Opinião GP: Necessidade de mudança faz Ferrari perder soberba e ser mais humilde. E vai dando certo

Com todas as mudanças que aconteceram nos últimos meses, a Ferrari começa 2015 diferente, com um ambiente menos carregado e mais tranquilo. Também com menos da soberba de outros tempos: o time reconhece que não está mais com a bola toda e precisa correr atrás da concorrência

 
O PRIMEIRO PASSO para consertar um problema é admitir que ele existe. A Ferrari admitiu. Depois de todas as mudanças dos últimos meses, a equipe não começa 2015 com o pensamento de que é a maior escuderia da história da F1 e por isso segue com a bola toda. Na realidade, dá um passo atrás para tentar voltar a andar para a frente.
 
É nessa linha o discurso do novo presidente, Sergio Marchionne, do novo chefe, Maurizio Arrivabene, e do novo piloto, Sebastian Vettel. Ninguém se deixa levar pelo bom início de pré-temporada, tampouco acredita que o passado vai ganhar corridas.
 
No último sábado, Marchionne, presente a Barcelona, disse que seu time não vai vencer nada sendo “arrogante”. E foi ele mesmo quem usou a palavra humildade ao comentar a situação atual da equipe italiana.
 
Arrivabene, por outro lado, já mostrou bem qual é o seu jeitão: bem humorado, boa praça, ‘italianão’. Fala bastante. Na sexta-feira, concedeu uma entrevista coletiva de 50 minutos, o que não é comum na F1.
Maurizio Arrivabene e Sergio Marchionne são os homens que conduzem essa nova Ferrari (Foto: Ferrari)
É notável a mudança de ambiente da Ferrari. A equipe não demonstra neste início de ano a mesma tensão de antes. O clima é mais leve ao ponto de, segundo Arrivabene, Kimi Räikkönen sorrir nos boxes. O time também se esforça para se mostrar diferente. As trocas foram muitas — não só de comando: o departamento técnico foi reformulado e até o departamento de comunicação tem novo chefe. A motivação é grande para voltar a ganhar corridas.
 
Esse ambiente mais leve e menos tenso certamente colabora para que as decisões sejam tomadas com uma dose maior de tranquilidade.
 
Claro que os resultados é que hão de atestar se as decisões tomadas recentemente foram corretas ou não, mas a noção que se tem no início do ano é que os passos estão sendo dados da maneira correta.
 
A Ferrari reconheceu as fraquezas que tinha e passou a trabalhar para corrigi-las. Fez um carro que é melhor que seu antecessor — embora não se saiba onde ficará na divisão de forças da F1 2015 — e assim deu sinais de que pode se recuperar.


Opinião GP é o editorial do GRANDE PRÊMIO que expressa a visão dos jornalistas do site sobre um assunto de destaque, uma corrida específica ou o apanhado do fim de semana de automobilismo.

Siga o GRANDE PRÊMIO      Curta o GRANDE PRÊMIO

PINTURA POR CARIDADE

A nova regra da FIA a respeito das trocas de capacetes ao longo do ano não intimida Sebastian Vettel.Piloto que ‘lançou a moda’ ao trocar frequentemente de capacete ao longo da carreira, Vettel vem usando um casco branco com a bandeira da Alemanha em destaque na pré-temporada com a Ferrari.

Mas dependendo de qual for a punição a ser paga pelo desrespeito a regra, o tetracampeão não deve abandonar definitivamente o hábito.

É VOCÊ, KIMI?

Kimi Räikkönen está sorridente e falante em 2015. É o que diz Maurizio Arrivabene, novo chefe da Ferrari, a respeito da postura do finlandês nos bastidores da equipe durante a pré-temporada. Mas o italiano aponta mais motivos para relatar porque tem certeza que verá o campeão de 2007 provando seu valor no campeonato deste ano. De acordo com Arrivabene, que fez sua primeira aparição como chefe da Ferrari em um circuito nesta semana em Barcelona, o principal fator é o carro. Kimi está bem mais confortável.

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.