Mazepin manda indireta e volta a reclamar da Haas: “Mantém dinheiro sem o patrocínio”
Piloto russo afirmou que valores da Fórmula 1 "precisam ser avaliados", já que o esporte permite que times "mantenham dinheiro de patrocinadores sem cumprir contrato"
Nikita Mazepin voltou a falar da Haas e da Fórmula 1. Longe da principal categoria de automobilismo do mundo desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia – que trouxe graves consequências para a carreira do piloto -, o russo dessa vez mandou uma indireta para sua ex-equipe e afirmou que “os valores do esporte precisam ser avaliados” depois que o time americano se recusou a devolver o dinheiro da Uralkali e pediu por uma compensação financeira.
A Haas rompeu o contrato com a ex-patrocinadora principal Uralkali em março, como resposta pela invasão russa na Ucrânia. Dmitry Mazepin, um dos principais acionistas da empresa, é fortemente ligado ao presidente Vladimir Putin.
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“Todo mundo tem o direito de falar ou não falar. A FIA, maior órgão do esporte, me permitiu competir – desde que como “neutro”. Mas eu diria que a maior questão, aqui, é voltar para um esporte em que times são permitidos a manter dinheiro de patrocinadores sem cumprir contrato. E ainda, pedindo por mais dinheiro, mesmo eles dizendo que não querem dinheiro da Rússia”, disparou Mazepin.

O ex-piloto da Fórmula 1 também falou sobre um possível retorno à categoria. O russo de 23 anos admitiu que a F1 representa “negócios inacabados” e destacou que “amaria voltar”, mas não negou: a guerra no leste europeu ainda é muito recente para se tratar de uma hipotética volta.
“É difícil dizer isso no momento, porque tenho plena consciência de que meu problema é que perdi o emprego”, começou Mazepin, que não anotou nenhum ponto em sua passagem pela categoria. “Tentei chegar à Fórmula 1 por 17 anos e, eventualmente, consegui. Mas é uma questão muito pequena perto do que está acontecendo no mundo agora. Claro, eu amaria voltar ao esporte. Sinto que tenho negócios inacabados por lá. Mas preciso esperar que as coisas esfriem. E sequer sei como eu conseguiria voltar, porque a Haas obviamente fez o que fez ao não jogar o jogo mais limpo, na minha opinião”, afirmou.
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Por fim, Mazepin voltou a se declarar “neutro” com relação à guerra entre Rússia e Ucrânia, apesar de lamentar o conflito.
“Minha visão é que, seja lá o que estiver acontecendo – e consigo ver apenas uma pequena parte de onde estou em Moscou -, é tudo muito doloroso. E eu definitivamente sinto isso. Estou vivo por 23 anos e, até aqui, vivia em um mundo muito calmo. Mas, com respeito à minha posição oficial, disse várias vezes que é muito importante estar neutro, porque sou um atleta. E sinto que é importante ser capaz de estar neutro em uma situação como essa”, finalizou.

