Mercedes diz que “vai mudar carro inteiro” em 2024: “Interlagos confirmou planos”

Um ano depois da vitória de George Russell no GP de São Paulo, a única da Mercedes nas duas últimas temporadas da Fórmula 1, a equipe alemã apresentou um desempenho muito abaixo do esperado no Brasil neste domingo (5) e terminou com um oitavo lugar como melhor resultado, conquistado por Lewis Hamilton.

Em coletiva realizada em Interlagos com presença do GRANDE PRÊMIO, Toto Wolff, chefe da equipe, afirmou que o péssimo desempenho só confirmou que o conceito do W14 precisa ser completamente alterado para 2024.

Questionado sobre a possibilidade de mudar o acerto dos carros antes da corrida e, assim, largar do pit-lane — por infringir a regra de parque fechado —, o austríaco admitiu que o time não saberia quais mudanças fazer.

“O desenvolvimento desse carro indica que fizemos alguma coisa errada. É tão imprevisível. Não sabíamos exatamente onde melhorar [o carro], porque há um problema conceitual muito maior. Mas pensamos nisso”, disse. “Pensando sobre maximizar os pontos, talvez fosse a melhor opção”, avaliou Wolff, que negou estar otimista para o ano que vem.

“Em 13 anos, nunca me senti otimista ou confiante. É um problema meu, em meu cérebro. Mas o que sabemos é que vamos mudar completamente o carro. [A corrida de hoje] confirma que esses passos são necessários. Não criamos expectativas, mas, pelo menos, sabemos que o plano de mudar completamente [o conceito do carro] está certo”, pontuou.

Em uma corrida que levou diversas comunicações entre os pilotos e a equipe ao público, Toto foi questionado se a exposição dos problemas seria um incômodo. Segundo ele, a preocupação da Mercedes está apenas em resolver os problemas do carro.

“Acho que as mensagens que aparecem na transmissão são irrelevantes. Não há nada a gerenciar, nada a dizer. O problema fundamental é que o carro estava lento”, admitiu. “Se é controverso ou não, a questão é que falta performance. Então, não importa”, completou.

Em seguida, Wolff repetiu que o GP de São Paulo trouxe a confirmação definitiva de que será necessário ter um carro completamente diferente no ano que vem. O austríaco ressaltou que todas as outras equipes passaram por grandes oscilações, mas reconheceu que as rivais mais próximas conseguiram entender suas deficiências antes das Flechas de Prata.

“Teremos muitas mudanças no conceito do carro. Hoje, ficou comprovado que essa é a coisa certa a fazer”, explicou. “Quando olho para nossos competidores, comparando os carros, a Red Bull não cometeu erros em Singapura. O carro simplesmente não era competitivo”, lembrou.

“Em uma semana, a Aston Martin passou de uma equipe sem pontos para o pódio. No início da temporada, a McLaren não conseguia passar do Q1. Às vezes, é uma surpresa gigante para nós. Outros times conseguiram entender as coisas antes”, pontuou.

Por fim, Toto reconheceu que a Mercedes passou por uma queda incrível de rendimento de um ano para o outro em São Paulo. O austríaco admitiu que ficou surpreso com a performance e não descartou que o acerto do carro tenha gerado algum problema.

“Foi surpreendente. Passamos de um carro muito rápido no ano passado, com um ótimo equilíbrio, pilotos felizes, para um pesadelo. Como isso é possível? Não ficaria surpreso se encontrássemos um problema mecânico na análise que faremos do carro, talvez pela forma que fizemos o acerto”, afirmou.

A Fórmula 1 retorna daqui a duas semanas com o GP de Las Vegas, penúltima etapa da temporada, programado para acontecer entre os dias 17 e 19 de novembro. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento.

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