Mercedes e McLaren fazem alerta e se mostram contra proposta de adoção de ‘motor Indy’ como alternativa para F1

Insatisfeitos com o protagonismo das montadoras na F1, Bernie Ecclestone e a FIA decidiram ir para o enfrentamento e orquestram a adoção de motores mais baratos como alternativa às equipes com dentro de dois anos. Mas a dominante Mercedes e a McLaren, que conta com o suporte da Honda, não se animaram muito com a proposta

Se depender de Bernie Ecclestone, chefão da F1, e da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), o Mundial terá uma dinâmica bem diferente a partir de 2017. Não apenas em face ao novo regulamento técnico que será adotado pela categoria nesta temporada, mas também pela proposta de adoção de uma montadora independente para fabricar motores mais baratos, estimados em € 6 milhões (R$ 25 milhões) por temporada e com características distintas ao que é empregado hoje pela categoria. 
 
Entretanto, a proposta não agrada a cúpula da Mercedes, a equipe que mais tirou proveito dos motores turbo V6 1,6 L adotados pela categoria em 2013, e nem a própria McLaren, que tenta se reerguer na F1 com a Honda.
A F1 pode adotar motores como os da Indy como alternativa para as equipes em 2017 (Foto: Divulgação)
A proposta de Bernie e da FIA, revelada pela revista alemã ‘Auto Motor und Sport’ no último sábado (24), consiste em permitir na F1 o uso de motores V6 biturbo de 2,2 L, como os que são usados na Indy desde 2012, como forma de limitar os altos custos das equipes do grid e, principalmente, acabar com o protagonismo das montadoras na F1: Mercedes, Ferrari, Renault e Honda.
 
E aí, em princípio, Cosworth e Ilmor — responsável pelos motores Chevrolet da Indy — aparecem como interessadas no projeto. 
 
Toto Wolff, diretor-esportivo da Mercedes, entende que a proposta, que para passar precisa da aprovação da maioria das equipes, mas não unanimidade, deverá ser aprovada. Mas fez ressalvas. “Há uma estrutura de governo já posicionada e, obviamente, a maioria quer mudanças nas regras, e é isso o que vai acontecer. Mas vamos colocar nosso ponto de vista.”
Toto Wolff não se mostrou muito favorável à proposta de Ecclestone e da FIA (Foto: Mercedes)
“O [motor] híbrido é importante, e é isso o que está acontecendo nas estradas hoje. Mas se você quer ir ‘de volta para o futuro’, não é essa a filosofia que nós acreditamos que deve ser. Vamos ver o que o corpo diretivo e todo mundo vai decidir”, declarou o austríaco, se mostrando contra a proposta.
 
Diretor de corridas da McLaren, Éric Boullier entende que a F1 ficará desequilibrada em face a um regulamento que permita dois tipos distintos de motores. “Será extremamente difícil equilibrar a performance entre duas diferentes tecnologias como essas. Nós ainda acreditamos que o melhor é ajudar a Renault e a Honda a chegar lá do que já diversificar isso”, comentou.
 
“Embora seja muito cedo para ter um posicionamento claro, será um pesadelo equilibrar isso em face às regras e não necessariamente ter um motor mais barato vai se converter em uma performance de um motor de ponta”, complementou o engenheiro francês, preocupado com os rumos que a F1 poderá adotar caso vá em frente com a adoção dos ‘motores Indy’ em 2017.
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