Na Garagem: Mansell vence em despedida de Jacarepaguá da F1. Senna bate na curva 1

Há exatos 35 anos a Fórmula 1 chegava no Brasil para a abertura da temporada 1989 no Rio de Janeiro, no Autódromo Internacional Nelson Piquet, também conhecido como Autódromo de Jacarepaguá. Apesar da grande expectativa quanto ao resultado que Ayrton Senna poderia entregar em sua corrida de casa, a prova ficou marcada por ser a última passagem da categoria na Cidade Maravilhosa.

Jacarepaguá foi palco do GP do Brasil entre 1981 e 1989, mas a relação entre a F1 e o Rio de Janeiro se estremeceu ao longo dos anos e o estopim para uma ruptura aconteceu nos testes de pré-temporada de 1989. Na ocasião, Philippe Streiff ficou tetraplégico após sofrer um acidente. O atendimento dentro e fora da pista foi amplamente criticado, a praça perdeu força nos bastidores e, em 1990, Interlagos se tornou a casa da F1 no país.

Para 1989, no entanto, a corrida foi realizada normalmente e todas as atenções estavam voltadas para Ayrton Senna. Isso porque o piloto brasileiro havia acabado de conquistar seu primeiro título após uma temporada marcada pela rivalidade com Alain Prost e pelo domínio da McLaren, que venceu 15 das 16 corridas daquele ano.

Para o GP do Brasil, Senna cravou a pole-position e viu Prost alinhar apenas sua MP4/5 apenas em quinto. Era o início ideal para o campeão vigente e para a multidão que o apoiava no Rio de Janeiro.

Porém, Senna não largou bem e teve de se defender dos ataques de Riccardo Patrese e Gerhard Berger, que saíram de segundo e terceiro, respectivamente. Nenhum dos três quis aliviar o ritmo e entraram juntos na curva 1. Ayrton ficou no meio dos carros da Williams e da Ferrari e perdeu a asa dianteira. Berger rodou e abandonou alguns metros depois. Patrese se manteve na ponta.

Com todo o caos do início, Senna teve de trocar a asa dianteira e perdeu mais de um minuto nos boxes. Patrese se manteve na ponta, seguido pelo companheiro Thierry Boutsen e Nigel Mansell, que aproveitou o caos da largada e saltou de sexto para terceiro. Boutsen abandonou na quarta volta.

A primeira parada de Senna não foi o suficiente para corrigir os problemas de sua McLaren e o piloto da casa teve de voltar aos boxes na volta 6. Com isso, qualquer chance de terminar com um bom resultado foi para o ralo.

Lá na frente, Mansell imprimia um forte ritmo e mostrava a força da revolucionária F1 640,  o primeiro carro com câmbio semiautomático da história da categoria. Patrese resistiu bem aos ataques do rival inglês, mas perdeu a liderança na volta 16. Após a ultrapassagem, Nigel abriu distância para o rival da Williams, que também abandonou alguns giros mais tarde.

Aquela foi a primeira das duas vitórias de Mansell em 1989 — a outra aconteceu no GP da Hungria. A Ferrari ainda venceu uma última vez com Gerhard Berger no GP de Portugal.

Prost, que começou a prova em quinto, fez um bom trabalho e ficou com o segundo lugar na última corrida da Fórmula 1 em Jacarepaguá. O pódio ainda teve Maurício Gugelmin, em performance histórica, na única vez que o brasileiro ficou no top-3 na carreira na categoria, para festa da March e da torcida brasileira.

Apesar do bom ritmo apresentado no Rio de Janeiro, a Ferrari não conseguiu bater de frente com McLaren e Williams e terminou o ano em terceiro no Mundial de Construtores. A temporada de 1989 ficou marcada por mais um capítulo da briga entre Senna e Prost, mas dessa vez o francês levou a melhor e garantiu o tricampeonato após a controversa decisão no GP do Japão.

 Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
 Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.