Latifi faz milagre e lidera TL3 marcado pela chuva na Hungria. Albon é 3º

A primeira atividade deste sábado (30) de definição do grid de largada para o GP da Hungria de Fórmula 1 aconteceu com chuva e pista bastante molhada. O terceiro e último treino livre em Hungaroring deu aos pilotos e equipes um gostinho do que é encarar a chuva húngara e deu a chance de preparar para a possibilidade de classificar com esse tipo de condições climáticas. Na tabela de tempos, quem aproveitou melhor foi a Williams, que terminou com a volta mais rápida. E mais: com Nicholas Latifi.

“Isso é vida real ou é apenas fantasia?”. É a pergunta que abre a música Bohemian Rapsody, do Queen, desde o lançamento, em 1975. Alguns anos depois, a banda inglesa faria em Budapeste um de seus shows mais famosos e levou o público ao delírio quando o vocalista Freddie Mercury entoou o hino da música popular mundial. Foi ali em Mogyoród, na região metropolitana da capital Budapeste, que o mundo da Fórmula 1 se viu sem escape da realidade para abrir o dia. Sim, senhoras e senhores leitores: Latifi liderou.

E não, não se tratou de uma situação em que uma porção de pilotos andaram enquanto a maioria ficou apenas de botuca. Todo mundo esteve na pista e deu volta rápida. Com 60 segundos para o fim do treino, Max Verstappen melhorou sua volta e liderou por instantes, até Charles Leclerc também melhorar e reocupar a dianteira no que parecia fechar a página do treino livre. Até que veio Latifi.

Dos céus como o Arcanjo Gabriel com as notícias importantes, o canadense avisou que há muito chão a percorrer até a classificação, sobretudo com o piso molhado. Colocou 1s7 no tempo de Verstappen, 0s661 e Leclerc e, com 1min41s480, liderou.

O companheiro Alex Albon também foi rápido, é verdade, é terminou na terceira colocação. Mas até Albon fechou 0s901. Latifi, numa manhã onde perdeu completamente o conhecimento do que a palavra limite significa, dominou.

Atrás dos quatro, visto que Verstappen ficou em quarto, George Russell, Fernando Alonso, Carlos Sainz, Lando Norris, Sebastian Vettel, Kevin Magnussen completaram o top-10. Lewis Hamilton foi 11º. Vettel ainda bateu perto do fim, quando escapou no molhado após mostrar bom rendimento da Aston Martin.

O GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do fim de semana do GP da Hungria de Fórmula 1. Logo mais, classificação está marcada para as 11h [de Brasília, GMT-3]. No domingo, corrida larga às 10h.

Confira como foi o TL3:

É chuva! Após uma sequência de provas com forte calor na Europa, que vive verão sacrificante, e uma sexta-feira com as temperaturas mais altas do ano inteiro, a Fórmula 1 via chuva pela frente na hora de começar o último treino livre para o GP da Hungria.

A temperatura estava mais baixa que o esperado, na casa de 19°C, e com a precipitação lá. Havia chovido bem cedo pela manhã e parado antes da corrida da Fórmula 3, que teve de largar com safety-car, mas parou antes mesmo desta largada. Com o passar daquela prova, a pista secou. Durou quase nada, porque retornaria para brindar a F1.

Após alguns minutos de indefinição e pista vazia, Charles Leclerc e Carlos Sainz foram os dois que inauguraram as ações. Era a Ferrari no traçado! Ambos estavam de pneus para pista extrema, apropriados para aquele tipo de condição. Leclerc abriu volta e escapou com gosto na curva cinco, enquanto Sainz pegou um trecho de aquaplanagem.

Mesmo com a situação complicada da pista, 15 minutos apareciam fora do pit-lane após dez minutos de sessão. A decisão era testar os pneus de faixa azul para se preparar. Somente Fernando Alonso tentou sair de intermediários inicialmente, mas sem qualquer pulo do gato: era a mesma coisa, tentativa de entender pneus que talvez sejam necessários na classificação.

Enquanto isso, a Mercedes cercava o carro de Lewis Hamilton no pit-lane para impedir que outras pessoas enxergassem qualquer coisa. Problemas? Não ficou claro, mas a Mercedes, assim como a Red Bull, não demonstrava interesse algum em sair dos boxes. Em seguida, a TV inglesa garantiu que nada de errado havia com Hamilton.

Leclerc indicava no rádio que talvez fosse hora de testar pneus intermediários, mas liderava com 1min43s364. Alonso melhorava com os inters, mas seguia 2s4 atrás. E Russell colocava a Mercedes na pista com pouco menos de 20 minutos.

Logo depois, a Ferrari avisou a Leclerc que esperava chuva forte para os próximos 30 minutos. Foi quase imediato depois disso ver que a chuva tinha voltado vitaminada – nenhuma tempestade, mas chuva firme. Que fez, por exemplo, Pierre Gasly rodar na curva quatro e causar rápida bandeira amarela. Foi hora da pista esvaziar.

Leclerc seguia líder e tinha companhia de Sainz, Sebastian Vettel – na Aston Martin de asa traseira nova -, Lance Stroll, Alonso, Daniel Ricciardo, Yuki Tsunoda, Alexander Albon e Guanyu Zhou. Somente Nicholas Latifi e Valtteri Bottas – que ficou fora do TL1 para dar lugar a Robert Kubica – resolveram ficar na pista neste momento.

Foi somente perto da marca de 30 minutos de treino que as coisas voltaram a acelerar e os tempos caíram. Mick Schumacher subiu para o que chegou a ser o terceiro lugar, enquanto Hamilton, que estava na volta de instalação quando Gasly rodou, finalmente abria volta. E reclamava dos intermediários. “Não há qualquer aderência com estes pneus”, falou.

Ao passo que Kevin Magnussen melhorava o tempo e também passava direto na curva seis, a Williams falava para Latifi que enxergava mais chuva em pouco tempo. Já era uma reclamação constante: todo mundo resolveu testar os intermediários, mas faltava aderência. Além de Hamilton, Russell, Ricciardo e Sergio Pérez falaram o mesmo.

Vettel subiu mais e foi para o segundo lugar, superando a volta de Sainz, mas cairia para terceiro quando Alonso apareceu de volta à pista. Antes de fazer o segundo tempo, porém, Alonso viu o carro sair de traseira na curva três e se livrou de uma rodada por muito pouco. Na Mercedes, o engenheiro avisava a Hamilton que o carro tinha dificuldade de gerar calor para os pneus.

A Red Bull estava na pista, mas sem fazer nada muito digno de nota. Pérez escapou reclamando da aderência e era o último, mas Verstappen andara somente no nono lugar.

Apesar do fato de que o sol começou até a se mostrar levemente no céu, bandeira vermelha veio na pista. Vettel rodou sozinho na curva dez e deu uma pancada com a traseira do carro na barreira de proteção. Interrupção que fez Vettel se desculpar e certamente obriga a Aston Martin a correr contra o tempo para a classificação.

O que viria na bandeira verde, nos últimos três minutos, é que impressionaria. A Williams brilhou com as voltas rápidas derradeiras e viu Latifi assumir a liderança do três após Verstappen e Leclerc melhorarem as voltas deles. E ainda teve Alexander Albon passando no terceiro lugar. Loucura absoluta, e Williams, com Latifi, dona da manhã.

F1 2022, GP da Hungria, Hungaroring, TL3:

1	N LATIFI	Williams Mercedes	1:41.480		17
2	C LECLERC	Ferrari	1:42.141	+0.661	14
3	A ALBON	Williams Mercedes	1:42.381	+0.901	19
4	M VERSTAPPEN	Red Bull	1:43.205	+1.725	10
5	G RUSSELL	Mercedes	1:43.434	+1.954	13
6	F ALONSO	Alpine	1:43.570	+2.090	16
7	C SAINZ	Ferrari	1:43.589	+2.109	15
8	L NORRIS	McLaren Mercedes	1:43.743	+2.263	13
9	S VETTEL	Aston Martin Mercedes	1:44.178	+2.698	14
10	K MAGNUSSEN	Haas Ferrari	1:44.655	+3.175	20
11	L HAMILTON	Mercedes	1:44.832	+3.352	11
12	M SCHUMACHER	Haas Ferrari	1:45.156	+3.676	18
13	E OCON	Alpine	1:45.570	+4.090	17
14	D RICCIARDO	McLaren Mercedes	1:45.624	+4.144	11
15	L STROLL	Aston Martin Mercedes	1:45.638	+4.158	17
16	G ZHOU	Alfa Romeo Ferrari	1:45.691	+4.211	17
17	Y TSUNODA	AlphaTauri Honda	1:45.850	+4.370	17
18	V BOTTAS	Alfa Romeo Ferrari	1:45.930	+4.450	20
19	P GASLY	AlphaTauri Honda	1:46.091	+4.611	18
20	S PÉREZ	Red Bull	1:48.240	+6.760	11

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