No calendário do Mundial de F1 desde 1987, Suzuka entra para lista de circuitos fatais da categoria

A tragédia de Jules Bianchi foi a primeira da F1 no circuito de Suzuka. Palco do GP do Japão desde 1987, acidentes mais fortes nas suas corridas não são incomuns na categoria, mas nunca levaram a consequências tão graves quanto as do choque da Marussia contra um trator no último GP.

O piloto francês teve sua morte confirmada na noite desta sexta-feira (17) em Nice, na França.

Logo em sua estreia na F1, Suzuka entrou para a história com um acidente. Nigel Mansell, que disputava o título com Nelson Piquet, saiu da pista nos treinos de sexta-feira e bateu forte contra a barreira de pneus. Com uma lesão nas costas, ficou de fora da corrida. Sua ausência deu o tricampeonato ao piloto brasileiro.

Em 1990, Jean Alesi se chocou em alta velocidade na barreira de pneus ao final da reta dos boxes logo nos primeiros treinos, machucando o pescoço. Chegou a obter o sétima no grid, mas acabou não disputando o GP por sentir muitas dores.

Os médicos trabalham no resgate de Jules Bianchi depois do acidente em Suzuka (Foto: Getty Images)

Doze anos depois, no treino de classificação, Allan McNish voou com seu Toyota por cima do guard-rail após uma forte pancada na barreira de pneus, na saída da veloz curva 130R. Também não disputou a prova.

Mais recentemente, outro piloto da Toyota saiu de Suzuka lesionado. Na edição de 2009, Timo Glock bateu de frente na curva de entrada da reta dos boxes e fraturou uma vértebra. Além de não disputar a corrida, ficou de fora pelo resto da temporada, sendo substituído pelo então estreante Kamui Kobayashi nos GPs do Brasil e de Abu Dhabi.

Outras mortes

Porém, em outras categorias, Suzuka já tinha vivido dias nefastos. A morte de Jules Bianchi foi a 19ª da história do circuito. Onze delas aconteceram entre 1963 e 1983, com carros e motos de categorias locais. Em 1992, Hitoshi Ogawa perdeu a vida numa prova de F3000, ao acertar a traseira do carro de Andrew-Gilbert Scott, decolar e bater na grade de proteção da curva 1, acima da barreira de pneus. Em 1996, o então piloto do Safety Car da NASCAR, Elmo Langley, sofreu um ataque cardíaco enquanto estava na pista durante uma prova de exibição. Morreu no local.

Entre 2000 e 2005, três motociclistas morreram no traçado japonês em competições locais. Mas ganhou destaque mundial a morte de Daijiro Kato, em 2003, durante o GP do Japão da MotoGP. O piloto passou reto na saída da 130R e bateu seco na barreira de pneus, sofrendo graves lesões cerebrais e na coluna. A MotoGP nunca mais retornou ao circuito.

O último acidente fatal em Suzuka havia acontecido em 2012, durante uma corrida preliminar do WTCC. Osamu Nakajima, de 54 anos, perdeu o controle de seu carro ao passar por sobre sujeira na curva 1, bateu e não resistiu aos ferimentos.

Circuitos fatais na F1 atual

Das 19 pistas que fizeram parte do calendário da F1 em 2014, Suzuka foi a oitava a registrar um acidente fatal em corridas da categoria. De todas, a mais trágica é o circuito italiano de Monza. Em 64 GPs, ocorreram 19 mortes. Porém, 16 delas foram em um dia só: no GP da Itália de 1961, a Ferrari do alemão Wolfgang von Trips voou por sobre a arquibancada e matou 15 pessoas, além do próprio piloto.

*Apenas em finais de semana de corrida

As imagens do acidente de Jules Bianchi
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Torcedor registra momento do acidente com BianchiF1 2014: o acidente de Jules Bianchi com um guindaste no GP do Japão