Mercedes reforça intenção de entregar versão atualizada do motor para clientes, mas não fala em prazo

Embora não tenha definido um prazo, Toto Wolff garantiu que a Mercedes vai entregar às clientes Williams, Force India e Lotus a mesma versão de motor usada pelo time de fábrica desde o fim de semana do GP da Itália. A unidade de força deve ser um dos trunfos do time prateado para o GP do Japão, em Suzuka, a próxima etapa do Mundial

Em entrevista ao site oficial da F1, Toto Wolff falou não apenas sobre o trabalho em si da atual campeã do mundo, que segue a passos largos em busca de repetir o feito no Mundial de Pilotos e também de Construtores. O diretor-esportivo da montadora falou sobre a marca do ponto de vista de fornecedora de motores. A Mercedes, cobiçada pela Red Bull recentemente, tem os melhores propulsores do grid na atualidade e se notabilizou por entregar uma versão atualizada e mais potente apenas para o time de Lewis Hamilton e Nico Rosberg no GP da Itália. O britânico varreu a concorrência e ganhou fácil em Monza, ao passo que seu companheiro de equipe teve de lidar com problemas e usou uma versão antiga.

Entretanto, tal especificação ainda não foi entregue pela Mercedes às clientes Force India, Lotus e Williams. Em Monza, representantes das três equipes disseram que ainda não sabem se vão poder contar com o novo motor construído pela Mercedes.

Toto Wolff disse que vai entregar os motores atualizados da Mercedes às clientes (Foto: Mercedes)

Wolff, por sua vez, deixou claro que tem a intenção de abastecer as clientes da Mercedes com os novos motores. Embora não tenha especificado um prazo para fazê-lo, o diretor-esportivo assegurou que isso vai acontecer. O austríaco justificou o não-fornecimento, ao menos por enquanto, ao fato de que a versão atualizada ainda está em desenvolvimento.

“Nós temos a filosofia de fornecer a mesma especificação de motores para todos. Pode haver situações excepcionais, como o de Monza recentemente, onde finalizamos o trabalho de desenvolvimento, que precisa ser verificado em pista. E, portanto, o fornecimento de peças é muito difícil”, explicou.

“Você viu o que aconteceu no carro de Nico, então não tenho certeza de que nossos clientes ficariam felizes por ver um carro parar porque eles correram com um motor de desenvolvimento”, acrescentou Toto.

O dirigente da Mercedes também falou sobre a negativa da marca alemã sobre o interesse da Red Bull em contar com seus motores.

“Decidimos com nosso conselho que nós, como fornecedor de motores, e como equipe, estamos trabalhando duro e por muito tempo para alcançar o sucesso que nós temos hoje depois de termos tomado a decisão de entrar novamente no esporte como equipe de fábrica em 2010. Portanto, decidimos há duas semanas ir contra um fornecimento de motores para a Red Bull”, comentou.

“Queremos seguir com nosso modelo independente, de equipes-cliente, e respeitar os relacionamentos que já temos com nossos clientes, ao mesmo tempo em que temos nosso foco principal na equipe de fábrica da Mercedes”, emendou Wolff.

No fim das contas, a Mercedes se mostrou satisfeita com a fase atual da F1, não apenas por estar vencendo e dominando a categoria, mas também por vê-la resgatar as suas origens com um protagonismo maior dos motores em detrimento da aerodinâmica, que fez da Red Bull ser tetracampeã do mundo no começo da década.

“É por isso que chamamos de esporte a motor, o que significa que existe um motor, que é um fator importante. Muitas pessoas, inclusive [Enzo] Ferrari, que disse que a F1 é, principalmente, o motor. Recentemente, a categoria foi mais aerodinâmica, mas agora estamos de volta a uma situação na qual o motor também desempenha um papel importante”, disse Wolff, pregando um equilíbrio. “Os dois lados são importantes hoje: você precisa de um motor forte e confiável e um carro que gera um bom downforce. Um não funciona sem o outro.”

Ao ser questionado se sua oposição ao fornecimento de motores à Red Bull foi crucial para a decisão da Mercedes, Toto negou. “Nunca escondi minha opinião. Mas nós tomamos decisões coletivamente e objetivamente, avaliamos todos os prós e contras, não como pessoas. Esta é a opinião de alguém que é responsável pelo programa de automobilismo da Mercedes, responsável por 1.200 funcionários e também por quem tem a responsabilidade de colocar a marca Mercedes-Benz no rumo certo na F1”, finalizou.

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