McLaren esconde mudanças e tem no motor Mercedes desafio para manter top-3
A McLaren revelou ao mundo o MCL35M nesta segunda-feira e, embora por fora pareça muito o carro do ano passado, a equipe inglesa precisou fazer modificações importantes para se adaptar ao motor Mercedes, diante de um ano de transição e de poucas mudanças. E é aí que mora a grande questão do time de Woking
A McLaren talvez seja a única equipe do grid que sustente uma enorme e real expectativa para 2021. Isso porque a equipe britânica não só trouxe um nome de peso para suas garagens, como também acertou um acordo para receber o melhor motor de toda a Fórmula 1. Depois de ter dado um salto de desempenho na temporada passada, o objetivo lógico agora é dar um passo à frente, então todas as novidades se justificam. Só que o cenário não é tão simples. O time inglês precisa fazer tudo funcionar muito bem, mas esbarra em um ano de transição em que poucas mudanças são permitidas.
E sendo assim, a esquadra foi a primeira a apresentar ao mundo o projeto com qual pretende, ao menos, manter o posto de terceira força no grid. O MCL35M surgiu sem causar um grande espanto em um primeiro momento. Afinal, a pintura laranja, com detalhes em azul e preto, camuflou bem as modificações. Só um olhar mais atento é capaz de perceber que a McLaren, apesar do regulamento restritivo, tem um carro bem diferente por baixo do layout papaia.
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É importante salientar que as regras para 2021 permitem alterações na carroceria, mas não no monocoque. Dito isso, o que aconteceu é que o grupo de engenheiros em Woking precisou trabalhar em soluções dentro dessa limitação para adequar o motor Mercedes que agora equipa os carros ingleses – a unidade é bastante diferente do Renault que empurrava os modelos britânicos até ano passado. Por isso, as exigências foram bem específicas e diversas. E isso em um carro de F1 nem sempre é um boa notícia.
“Não há uma solução sobre como as unidades de potência são dispostas. O que tentamos fazer em relação ao processo de homologação foi não mudar coisas que realmente não precisavam ser alteradas durante a instalação do motor”, contou James Key, o diretor-técnico da McLaren e líder do projeto, ao falar da situação especial do time.
“Mas é claro que tivemos medidas com relação às peças homologadas. Isso nos permitiu trabalhar no chassi, que obviamente tem de mudar com um novo motor e armazenamento de energia”, completou.
Então, por causa da Mercedes, o MCL35M possui novos sistemas elétricos e de refrigeração. Também foi possível notar novos sidepods. As entradas de ar também são diferentes nas laterais e arredondadas em cima, reflexo da nova unidade motriz. O carro também surgiu com o bico que foi testado no GP da Toscana do ano passado e que é muito similar ao da heptacampeã.
A associação com a marca alemã também influenciou em uma redução do rake – a diferença de altura entre a parte dianteira e traseira. Há diferenças sutis nos dutos de freios. Já a asa dianteira é essencialmente a mesma de 2020. E ao contrário do que se pode imaginar, a McLaren não vai usar a caixa de câmbio da fabricante de Stuttgart. Os britânicos vão seguir desenvolvendo sua própria. Ou seja, é mais do que evidente o trabalho de quebra-cabeças feito pela esquadra chefiada por Zak Brown.
“Existem aspectos da caixa de câmbio que precisaram ser mudados. O sistema elétrico é completamente diferente, assim como o de refrigeração. Portanto, fundamentalmente, a arquitetura do carro é bem distinta, mas as áreas homologadas que precisávamos manter foram menos afetadas”, reconheceu Key.
Portanto, ao mesmo tempo em que tomou decisões acertadas ao chamar Daniel Ricciardo para o lugar de Carlos Sainz e firmar o acordo com a Mercedes, a McLaren criou para si um grande desafio em 2021. O passo adiante depende enormemente do encaixe de todos os aspectos técnicos e humanos neste momento. Mas o primeiro passo foi dado.
“Estamos convencidos de que o motor da Mercedes pode nos ajudar a voltar a vencer corridas no futuro, assim que a equipe estiver pronta. Tenho certeza”, acrescentou Andreas Seidl, o chefe da equipe.
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