Piastri oscila, mas cresce antes das férias da F1. Próximo passo é ser #1 da McLaren
Oscar Piastri vive apenas a segunda temporada na Fórmula 1, mas dá sinais de que pode ser mais do que apenas o segundo piloto na McLaren. Para isso, terá de travar um duelo caseiro interessante com Lando Norris, que ainda precisa se provar como líder do time de Woking
Oscar Piastri parece ter entendido que precisa ser mais duro para ser grande na Fórmula 1. Agora, tem de traçar uma linha de evolução pessoal para buscar um importante feito dentro da McLaren: superar Lando Norris e ser o principal piloto da equipe britânica. E tudo isso pode acontecer apenas durante a sua segunda temporada dentro do grid mais disputado do mundo — e com apenas 23 anos.
Criticado há algumas semanas pela passividade em certos momentos dentro da pista, sobretudo internamente, quando chegou a negar a sugestão via rádio do time de assumir a posição de Norris no GP do Canadá, o australiano virou a chave e decidiu duelar com quem quer que seja para buscar o almejado topo da categoria rainha do automobilismo. É sempre bom lembrar que Piastri ainda trabalha para se adaptar à floresta que é a F1. Outros promissores e talentosos pilotos que entraram no grid nos últimos anos demoraram mais para que isso acontecesse.
Podemos citar, aqui, George Russell, que teve de se provar na Williams antes de receber a chance de ser piloto Mercedes, ou até mesmo o próprio Norris, bancado pela McLaren desde 2019 após o sucesso nas categorias inferiores, mas que ainda não parece pronto para ser campeão mundial. Piastri venceu uma corrida sprint em seu primeiro ano de F1 e já conseguiu a primeira vitória na segunda temporada, no GP da Hungria. Tem 167 pontos somados e está em quarto no Mundial de Pilotos, números muito superiores a 2023, quando fechou a temporada com 97 pontos e na nona posição.
“Acho que as últimas semanas foram muito fortes da minha parte. Toda a temporada tem sido muito boa. Alguns fins de semana no meio do ano foram um pouco complicados. No Japão e na China foi muito difícil e, obviamente, em Barcelona, mas sinto que todas as outras corridas foram fortes”, afirmou Piastri após o pódio no GP da Bélgica.
“No ano passado, sofri nessas corridas, então sinto que tive uma boa evolução e, obviamente, o carro também está muito rápido. Sinto que estou crescendo, o que é bom, mas sei o quão rápido isso pode mudar e ir na direção oposta também. Continuo tentando desenvolver isso, mas sinto que estou em uma posição forte”, completou o #81.
E ele tem razão. Obviamente, Piastri ainda é um piloto que oscila em determinados momentos. Falta certa calma e mais leitura de corrida, principalmente nos stints finais. Porém, pelo menos até agora, entregou quando foi pressionado com um carro competitivo nas mãos. Ter o melhor bólido do grid, sem sombra de dúvidas, é o melhor cenário possível para qualquer piloto, mas também traz responsabilidades preocupantes e uma pressão maximizada por bons resultados.
Norris patinou neste sentido, ao ter de rivalizar com Max Verstappen ou ao não conseguir manter suas boas posições conquistadas nas classificações durante as largadas. Venceu o GP de Miami, mas depois não acompanhou o progresso do próprio carro. Confirmou ser um piloto rápido, mas que ainda falha na leitura estratégica que as adversidades das corridas provocam e, principalmente, peca mais do que o aceitável nas largadas. Falta, ainda, agressividade e ousadia.
Piastri segue roteiro diferente. Parece mais solto, mais à vontade e mais frio ao lidar com situações adversas — mesmo que elas sejam positivas. Na largada em Hungaroring, por exemplo, fez um ótimo trabalho no início da prova e provocou toda a situação que terminou com sua primeira vitória. Ter um carro rápido também cria um ambiente de tensão. É neste momento que o piloto mais completo faz a diferença.
O trabalho da McLaren está sendo feito com competência do ponto de vista técnico. Embora ainda precise melhorar muito como equipe para reaprender a vencer, é fato que a equipe de Woking entregou um carro capaz de ganhar corridas a seus pilotos. A valorização deste trabalho foi confirmada com a renovação de Andrea Stella na chefia do time, bancado por Zak Brown. A evolução dos laranja-papaia desde a chegada do italiano impressiona e é algo raro em um esporte onde décimos fazem diferença.
Para Norris, permanece muito viva a pressão de melhorar e ser mais maduro na segunda metade da temporada para mostrar que pode desenvolver características de um líder, dentro e fora das pistas. Para Piastri, fica a cobrança para continuar desafiando seus limites e, quem sabe, mostrar para a McLaren que a aposta 1 do time está no lado errado da garagem. A ver.
A Fórmula 1 agora faz a tradicional pausa para as férias de verão na Europa e volta de 23 a 25 de agosto em Zandvoort, para a disputa do GP dos Países Baixos.
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