Médicos falam em “trabalhar no chassi” de Lauda após alta, mas celebram “capítulo novo da vida”

Niki Lauda deixa o Hospital Geral de Viena ainda precisando de cuidados com o corpo – ou chassi, como definem os médicos. Apesar de limitações impostas pelo transplante de pulmão, a equipe que atendeu Niki prevê uma fase “nova e interessante da vida”

Niki Lauda precisou de quase três meses para deixar o Hospital Geral de Viena após um transplante emergencial de pulmão, e o faz com um clima de otimismo. Os médicos do tricampeão mundial, em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (25), veem um “capítulo novo e interessante” pela frente – mas com o porém de precisar dar sequência ao “trabalho no chassi”, o próprio corpo, de Niki.
 
Isso porque o transplante de pulmão exige uma série de cuidados especiais. Lauda só vai poder voltar a viajar de avião seis meses após o transplante, por volta de janeiro de 2019. Mesmo usando outros meios de transporte, a recomendação médica é não se afastar muito de Viena, para facilitar o atendimento em caso de nova emergência. Outros aspectos da vida, como visitas a piscinas e saunas ou brincar com animais de estimação, também podem ser problemáticos. 
 
“O motor ronca novamente, mas nós ainda precisamos trabalhar um pouco no chassi”, disse Walter Klepetko, chefe de cirurgia torácica no Hospital Geral de Viena. “Agora se trata de um capítulo novo e interessante de sua vida. Não levou muito tempo para a gente fazer isso, na verdade. São 2s6 para trocar os pneus de um carro de F1, e nós levamos 2,6 meses aqui. Estamos felizes pelo final feliz disso tudo”, continuou.
Niki Lauda ainda precisa de cuidados com o corpo, ou 'chassi' (Foto: Mercedes)

“Agora ele [Lauda] pode se concentrar em sua reabilitação e ficar mais forte”, completou Christian Hengstenberg, que também participou da cirurgia e do processo de reabilitação. “O Sr. Lauda estava gravemente doente e conseguimos mantê-lo graças à máquina cardiopulmonar. Foi um verdadeiro ponto de mudanças na vida. Os pacientes esgotam suas reservas e a degradação dos músculos acontece em questão de dias. O transplante agora é um procedimento mais rotineiro, mas não é surpreendente que os pacientes, mesmo os mais jovens, precisem de muito tempo antes de retomar atividades como caminhar ou fumar, por exemplo. Quando falamos de viver usando as reservas, é porque leva muito tempo até você ter um corpo preparado novamente”, encerrou.

 
Mesmo no hospital, Lauda conseguiu causar uma boa impressão nos colegas de Mercedes, onde é o presidente não-executivo. Toto Wolff visitou o Hospital Geral de Viena e gostou do que viu, mesmo sendo chamado de “idiota”. Lewis Hamilton, por sua vez, recebeu uma ligação de Niki e ficou satisfeito com a energia do ex-piloto.
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