Mercedes troca prata por preto com W14 na busca por competitividade perdida na F1

Depois de um 2022 irreconhecível, a Mercedes busca resetar as forças na F1 2023 e apresenta o W14 em busca de dias melhores e a volta ao topo da categoria

MERCEDES APRESENTA O W14, CARRO PARA A F1 2023 | React

Após um amarguíssimo terceiro lugar na F1 2022, a Mercedes foi a penúltima equipe a mostrar o carro para 2023. O W14 foi apresentado nesta quarta-feira (15), em um evento ao vivo realizado no circuito de Silverstone, na Inglaterra.

Depois de encarar a temporada 2022 com um carro prata, a Mercedes optou por voltar ao preto e exibiu um bólido com layout diferente, um choque em relação ao que tem acontecido com as rivais, que optaram por manter uma pintura muito similar à do ano anterior.

Mercedes apresentou o W14 trocando o prata pelo preto (Foto: Divulgação)

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A volta ao layout preto, contudo, não é um sinal de protesto ou uma escolha puramente estética. A opção pela pintura que remete aos anos 2020 e 2021 é, nas palavras da Mercedes, “parte de um projeto significativo para reduzir o peso geral” do W14.

Além da pintura, outra mudança notória no W14 em comparação ao antecessor está no bico do carro, que é muito mais curto. Além disso, a asa é muito mais agressiva e está muito mais próxima da ponta do carro. Outra diferença clara está nas entradas de ar para resfriamento do carro, que antes estavam divididas em duas áreas, mas agora contam com apenas um acesso.

A tampa do motor também traz uma diferença, com uma linha reta até a parte da frente do carro. A barbatana do sidepod também está mais atrás e para cima, diferente de 2022.

“Nossas esperanças e expectativas sempre giram em torno de sermos capazes de brigar pelo campeonato”, disse Toto Wolff, chefe da equipe. “No entanto, nossos competidores foram muito fortes no ano passado, e estamos tentando alcançá-los. Correr à frente do pelotão requer resiliência, trabalho em equipe e determinação”, destacou.

“Nós enfrentamos todos os desafios, colocamos a equipe em primeiro lugar e não vamos deixar nenhuma pedra desvirada na busca por cada milissegundo. Esse ano, daremos tudo de nós para voltarmos à frente”, garantiu. “O ano passado foi complicado, mas veio com um monte de aprendizados. Espero que 2023 seja a prova de que entendemos como resolver os problemas e melhorar o conjunto do carro”, torceu.

Wolff destacou que, ao longo do ano passado, a Mercedes permaneceu mobilizada para dar a volta por cima e reencontrar a competitividade que perdeu.

“Toda a equipe estava dando seu máximo no ano passado. Quando percebemos que o carro não estava aonde queríamos que estivesse, mobilizamos todas as reservas que tínhamos. Ao longo da temporada, isso nunca parou”, frisou. “Agora, estamos ficando prontos para começar a próxima temporada. Eu vejo tanto esforço, motivação e energia na equipe para lançar um carro que eventualmente será competitivo o suficiente para lutar à frente do grid”, indicou.

Para 2023, a Mercedes naturalmente mantém a dupla de pilotos, vista como uma das melhores do grid, talvez a melhor. De um lado, a experiência e os sete títulos de Lewis Hamilton, candidato a maior piloto de todos os tempos da F1. Do outro, a juventude de George Russell, que chegou no time já batendo de frente com o companheiro. Ao menos nos resultados.

Veterano na Mercedes, Lewis elogiou a nova pintura e classificou as mudanças no carro como “fascinantes”.

“Tenho sido parte dessa equipe por mais de uma década, e o esforço de todos nunca deixa de me impressionar. Acho inspirador o quão diligentes e apaixonadas são as abordagens das pessoas com seus trabalhos”, comentou Lewis. “Ver a evolução do carro e as mudanças que foram feitas é fascinante. Nós redesenhamos, otimizamos e inovamos tantas partes do carro, e isso é impressionante. E eu amo a nova pintura! Ela diz: ‘estamos no jogo'”, comentou.

Russell seguiu a linha do companheiro e se disse impressionado com a evolução do carro ao longo do último ano, mas mostrou curiosidade para saber como o novo projeto vai se sair.

“Fiquei incrivelmente impressionado com a evolução do carro ao longo da última temporada. Temos construído ritmo durante 2022, e estamos animados para ver como isso progrediu após o inverno”, declarou George. “Esteticamente, parece ótimo. É forte, agressivo e se destaca”, listou.

“Foi um longo e inverno, e há uma grande ansiedade para vermos se o W14 está de acordo com nossas expectativas. Eu estou animado e, enquanto há muitas conversas nesse ponto da temporada, agora precisamos ver como performamos quando o carro chegar à pista”, adicionou.

Novo piloto de testes da Mercedes, Mick Schumacher celebrou a chance de fazer parte do time e garantiu que está comprometido em ajudar a melhorar a performance do W14.

“Eu sempre me senti muito próximo à Mercedes. Estou muito feliz por ser parte da equipe e sei o quão importante meu papel será, ajudando no desenvolvimento do W14”, falou. “Estou comprometido em dar tudo de mim para contribuir para nossa performance nesse ambiente competitivo”, encerrou.

No ano passado, a dupla foi basicamente a única boa notícia da Mercedes. Com um W13 que nasceu muito mal e não evoluiu o suficiente para sequer pegar o vice-campeonato de uma vacilante Ferrari, o time prateado sobreviveu pelo esforço de seus pilotos: Russell teve enorme primeira temporada com o time, enquanto Hamilton, ainda que tenha demorado a engrenar, encontrou sua melhor forma com o campeonato em andamento.

De todo modo, a Mercedes sabe que não pode ficar apenas refém do talento de seus pilotos. Assim, o W14 chega com promessa de uma série de novos conceitos e a dúvida grande no ar: já que o W13 foi atualizado o ano inteiro, quanto disso vai se refletir no novo projeto?

No primeiro ano do novo regulamento, a Mercedes teve uma queda brusca em relação aos campeonatos anteriores. Após faturar todos os títulos de Construtores da Era Híbrida, entre 2014 e 2021, a equipe se perdeu nas novas regras e só foi vencer no Brasil, com Russell. O terceiro lugar final foi o pior desde 2012.

Visão lateral do W14, novo carro da Mercedes para 2023 (Foto: Mercedes)

“Foi uma temporada difícil. Começamos com um carro que não era bom. Agora temos um melhor entendimento do que aconteceu”, assumiu Wolff durante o lançamento. “Perto do fim [do ano], o carro ficou mais rápido e finalmente conseguimos extrair algo que era mais previsível”, comentou.

Empurrada pelos próprios motores, a Mercedes tem uma mudança impactante na direção do time, já que o estrategista James Vowles assumiu papel de comando da Williams. Toto Wolff segue, é claro, como chefe da equipe, com James Allison e Mike Elliott responsáveis pela parte técnica.

A Mercedes é, de muito longe, a equipe de maior sucesso na F1 da última década para cá. Na história, ao todo, são 17 títulos, somando Mundial de Pilotos e de Construtores, além de 125 vitórias, 136 poles e 281 pódios.

A última apresentação prevista para a Fórmula 1 2023 é a da Alpine, marcada para esta quinta-feira (16). A pré-temporada se inicia já na quinta-feira da semana que vem (23), no Bahrein.

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