Verstappen domina e vence GP de São Paulo. Alonso bate Pérez na linha de chegada

Max Verstappen usou o GP de São Paulo como mais um episódio da temporada relicária que vive na Fórmula 1 2023. A maravilha de cenário que o esporte se transformou para o tricampeão merece a lembrança do clássico 'Aquarela Brasileira'

Mais um dia, mais uma vitória. Max Verstappen controlou a situação em duas largadas no GP de São Paulo de Fórmula 1 deste domingo (5), em Interlagos. Foi a 52ª vitória da carreira e a incrível 17ª em 20 corrida da temporada 2023.

Verstappen teve até os seus desafios desta feita. Lando Norris conseguiu se manter nos entornos durante algum tempo e, na nona volta, foi para cima tentar a sorte. Não conseguiu e, em seguida, tirou o pé para evitar a turbulência. O suficiente para um segundo lugar confortável.

Norris não conseguiu manter o ataque a Verstappen por muito tempo, mas a boa largada para subir ao segundo lugar e o ritmo forte para escapar de quem tinha carro de mesmo nível – Sergio Pérez -, ajudou o inglês a colocar a McLaren numa confortável segunda posição. E ainda garantiu o ponto da volta mais rápida.

A última posição do pódio foi definida numa batalha que durou 11 voltas e onde Sergio Pérez só conseguiu ultrapassar Fernando Alonso na penúltima. Mas Alonso, de maneira brilhante, recuperou curvas depois e ainda teve de defender. Lance Stroll, Carlos Sainz, Pierre Gasly, Lewis Hamilton, Yuki Tsunoda e Esteban Ocon fecharam o top-10.

O grande problema da corrida se deu na largada. Primeiro porque Charles Leclerc teve problemas no carro durante a volta de apresentação, perdeu o controle e bateu. Nem largou. Ainda na reta após a partida oficial, Alexander Albon e Nico Hülkenberg se tocaram, Albon rodou e acertou Kevin Magnussen. Oscar Piastri foi abalroado na traseira, ao passo que um pneu perdido acertou a asa traseira de Daniel Ricciardo.

Magnussen e Albon abandonaram ali, enquanto Ricciardo e Piastri deram sorte da direção de prova apontar bandeira vermelha. Sem isso, também teriam de abandonar. Só que, como não fizeram a volta atrás do safety-car pré-vermelha e entraram direto, largaram uma volta atrás e fora do páreo.

GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades AO VIVO e EM TEMPO REAL e cobre o GP de São Paulo de Fórmula 1 ‘in loco’ com Evelyn GuimarãesGabriel CarvalhoGabriel CurtyJoão Pedro NascimentoLuana MarinoPedro Henrique Marum Rodrigo Berton. Em SEGUNDA TELA, o GP acompanha a etapa com transmissões da classificação, da sprint e da corrida. Na sexta-feira, no sábado e no domingo, o BRIEFING repercute tudo que acontece na etapa brasileira.

A Fórmula 1 agora volta em duas semanas, entre os dias 17 e 19 de novembro, com o tão esperado GP de Las Vegas.

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Confira como foi o GP de São Paulo de Fórmula 1:

E, então, era hora de largar para o GP de São Paulo de Fórmula 1. O clima era mais amistoso que nos dois dias anteriores: zero chance de chuva e 21°C de temperatura ambiente. Mas o sol escapava por entre as nuvens, e eram muitas, para esquentar a pista a até 47°C.

Max Verstappen largava na pole e era seguido por Charles Leclerc, Lance Stroll, Fernando Alonso, Lewis Hamilton, Lando Norris, Carlos Sainz, George Russell, Sergio Pérez, Oscar Piastri no top-10. Atrás, Nico Hülkenberg, Kevin Magnussen, Alexander Albon, Esteban Ocon, Pierre Gasly, Yuki Tsunoda, Daniel Ricciardo, Valtteri Bottas, Logan Sargeant e Guanyu Zhou.

A escolha de 19 dos 20 pilotos foi sair de pneus macios, enquanto Sargeant foi de médios. A ver, pois, como seria o jogo estratégico.

Na volta de formação, logo, Leclerc apareceu fora da pista e apareceu batido no muro. “Perdi a hidráulica”, avisou à equipe. De fato, o carro escapou de forma muito esquisita após começar a sacudir antes do contorno do Lago. Antes mesmo de começar, era fim de corrida para ele.

Max Verstappen largou já na frente em Interlagos (Foto: Red Bull Content Pool)

Sem muito atraso, então, a corrida foi em frente. Verstappen manteve a frente, ao passo que Norris e Hamilton deixaram as duas Aston Martin para trás – e Alonso passou Stroll.

Mas isso pouco importou, graças a um grande incidente um pouco atrás. No enrosco de meio do pelotão nos primeiros metros da prova, Albon abriu na reta para buscar um espaço atrás de Hülkenberg, e os dois se tocaram. Albon rodou e ainda acertou Magnussen em cheio. Ainda sobrou para Piastri, abalroado por trás. Um pneu de Albon ainda se soltou e passou muito perto do carro de Ricciardo.

O fim de corrida para Albon e Magnussen foi automático, enquanto Hülkenberg seguiu, mais caiu para trás. Piastri também foi chamado aos boxes para abandonar, mas acabou salvo pelo gongo. Com muita sujeira na pista, a direção de prova deu bandeira vermelha e ofereceu a possibilidade da McLaren recuperar o carro.

A mesma coisa com a AlphaTauri e Ricciardo. Bólido para a garagem e tentativa de consertar a asa traseira para a relargada. Na realidade, o trabalho de McLaren e AlphaTauri definiria se a nova largada se daria com 15, 16 ou 17 carros.

Uma nova largada parada foi marcada para pouco mais de 25 minutos depois da bandeira vermelha. Verstappen novamente estava na frente, com Norris, Hamilton, Alonso, Stroll, Russell, Pérez, Sainz, Ocon e Tsunoda formavam o top-10. Atrás, Gasly, Bottas, Zhou, Sargeant, Hülkenberg e a dupla Piastri e Ricciardo de volta. Apenas Leclerc, Magnussen e Albon estavam fora. A dupla saía do pit-lane e, como entraram direto nos boxes após a bandeira vermelha – em vez de uma volta atrás do safety-car, como outros, começavam uma volta atrás.

Enquanto Verstappen segurou a dianteira contra Norris, Alonso atacou um Hamilton que buscar o espaço para tomar o segundo posto. Russell deixou Stroll para trás, algo que Pérez faria em seguida. Sainz, Gasly e Ocon formavam o top-10. E todo mundo com pneus trocados.

Russell deixava a reclamação protocolar. “Estou com dificuldades nas curvas 11 [Pinheirinho] e 12 [Bico de Pato]. Ele precisa ou me deixar passar ou gerenciar a corrida com mais cuidado”, sobre o companheiro de equipe Hamilton.

Será que teria briga pela vitória? Norris não quis nem deixar à décima volta para atacar Verstappen, colocar o carro de lado e mostrar que estava vivo na batalha. Mas não passou e teve de se afastar um pouco para fugir da turbulência da traseira alheia.

Alexander Albon perdeu controle da Williams e acertou Kevin Magnussen na largada (Vídeo: Sky Sports)

Briga boa também pela última posição da zona de pontuação: após perder o décimo posto na relargada, Tsunoda foi para dentro e ultrapassou Ocon. A próxima ameaça era de Pérez contra Russell, que rapidamente virou ultrapassagem pela quinta colocação. George aproveitou o DRS para tentar voltar de imediato, mas não conseguiu.

Foi só então que a direção de TV mostrou um rádio anterior de Russell. “Estamos trabalhando em equipe aqui ou é cada um por si?”, questionou, já um tanto quanto incomodado. “Ainda estamos discutindo”, respondeu a Mercedes. Quando Pérez passou, resposta estava dada. E ‘Checo’ já ia para cima de Hamilton.

A Mercedes tinha mais conversa com Russell e pediu para que gerenciasse mais o ritmo. “Queremos correr ou conceder posições? Se eu gerenciar mais, vou correr para trás”, replicou. Mas a Mercedes bateu o pé: era para garantir que os pneus cumprissem o stint.

Na tentativa de tirar volta, Piastri fazia bonito passão contra Hülkenberg, mas seguia na mesmíssima posição. E Tsunoda, seguro no top-10, escapou sozinho e teve de parar o carro para não ir embora no gramado. Foi a deixa para Bottas tomar o décimo lugar. Ocon, que estava por ali, já havia parado nos boxes, como Zhou.

O próximo a realizar um pit-stop era Hamilton, na volta 19 de 71; em seguida, Russell. “Tenho um problema com a parte dianteira esquerda do carro, está virando para a direita”, avisou Lewis. Corrida complicada para a Mercedes.

Uma volta depois, Pérez foi chamado e saiu atrás de Hamilton. Não gostou. “Por que paramos atrás deles? Não devíamos fazer isso, era para fazer a nossa corrida”, cobrou. Mesmo assim, não perdeu tempo algum e quase que imediatamente foi para cima e deixou Lewis para trás. Atacou inicialmente na Curva do Sol e acabou de passar na reta oposta.

Dos boxes da Alfa Romeo, o aviso para Zhou levar o carro aos boxes e abandonar. Era mais um que caía e levava a conta de pilotos participantes para 16 – dois deles, fora da volta do líder.

A janela de paradas nos boxes voltava a esquentar. Sainz trocou os pneus e, quando saiu, estava grudado na traseira de Tsunoda e teve de tirar o pé para não bater. De qualquer maneira, líder e vice pararam juntos, na volta 27. E saíram do mesmo jeito, com Norris cerca de 3s atrás de Verstappen.

Lewis Hamilton despencou ao longo da corrida (Foto: Mercedes)

Uma vez na pista de pneus finalmente médios, Verstappen via a diferença aumentar e aparecia com 5s de vantagem um instante depois.

A Alpine sofria Ocon. Em fim de semana bastante complicado para o francês, chamava de novo aos boxes para colocar pneus macios. O sofrimento da Mercedes de médios também ficava claro. Russell nem sequer queria conversar no rádio e deixava a equipe no vácuo. Na pista, usava o DRS na reta e saía da trilha de Hamilton para tentar controlar o desgaste de pneus sem pegar a turbulência.

Só que Sainz se aproximava a cada volta com uma Ferrari melhor. Dito e feito: na volta 35, foi para cima e tirou George do caminho para ganhar a oitava colocação. Demorou apenas duas voltas para engolir Hamilton e assumir o sexto lugar.

Lá pela rabeira da zona de pontos, novamente, Tsunoda conseguiu se recuperar do erro voltas antes e ultrapassou Bottas para ficar com a décima colocação. Verstappen, num universo paralelo, esbanjava e anotava a melhor volta da prova até a 38ª de 71 voltas.

Alonso chegou em terceiro em uma disputa incrível com Pérez (Foto: Aston Martin)

Preocupado pelos rivais de outro momento na corrida, Pérez questionou onde estava a dupla da Mercedes. “A Mercedes está morrendo. Foi para trás da Ferrari e está morrendo”, respondeu o engenheiro.

Não estava errado de todo. Gasly passava engolindo Russell e, voltas depois, faria o mesmo para cima de Hamilton. A rodada de pit-stops posterior não mostrou grandes mudanças de posição, mas mostrou a gana das equipes por pneus macios no asfalto de Interlagos. Uma outra janela aparecia logo, por volta do 50º giro.

A terceira janela ofereceu a chance de ver que a AlphaTauri de Tsunoda, que foi ficando pela pista até onde deu, era mais veloz que a Mercedes. Mesmo assim, voltou atrás após que parou. E quem parava uma vez mais que todo mundo era Ocon, já dono de quatro pit-stops.

Já na volta 56, a Mercedes mandou Russell abandonar. O motivo era um superaquecimento de óleo no motor, algo que fez com que a equipe se preocupasse com uma explosão. Que jornada, Mercedes… Na Alfa Romeo, pouco após Zhou ser convocado a abandonar, mesmo coisa para Bottas.

Pouco a pouco, Pérez se aproximava de Alonso. Chegou de vez na volta 60, mas viu o bicampeão jogar duro e negar a primeira tentativa na Junção. Com a habilidade que mostrou ao longo da carreira, Alonso se defendia de maneira a tirar as chances de Pérez atacar.

Mesmo assim, Pérez seguiu pertinho e esperou a penúltima volta. Foi quando atacou e passou, mas durou pouco tempo. Alonso recalculou a rota, posicionou o carro e recuperou a colocação. Por fim, ainda teve de defender, mas saiu vencedor numa batalha impressionante.

Verstappen completou para a vitória, seguido por Norris e Alonso. Pérez, Stroll, Sainz, Gasly, Hamilton, Tsunoda e Ocon finalizaram a zona de pontos.

F1 2023, Interlagos, GP de São Paulo, 21ª Etapa, Resultado Final:

1M VERSTAPPENRed Bull RBPT71 voltas 
2L NORRISMcLaren Mercedes+ 8.277 
3F ALONSOAston Martin Mercedes+ 34.155 
4S PÉREZRed Bull RBPT+ 34.208 
5L STROLLAston Martin Mercedes+ 40.845 
6C SAINZFerrari+ 50.188 
7P GASLYAlpine+ 56.093 
8L HAMILTONMercedes+ 1:02.859 
9Y TSUNODAAlphaTauri RBPT+ 1:09.880 
10E OCONAlpine+ 1 volta 
11L SARGEANTWilliams Mercedes+ 1 volta 
12N HÜLKENBERGHaas Ferrari+ 1 volta 
13D RICCIARDOAlphaTauri RBPT+ 1 volta 
14O PIASTRIMcLaren Mercedes+ 2 voltas 
 G RUSSELLMercedes NC
 V BOTTASAlfa Romeo Ferrari NC
 G ZHOUAlfa Romeo Ferrari NC
 K MAGNUSSENHaas Ferrari NC
 C LECLERCFerrari NC
 A ALBONWilliams Mercedes NC

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