Verstappen supera Ferrari em ‘solo hostil’ e conquista pole do GP da Emília-Romanha

Na primeira classificação de sexta-feira da temporada, a chuva deu alívio e permitiu pista quase totalmente seca em Ímola. Melhor para Max Verstappen, que larga na frente na corrida sprint

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Sem a chuva torrencial que pegou a região de Ímola de jeito até a manhã desta sexta-feira (22), mas com a pista ainda úmida, a classificação um dia adiantada, presente de fins de semana de corrida sprint, apareceu. Na casa da Ferrari, a sessão na pista menos caótica que no treino livre até reforçou a impressão de que os vermelhos têm um ótimo carro, mas foi Max Verstappen quem aproveitou as oportunidades que se abriram e conquistou a primeira pole-position em 2022. Em Ímola, porém, a pole oficial dá a primazia da largada na corrida sprint do sábado. Só depois dela é que a prova principal, no domingo, terá grid definido.

Com todas as circunstâncias que se colocaram, Leclerc não teve aquela vantagem ensaiada no treino livre e até no Q1. Longe disso. Max Verstappen liderou o Q2 e quase todo o Q3, bem até o final. Aí, sim, tempo para que cada um desse uma volta mais. Ou era a expectativa. Na verdade, Lando Norris bateu e causou a quinta bandeira vermelha do dia, finalizando a sessão com 38 segundos no relógio. Verstappen levou a melhor.

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Ainda teve mais notícia ruim para a Ferrari. No começo do Q2, Carlos Sainz repetiu a Austrália e errou num momento crucial. O espanhol fazia a segunda volta rápida quando rodou sozinho na curva Ravazza e foi acertar a barreira de proteção com a frente do carro. “Desculpa, eu sinto muito, pessoal”, falou no rádio, enquanto a transmissão da TV mostrava um chefe Mattia Binotto de cara fechada.

A batida de Sainz representou a segunda paralisação do fim de semana. Antes disso, no Q1, Alexander Albon teve de lidar com um incêndio que virou explosão na região do pneu traseiro direito da Williams. Com a pista cheia de sujeira queimada, veio a interrupção – mas o piloto ainda conseguiu carregar o carro que passou do ponto do chef de volta ao pit-lane. Mais duas bandeiras vermelhas seguiriam, no Q3: Kevin Magnussen bateu levemente, mas saiu sozinho do buraco e Valtteri Bottas teve problemas e parou na pista.

O acidente de Sainz fez com que os últimos minutos sem chuva no Q2 fossem desperdiçados e, desta forma, não houve nenhuma melhora de volta na sequência. Foi o que selou o destino de uma Mercedes que parecia destinada ao fracasso de qualquer maneira, mas não teve nem como tentar evitar. George Russell saiu em 11º, enquanto Lewis Hamilton foi 13º. É a primeira vez que a Mercedes fica totalmente fora do Q3 desde o GP do Japão de 2012, uma década inteira atrás.

Além de Verstappen e Leclerc na primeira fila, Norris vem em terceiro e abre uma sequência com Magnussen, Alonso, Ricciardo, Pérez, Bottas, Vettel e Sainz no top-10.

O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do GP da Emília-Romanha AO VIVO E EM TEMPO REAL. No sábado, o dia começa com o segundo treino livre, às 7h30 [de Brasília, GMT-3]. Depois, às 11h30, o pelotão larga para a corrida sprint.

Charles Leclerc foi a esperança da Ferrari (Foto: Ferrari)
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Confira como foi a classificação:

Q1 – Albon vê pedaço do carro explodir e Mercedes capina sentada para avançar

A pista estava longe da manhã em termos das condições do solo: ninguém tomou a pista com pneus de chuva extrema para a classificação, mas os intermediários ainda apareceram na parte inicial. Ajuda do fim da chuva e da classificação da Fórmula 3, realizada um pouco antes. Era a chance de ver, de verdade, se a Red Bull trouxe mudanças o bastante para superar a Ferrari, que não apareceu com atualização alguma, mas com uma estimativa de 5 kg a menos no bólido.

Enquanto as Ferrari, as Aston Martin, as Alpine e Alfa Romeo – a equipe suíça como a primeira – foram à pista direto com os pneus macios, as equipes restantes mandaram suas duplas de piloto averiguar inicialmente como seria com os pneus intermediários, mas mudaram após voltas de instalação. O traçado seguia escorregadio, mas já era mais rápido andar com os slicks.

Quando as primeiras voltas rápidas começaram a estalar, o problema: um incêndio na região do pneu traseiro direito da Williams de Alexander Albon que, na tentativa de carregar o carro de volta ao pit-lane, ainda teve de lidar com uma explosão no local que jogou um monte de pedaço de carro esturricado na pista. Bandeira vermelha, mas Albon conseguiu chegar aos boxes.

Durante uma interrupção de cerca de sete minutos, deu tempo da direção de prova avisar: as condições de aderência agora estavam normais, embora as manchas de umidade ainda continuassem evidentes na pista.

A explosão no carro Alexander Albon (Vídeo: F1 TV)

Com o para e anda do treino, as voltas rápidas começaram a aparecem mesmo com pouco menos de oito minutos para o fim. A Ferrari tomou a frente, com Carlos Sainz em primeiro e Charles Leclerc em segundo, enquanto Lando Norris abria uma sequência que mostrava a Red Bull embolada com McLaren e Alpine. Demorou pouco, porque logo Verstappen repetiria a volta a pularia para segundo, grudado em Sainz.

Quem aparecia bem era a Aston Martin. Vindo de começo de ano lamentável, a equipe de Silverstone conseguia se aproximar de McLaren e Alpine, embolada com Mercedes e Alfa Romeo. Entre uma escapada de Mick Schumacher da pista e outra, a Haas ainda ficava um pouco aquém do que prometeu no TL1.

Norris se engraçou com a liderança após volta forte, mas durou quase nada. Leclerc emplacou a primeira na casa de 1min19s. Ainda era pouco, porque Verstappen foi para a ponta com 1min19s295. O monegasco tinha uma chance ainda no Q1 e emendou uma incrível 1min18s796: 0s5 melhor.

Antes da briga pela próxima fase esquentar, Ocon voltou aos boxes mesmo estando fora da nota de corte. Mesmo sem confirmação, a impressão era de um problema com a Alpine após começo promissor.

Na disputa para ir ao Q2, as duas Mercedes vieram para a tentativa derradeira fora do top-15. E foi por pouco: Hamilton fechou em 15º, ao passo que Russell foi ao 12º lugar. Isso porque Ocon e Albon nem sequer entraram na dança e largam nas duas últimas posições. Além deles, Yuki Tsunoda, Pierre Gasly e Nicholas Latifi, que também rodou no meio do Q1, foram os eliminados. Resultado terrível da AlphaTauri no que também é uma corrida de casa.

O top-10 ficou com Leclerc, Verstappen, Sainz, Guanyu Zhou, Sergio Pérez, Daniel Ricciardo, Kevin Magnussen, Norris, Fernando Alonso e Lance Stroll.

Mick Schumacher passou pela grama (Foto: Reprodução)

Q2 – Sainz bate e Mercedes sofre pior classificação em uma década

Por conta do tempo perdido com o incêndio no carro de Albon, a segunda parte da classificação começou quase que imediatamente após o fim da primeira para tentar equilibrar o relógio. E todo mundo correu para a pista pelo motivo que a Ferrari avisava a Leclerc no rádio: “Uma volta rápida antes da chuva chegar às curvas dois, três e quatro”. Assim, os 15 pilotos saíram imediatamente.

Verstappen se deu melhor na rodada inicial de voltas: anotou 1min18s793. Leclerc não se ajustou bem e passou em quinto, mas era somente o começo e dava tempo de mais um giro pelo menos. Só que Sainz bateu. Já bem atrás do companheiro e após um fim de semana terrível na Austrália, Sainz perdeu o controle do carro na Ravazza, rodou e foi parar no muro. Segunda bandeira vermelha e a possibilidade da chuva congelar os tempos anotados inicialmente.

Se assim fosse, Russell, Schumacher, Hamilton, Zhou e Stroll eram os cinco foram da zona de classificação. Sainz, apesar da batida posterior, aparecia em segundo.

Sainz perde o carro sozinho e volta a decepcionar Ferrari (Vídeo: F1 TV)

De fato, quando apareceu a luz verde, com ainda 13 minutos pela frente, a chuva estava de volta e a pista ficou fantasma. Apenas com menos de três minutos para o fim, Vettel – que estava entre os classificados – se adiantou na companhia de Alonso, Bottas e até Leclerc para entender o nível da pista. Mas nenhum dos eliminados em potencial apareceu para tentar evitar o que, àquela altura, era inevitável.

Russell, Schumacher, Hamilton, Zhou e Stroll foram os eliminados. Nesta exata ordem, os membros do top-10 foram Verstappen, Sainz, Norris, Pérez, Leclerc, Alonso, Magnussen, Vettel, Ricciardo e Bottas.

Com a eliminação dupla, a Mercedes quebrou uma sequência histórica: ficou fora do Q3 com os dois pilotos pela primeira vez desde o GP do Japão de 2012, ainda antes de Hamilton se juntar à equipe.

Sofrimento de Hamilton e Russell (Foto: Mercedes)

Q3 – Hat-trick de bandeiras vermelhas favorecem Verstappen, que fica com a pole

Sem Sainz, apenas nove carros partiram para a luta pela pole-position. Todos escolheram tomar a pista de pneus intermediários, por conta da chuva que retornava, ainda que sem ser torrencial.

A pista estava complicada. Na volta de instalação, Verstappen quase perdeu e teve de se manter no braço. Não foi a sorte de Magnussen logo em seguida: o dinamarquês saiu no mesmo trecho da Aqua Minerali que Bottas, no fim do TL1, e apareceu no muro. Bandeira vermelha, mas, desta vez, muito mais rápida. Isso porque Magnussen manteve o motor rodando e conseguiu sair de lá sozinho, para festejo dos mecânicos da Haas. Apenas um pequeno dano na asa dianteira, então sem grande prejuízo.

A chuva voltou a recuar, mas os pneus intermediários continuavam em ação quando a bandeira verde reapareceu. Alonso foi quem se posicionou à frente da fila de quem entraria na pista primeiro.

As voltas não paravam quietas. Leclerc passou 0s020 melhor que Verstappen, mas o holandês respondeu com um voltaço: 1min27s999 e quase 0s8 de frente para o monegasco, que tirou o pé na segunda tentativa. Norris colocava a McLaren em terceiro, seguido por Magnussen, mas outro problema seguiria.

Logo após fazer uma viagem fora da pista, Bottas parou na entrada da Ravazza. Nenhum erro ou batida, apenas o carro da Alfa Romeo parado. Mais uma bandeira vermelha, agora com 2min58s para o final.

Os carros alinharam no pit-lane para esperarem a luz verde sair novamente. Verstappen se posicionou na frente, enquanto Leclerc foi logo atrás dele – ali estava a luta pela pole. Alonso e Pérez estavam alguns metros atrás, enquanto os outros esperaram mesmo nas respectivas garagens. A Ferrari pediu a Leclerc: “passe Verstappen se puder”. Não podia.

E também não teria feito qualquer diferença. Quando os dois estavam para abrir volta, foi Norris quem errou, escapou e parou no muro. Nova bandeira com 38 segundos para o fim e qualquer possibilidade de mudança estava encerrada.

F1 2022, GP da Emília-Romanha, Ímola, Grid da corrida sprint:

1M VERSTAPPENRed Bull RBPT 1:27.999  
2C LECLERCFerrari 1:28.778+0.779 
3L NORRISMcLaren Mercedes 1:29.131+1.132 
4K MAGNUSSENHaas Ferrari 1:29.164+1.165 
5F ALONSOAlpine 1:29.202+1.203 
6D RICCIARDOMcLaren Mercedes 1:29.742+1.743 
7S PÉREZRed Bull RBPT 1:29.808+1.809 
8V BOTTASAlfa Romeo Ferrari 1:30.439+2.440 
9S VETTELAston Martin Mercedes 1:31.062+3.063 
10C SAINZFerrari   
11G RUSSELLMercedes 1:20.757 
12M SCHUMACHERHaas Ferrari 1:20.916 
13L HAMILTONMercedes 1:21.138 
14G ZHOUAlfa Romeo Ferrari 1:21.434 
15L STROLLAston Martin Mercedes 1:28.119 
16Y TSUNODAAlphaTauri RBPT 1:20.474 
17P GASLYAlphaTauri RBPT 1:20.732 
18N LATIFIWilliams Mercedes 1:21.971 
19E OCONAlpine 1:22.338 
20A ALBONWilliams Mercedes   
  Tempo 107% 1:34.159+6.160 
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