles Leclerc. Aliás, poderia ter sido ainda melhor, não fosse um erro de Carlos Sainz no giro decisivo. O espanhol ficou com a quinta posição.

“Foi uma questão de décimos”, disse o chefão francês sobre Leclerc, que larga em segundo. “Acho que [Lando] Norris cometeu um erro, mas às vezes é realmente pouco o bastante para cair de segundo para quarto ou quinto. Já Charles melhorou volta após volta, apesar de praticamente não ter feito nenhum giro nos treinos livres esta manhã”, acrescentou Vasseur, lembrando da rodada do monegasco durante o TL.

Ainda assim, há uma preocupação séria com os pneus. “Agora teremos de ver o ritmo de corrida amanhã. Acho que teremos mais downforce e arrasto do que os outros. Leclerc ficou um pouco surpreso nas primeiras curvas com os macios. Ele não os testou esta manhã. No final, estamos falando de centésimos de segundo perdidos, mas diria que foi uma boa sessão. Agora temos de nos concentrar, fazer uma boa largada e depois ver qual será a situação em relação ao desgaste dos pneus”, concluiu o dirigente.

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Lewis Hamilton larga em 12º na corrida sprint em Miami (Foto: Reprodução/F1)

Por fim, a classificação da sprint reservou uma surpresa com Daniel Ricciardo em quarto. O novo assoalho da RB entregou o que prometeu e permitiu ao australiano brilhar em um momento que precisa dar a volta por cima. Falando nisso, a Mercedes foi ladeira abaixo. Apesar de também promover mudanças no W15 e evitar as configurações extremas, sequer passou para o SQ3. George Russell terminou em 11º, uma posição à frente de Lewis Hamilton.

Diretor de engenharia de pista das Flechas de Prata, Andrew Shovlin admitiu surpresa com o resultado, especialmente após a performance no TL. “Optamos por fazer alterações relativamente pequenas antes da classificação da sprint com o objetivo de manter essa qualidade na sessão da tarde. Infelizmente, e como vimos em inúmeras ocasiões este ano, não fomos capazes de dar o passo que outros deram na sessão que mais importava. O pelotão estava muito próximo, mas não vamos procurar desculpas sobre o motivo pelo qual nossos dois carros foram eliminados no SQ2”, lamentou.

Mais uma vez, a Mercedes tem um Everest para escalar e sequer sabe como.

GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP de Miami de Fórmula 1primeiro de três que acontecem nos Estados Unidos, e transmite classificações e corridas oficiais e da sprint em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no Youtube. Além disso, debate tudo que aconteceu na pista com o Briefing após classificação sprint e classificação oficial, além de antes e depois da corrida. No sábado, a corrida sprint abre as atividades às 13h (de Brasília, GMT-3), ao passo que a classificação oficial está marcada para as 17h. Por fim, a largada está marcada para as 17h do domingo.

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