Opinião GP: Grosjean amadurece, deixa rótulo de ‘maníaco’ para trás e mostra que pode liderar Lotus

UMA LARGADA EXCELENTE, 26 voltas na liderança e duelos de gente grande com Sebastian Vettel e Mark Webber. Na linha de chegada, Romain Grosjean passou só em terceiro lugar, atrás das duas Red Bull, mas o desempenho do francês no GP do Japão foi muito bom. Mais uma vez, o piloto de 27 anos, que terminou bastante criticado a primeira temporada completa na F1, mostrou o quanto evoluiu desde o ano passado.

A largada que o franco-suíço fez em Suzuka foi um sinal dos mais claros. Em 2012, no mesmo circuito, depois de ter sido suspenso do GP da Itália pelas muitas trapalhadas que fez em primeiras voltas, Grosjean continuou sendo afobado e atrapalhado e rodou Webber na primeira curva.

O australiano ficou indignado com o lance, que rendeu um stop-and-go para o francês. Depois da prova, disparou o apelido que acabou pegando: “Maníaco da primeira volta”.

	A cobertura completa do GP do Japão de F1 no GRANDE PRÊMIO
	As imagens do domingo da F1 em Suzuka

Esse foi o quarto pódio de Grosjean em 2013 (Foto: Getty Images)

Neste domingo (13), Grosjean largou na mesma quarta colocação em Suzuka. Mais uma vez, tinha as duas Red Bull a sua frente. Aproveitou a hesitação de ambas e assumiu a primeira colocação. Volta a volta, marcando ótimos tempos, deixou claro que não estava ali por acaso e, sim, que brigaria pela vitória até o fim. Foi o que fez.

O piloto resistiu à força da Red Bull e de Vettel até a 40ª volta, quando foi ultrapassado pelo alemão. Uma posição que vendeu caro, mas não havia como conter a velocidade do virtual tetracampeão que, àquela altura, tinha pneus mais novos.

"Pensei que seria o dia em que a minha primeira vitória viria", admitiu.

Essa não foi a primeira boa corrida de Grosjean. Ele está andando muito bem desde o GP da Alemanha, que terminou em terceiro, atrás de Vettel e Kimi Räikkönen – sendo que teve de abrir caminho para o finlandês nas últimas voltas.

No fim de 2012, a decisão da Lotus de manter Grosjean foi vista por muitos como pachequismo do chefe do time de Enstone, Éric Boullier – além, claro, do patrocínio da francesa Total. E não deixa de ser verdade que o piloto é pupilo do dirigente. Só que a opção por mantê-lo, em momento algum, foi errada, ainda que outros nomes dignos de consideração tenham se oferecido para a escuderia – Kamui Kobayashi e Bruno Senna.

Fazendo a primeira temporada completa na F1, Grosjean cometeu vários erros juvenis, mas sempre se mostrou extremamente rápido. Não à toa, superou Kimi Räikkönen em dez dos 20 treinos classificatórios e foi ao pódio três vezes.

E as muitas críticas que recebeu fizeram-no repensar seu comportamento dentro da pista. Ele voltou para 2013 muito mais cauteloso – e lento, na primeira metade do ano.

Brilhante largada de Grosjean em Suzuka (Foto: Mark Thompson/Getty Images)

Foi só no GP da Inglaterra, o oitavo do calendário, que Grosjean se classificou para largar à frente do finlandês. Desde então, bateu o colega em seis de oito oportunidades. No cálculo das diferenças entre os companheiros ao longo da temporada, o gaulês tem 0s036 de vantagem. Voltou a ser rápido, mas com uma diferença: sabendo olhar ao seu redor e evitar problemas. Um novo piloto. Essa postura rendeu 61 pontos e três pódios.

A Lotus procura um substituto para o finlandês para a próxima temporada. Nico Hülkenberg e Felipe Massa são os preferidos do time. O escolhido, quem quer que for, precisará chegar a Enstone consciente de que não será favorecido e, sim, de que terá um companheiro de equipe rápido e capaz de liderar o time e conquistar os melhores resultados no próximo ano.

Enquanto isso, ficamos na contagem regressiva para a próxima vitória inédita na F1 – Grosjean tem boas chances de conquistá-la.

Siga o GRANDE PRÊMIO

Curta o GRANDE PRÊMIO