Verstappen neutraliza Hamilton e vence GP da Cidade do México com pouca emoção

A Mercedes tentou, mas a estratégia com Lewis Hamilton não serviu para bater Max Verstappen no México. O holandês bate recorde e vence a 14ª dele em 2022

Foram 71 voltas de poucas emoções. Pouquíssimas, na verdade. Quase nenhuma. A Mercedes fez o que era possível, mas não tinhas armas o bastante para superar Max Verstappen. O campeão mundial neutralizou a ameaça, na tarde deste domingo (30), e partiu para vencer o GP da Cidade do México. Ainda mais que isso: conquistou a 14ª vitória de 2022 e se tornou o primeiro piloto a atingir este número impressionante.

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Verstappen segurou a dianteira na largada mesmo com George Russell buscando um espaço para passar, mas o inglês ficou numa posição na pista que permitiu Lewis Hamilton e Sergio Pérez e ultrapassaram nas primeiras curvas.

A tentativa da Mercedes estava na estratégia. Verstappen começou de pneus macios e resolveu trocar para médios após cerca de 25 voltas. Hamilton saíra de médios e continuou quase dez voltas mais que isso para apenas pôr pneus duros. Mas não renderam bem, enquanto os médios não desgastaram muito na dupla da Red Bull.

Assim, Verstappen vence de novo e se torna o maior vencedor de todos os tempos num mesmo ano. Hamilton e Pérez também foram ao pódio. Russell, Carlos Sainz, Charles Leclerc, Daniel Ricciardo, Esteban Ocon, Lando Norris e Valtteri Bottas completaram o top-10.

A Fórmula 1 continua em duas semanas, entre os dias 11 e 13 de novembro, com o GP de São Paulo, etapa brasileira, direto de Interlagos. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo ‘IN LOCO’ com equipe cheia.

Max Verstappen foi da pole à vitória no Hermanos Rodríguez (Foto: Red Bull Content Pool)

Confira como foi o GP da Cidade do México:

A chuva que chegou a ser esperada para a tarde do GP da Cidade do México ficou mesmo como conto do vigário. Sem qualquer chance de precipitação ao longo da corrida, a largada chegava num cenário em que a temperatura ambiente estava em 25°C, enquanto o asfalto ia a 47°C.

Max Verstappen era o pole-position e buscar o recorde de 14 vitórias numa mesma temporada. Para isso, o campeão mundial partia de pneus macios. George Russell, Lewis Hamilton, Sergio Pérez, Carlos Sainz, Valtteri Bottas, Charles Leclerc, Lando Norris, Fernando Alonso e Esteban Ocon fechavam o top-10.

Destes, Verstappen, Pérez, Sainz e Leclerc estavam de macios. Yuki Tsunoda, Sebastian Vettel, Mick Schumacher e Nicholas Latifi também apostavam nos pneus de faixa vermelha. Todos os outros na pista partiam de médios.

Verstappen foi bem na largada e não correu riscos sérios, apesar de ficar lado a lado com Russell. George chegou a colocar o carro lado a lado com Max, mas por fora. Não tinha chances de ultrapassar, mas, quando preparou para a segunda curva, abriu caminho para Hamilton passar por ele. Pérez embarcou e também tomou o lugar, ficando em terceiro.

Leclerc não demorou a deixar Bottas para trás e demonstrou o que seria tendência: os seis primeiros colocados, duplas de Red Bull, Mercedes e Ferrari, rapidamente escapavam dos demais. Fernando Alonso aproveitava para ultrapassar Bottas e assumir a posição de melhor do resto. Ocon e Norris fechavam um top-10 que estava reorganizado, mas com os mesmos membros da largada.

Público vibra com F1 no México (Foto: Chris Graythen/Getty Images/Red Bull Content Pool)

A temporada de suplício absoluto continuava para Daniel Ricciardo. Após largar no 11º lugar, já aparecia atrás de Tsunoda e Guanyu Zhou, em 13º. Nada dá certo para o australiano, que tenta arrumar uma vaga como reserva na F1 2023.

Hamilton usou o pneu médio para montar a melhor volta da corrida nas primeiras dez voltas e recuperar um pouco da frente que Max abria. A diferença ficava ao redor de 1s5, sem grande alteração. Lá no fim do grid, a Haas sofria em ritmo de corrida Alex Albon passou primeiro Kevin Magnussen e, depois, Schumacher. Latifi também deixou Magnussen para trás.

Ricciardo conseguiu dar o troco e tirar Zhou da frente, enquanto Pierre Gasly atacava Stroll. O canadense reclamava. “Estou escorregando em tudo que é lugar, pessoal. Não tenho aderência alguma”, apontou. Gasly atacar, mas Lance defendeu inicialmente. Os dois escorregavam pela pista conforme atacavam e defendiam no que era uma boa briga. Mas, no fim das contas, Gasly levou a melhor após deslizar fora da pista.

Albon, que andava bem, começava a se aproximar dos dois, mas logo Gasly recebeu má notícia: recebeu uma punição de 5s por levar vantagem ao sair da pista e não devolver a posição. O curioso foi que Stroll começou a confusão, até causando um contato. Impressionante como desde o incidente com o trator, no Japão, a FIA tem acompanhado Pierre de perto.

Stroll seguiu para ser o dono da primeira ultrapassagem do dia, no fim da volta 17. A Ferrari diz que Leclerc devia considerar o plano C, ao que o piloto afirmou que a equipe tinha de considerar o tráfego. Provavelmente, então o plano C era uma estratégia com mais pit-stops.

Verstappen via o ritmo cair, e a Mercedes avisava a Russell. “Clara perda de ritmo, não vai demorar até pararem”, afirmou. O próprio Max avisava que tinha dificuldades para lidar com os pneus em situações de menos velocidades.

O primeiro a parar nos boxes entre os primeiros colocados foi Pérez, no fim da 24ª de 71 voltas, para pôr pneus médios. Verstappen entraria um giro depois, abrindo a corrida para Hamilton liderar. De pneus médios, Max retornou no terceiro posto, atrás das Mercedes.

Lewis Hamilton foi o segundo colocado (Foto: Mercedes)

“Meus pneus estão ok”, garantia Hamilton. A Mercedes, então, deu o direcionamento: “a meta e mais seis”, escolhendo esticar o stint além da estratégia inicial. Mais gente ia aos boxes: Schumacher, por exemplo, colocava também um jogo de médios. Enquanto isso, Pérez, de pneus novos, atacava e, eventualmente, ultrapassava Leclerc para tomar o quinto posto.

“As marchas estão uma merda de novo”, reclamou Verstappen em seguida. Hamilton entrou após 30 voltas para colocar um jogo de pneus duros e entregar a liderança nas mãos de Russell, que seguia num stint ainda mais longo. O próximo a parar foi Sainz, mas o pneu dianteiro direito demorou a entrar e tirou tempo do espanhol.

Russell pediu para que a Mercedes deixasse ficar na pista por mais tempo ainda, ao que o engenheiro respondeu que, para que essa tática funcionasse “teria que continuar por muito tempo”. Pararia ao fim da volta 35, também para colocar pneus duros.

Com tudo restabelecido entre os primeiros colocados, Verstappen tinha 7s3 de frente para Hamilton. Distância fruto do holandês ter parado bem antes e andado mais tempo de pneus novos, mas também por ter borracha média contra dura de Lewis. As táticas eram claramente diferentes.

Sabe quem seguia na pista com os pneus macios da largada? Vettel! Enquanto Stroll fora o primeiro a realizar o pit-stop, o tetracampeão só pararia no fim da volta 39. Hamilton dizia para a Mercedes que os pneus duros não eram tão bons quanto os duros.

As ultrapassagens aconteciam, embora sem grande alarde. Ocon deixou Gasly, companheiro do ano que vem, para trás e assumiu o 12º posto. Importante destacar que Esteban já tinha parado nos boxes e enfileirava gente que ainda teria de parar. Sainz foi mais um a ultrapassar e deixou Bottas e Alonso para trás.

Após 40 voltas, Verstappen tinha 9s de frente para Hamilton. A vantagem estava estabelecida, mas também não aumentava loucamente. Pérez era terceiro, seguido por Russell, Sainz, Leclerc, Alonso, Ocon, Bottas e Zhou o top-10. O chinês era um único na pista ainda sem ir aos boxes.

E, se Zhou continuava na pista, Stroll inaugurou mais uma janela de pit-stops e parou para colocar pneus macios para andar as últimas 26 voltas.

Russell rendia bem e aparentava se entender melhor com os pneus duros que Hamilton, mas também não incomodava Pérez. Até este momento, era uma corrida sem qualquer grande chamariz.

Ricciardo catapultou Tsunoda em briga por 11º lugar no México (Foto: Reprodução/F1TV)

Um lance aconteceria em seguida, quando Ricciardo se embananou na tentativa de mergulhar para cima de Tsunoda, deu no meio e levantou o carro da AlphaTauri. “O que porra ele fez?”, questionou Yuki. Ricciardo foi punido com 10s no tempo total da corrida, ao passo que Tsunoda sofreu danos na asa dianteira. Apesar do pit-stop para tentar consertar, nada feito. Teve de abandonar.

A esperança da Mercedes era ver o ritmo da Red Bull cair vertiginosamente e obrigar Verstappen e Pérez a pararem uma vez mais, só que os carros rubro-taurinos mantinham certo ritmo estável.

Zhou, que foi o último a parar, ainda tinha pneus novos quando passou por Vettel. Russell era um que queria parar de novo: mesmo rendendo razoavelmente, queria trocar pelos pneus médios, mas a equipe proibiu.

Alonso tinha problemas. Logo após ser preza fácil para Ocon e Ricciardo, Fernando teve de parar na curva 1 e causa um safety-car virtual na pista. Estava fora da prova.

Não deu tempo de pit-stop e ficou claro que nada mais aconteceria. Vitória de Verstappen, a 14ª do ano, um recorde histórico na F1. Hamilton e Pérez no pódio, ao lado dele.

F1 2022, GP da Cidade do México, Autódromo Hermanos Rodríguez, Resultado Final:

1M VERSTAPPENRed Bull RBPT71 voltas 
2L HAMILTONMercedes+ 15.186 
3S PÉREZRed Bull RBPT+ 18.097 
4G RUSSELLMercedes+ 49.431 
5C SAINZFerrari+ 58.123 
6C LECLERCFerrari+ 1:08.774 
7D RICCIARDOMcLaren Mercedes+ 1 Volta+ 10s
8E OCONAlpine+ 1 Volta 
9L NORRISMcLaren Mercedes+ 1 Volta 
10V BOTTASAlfa Romeo Ferrari+ 1 Volta 
11P GASLYAlphaTauri RBPT+ 1 Volta 
12A ALBONWilliams Mercedes+ 1 Volta 
13G ZHOUAlfa Romeo Ferrari+ 1 Volta 
14S VETTELAston Martin Mercedes+ 1 Volta 
15L STROLLAston Martin Mercedes+ 1 Volta 
16M SCHUMACHERHaas Ferrari+ 1 Volta 
17K MAGNUSSENHaas Ferrari+ 1 Volta 
18N LATIFIWilliams Mercedes+ 2 Voltas 
19F ALONSOAlpine NC
20Y TSUNODAAlphaTauri RBPT NC
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